15: Amor de verão

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Oi gente, boa noite!

Desculpa demora para publicar o capítulo 15, mas acabei esquecendo e na hora de escrevê-lo, toquei em um assunto que com certeza irá cutucar uma ferida que não cicatrizou e que ocorreu no início do ano.

Deixa seu voto e comentário, boa leitura.
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Capítulo 15

Assim que cheguei em casa, dei de cara com meus pais sentados no sofá. Meu pai parecia estar dando apoio à minha mãe, ou seria o contrário? Não sei, só sei que os dois estavam com caras de choro.

"Oi, filhinha!" Minha mãe disse com um sorriso no rosto, mas dava para ver que ela estava forçando. Dei um leve sorriso e me sentei no sofá.

"O que foi que eu fiz dessa vez? Ou melhor, o que eu não fiz dessa vez?" Falei olhando para os dois. "Olha, se for por causa da blusa, ano que vem a turma vai fazer uma para o terceiro ano, e eu vou pagar com meu dinheiro..." Comecei a falar o que me vinha à cabeça, mas meu pai resolveu me interromper.

"Luna, respira e deixa a gente falar."

"Tá bom." Foi a última coisa que consegui responder.

Meu pai segurou as mãos da minha mãe e fez um aceno com a cabeça. Ela suspirou e começou: "Minha filha, eu preciso que você preste bastante atenção. Deixa eu terminar de falar e, depois, você pode fazer o que quiser, tá bom?" Ela falou como se eu fosse uma criança de cinco anos, e não uma garota de 16. Como eu queria que aquela tormenta acabasse logo, disse que tudo bem, mas conforme ela começou a falar, percebi que nada estava bem.

"Então, são duas notícias. Vou começar com a boa e, depois, conto a péssima." Concordei, e ela continuou: "O jornal decidiu transferir seu pai e eu para a Austrália. Se a gente aceitar essa proposta, viajamos em fevereiro. Eles vão se encarregar do visto, matrícula escolar para você e acomodação. Ah, e o salário também aumentou... e muito!" Ela disse, mas não parecia tão feliz assim. Eu só queria pular de alegria. Sempre quis conhecer a Austrália – principalmente porque lá as pessoas vivem no futuro e, aqui, moramos no passado, tipo, lá já é o nosso amanhã. Ao ver minha felicidade, meu pai disse que ainda não tinha acabado, mas que ficava feliz em saber que, se tivéssemos que mudar de país por conta da profissão deles, eu não reclamaria por deixar minha vida para trás. Na verdade, eu sentiria falta dos meus familiares e das minhas amigas, mas eu sabia que sempre poderia voltar e falar com eles diariamente. Olhei para meus pais, esperando a segunda notícia. Minha mãe parecia resistir em falar, então meu pai assumiu. Pelo visto, era algo bem grave mesmo – só espero que não seja bebê. Eu amo ser filha única.

"Meu amor, lembra que sua mãe chegou triste anteontem e, no dia seguinte, você foi ver sua avó com a Camila?" Fiz que sim com a cabeça. Inclusive, achei tudo muito estranho, mas parecia que era apenas paranoia da minha parte. Lá no fundo, parecia que algo estava acontecendo.

"Então, depois do aniversário da sua avó, ela pegou o resultado dos exames que havia feito," meu pai disse e parou para ver se eu estava acompanhando. Então, ele continuou: "Então, filhinha, ao que tudo indica, ela está doente." Minha espinha gelou, mas ainda consegui perguntar o que exatamente ela tinha. Antes de receber a resposta, minha mãe começou a chorar e saiu da sala. Olhei para meu pai e entendi que era algo grave. Quando ele mencionou o nome, eu paralisei e parecia que o ar estava acabando. Comecei a chorar e corri para o quarto. Meu pai me chamou, mas eu preferi me trancar e chorar sozinha.

***

"A Luna, desculpa. Eu já sabia, mas não cabia a mim dizer nada. E relaxa, o câncer está bem no início. Ela vai ficar bem, você vai ver. Do jeito que nossa vó é forte, ela vai ver os filhos dos nossos filhos daqui uns anos."

"Olha, não me peça para relaxar, ok? Eu não estou nada relaxada e nem penso em ficar. Ao contrário de você, eu me importo com a vovó! Então fique você bem relaxada até nossa avó morrer, sua egoísta." Falei para Camila. Eu hein, como ela podia manter a calma num momento como esse? Como ela podia dizer que nossa avó ficaria bem? Será que ela não sabe o quão grave essa doença é? E foi exatamente isso que eu pontuei, o quão grave era a doença. Mas ela revirou os olhos e resolveu me da um toque.

"Olha, Luna, eu te entendo, mas nesse momento a vovó está ótima. Você deveria agradecer a Deus por termos uma situação financeira melhor e condições de descobrir essa doença ainda no início. Quantas pessoas não têm essa sorte? Quantas pessoas morrem por falta de tratamento ou por descobrirem tarde demais que estavam doentes? Nesse momento, tem muitas famílias chorando porque perderam alguém que amavam, então, por favor, para. Você quer chorar? Beleza, eu e toda a família também queremos, mas não vai adiantar nada ficar dando chilique. O que a vovó precisa agora é de tranquilidade e pensamentos positivos. Eu sei que quando ouvimos esse nome dá medo e parece que a pessoa está nas últimas, mas confia, se Deus quiser ela vai ficar bem."

Eu sabia que minha prima tinha razão, mas eu não queria dar o braço a torcer. Também não queria transformar esse momento triste em algo sobre mim. Eu não tinha dúvidas de que todos estavam sofrendo e que o processo não seria fácil. Estava perdida em meus pensamentos quando senti minha prima me abraçando. A abracei também, e ficamos assim por um tempo até minha tia Paula aparecer. Ela tinha vindo aqui em casa para conversar com minha mãe, pois, assim como eu, também não tinha recebido bem essa notícia.

"Ah, meninas, desculpa. Eu não queria atrapalhar." Minha tia disse, fechando a porta, mas a gente falou que estava tudo bem e que ela não precisava sair. Ela entrou novamente e se sentou na minha cama. Ficou em silêncio, mas depois começou a puxar assunto. Senti que ela queria nos animar um pouco, pois começou a contar histórias engraçadas. Em alguns momentos, acabei rindo, mas ao lembrar do motivo por ela estar contando aquelas histórias, eu me entristecia de novo.

***

A quinta-feira chegou, e eu não estava com cabeça para fazer a recuperação. Tentei fingir que estava gripada, mas a dona Lúcia disse que era melhor eu fazer a recuperação rápido e voltar para casa, só para não ficar sem nota.

"Eu faço brigadeiro para você!" Ela disse de um jeito bem fofo. Ela já sabia o que estava acontecendo com minha avó e até se ofereceu para ajudar nos dias do tratamento.

A contragosto, me arrumei e fui para a escola. Nesse momento, eu estava com um misto de sentimentos. Estava triste por tudo que estava acontecendo e com ódio da Kate. Se ela não tivesse me irritado, eu não estaria aqui. Eu ainda precisava fazer uma reunião de emergência para contar para as meninas o que estava acontecendo...

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O que acharam do capítulo? Por favor, não esqueçam de votar e comente o que acharam, isso me ajuda na hora de continuar os capítulos – mesmo já tendo toda a ideia, a opinião de vocês importa pois consigo ver se estou indo pelo caminho certo.

Vou tentar publicar o próximo capítulo amanhã.

Beijinhos!

Analine Maia

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⏰ Última atualização: Oct 22 ⏰

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