Capítulo 20 - Longa vida á rainha!

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Vocês foram avisados no final do capítulo passado, mas fiz questão de vir até aqui para lhes lembrar: preparem seus corações para o que vem a seguir.

Boa leitura!

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Engfa Waraha
Tailândia
Phunket

Horas após a chegada e o tratamento dos pequenos ferimentos, a comandante e a família real de Azgeda se reuniram na tenda de Davikah.

Aquela era apenas uma das formas de como as culturas do Clã da Floresta e da Nação do Gelo se diferenciavam: os encontros oficiais do primeiro eram sempre no salão oficial da comandante na Torre-Polis, enquanto Davikah preferia que esses ocorressem em ambientes mais simples mas com a mesma seriedade.

— Como eles estão? — Charlotte soou um pouco mais ansiosa do que pretendia, mas sabia que ninguém ali a julgaria por querer saber se seus irmãos e sua cunhada estavam se recuperando como deveriam.

— Estão melhorando, cada um a seu próprio tempo. Mew e Isabella tinham apenas alguns cortes e escoriações leves por causa do tempo que passaram na floresta, e precisam descansar para repor as energias... Samoan, por sua vez... vai precisar de mais tempo.

Engfa e Charlotte se entreolharam ao perceberem que o brilho nos olhos da rainha havia desaparecido. Davikah suspirou profundamente antes de prosseguir, com a voz um pouco mais baixa.

— Ela está muito magra e ferida, Char. Conversei com Bella e Mew... ambos me narraram um encontro aterrorizante com uma criatura feita de sombras e escuridão... acredito que a mesma com que você sonhou quando estávamos em Bangkok.

Engfa sentiu seu corpo retesar ao se lembrar da briga que tivera com Charlotte por não ter acreditado no sonho da ômega. Inconscientemente, apertou seu braço que estava em torno na cintura da mais nova, beijando-lhe suavemente o ombro logo em seguida. Um pouco do brilho habitual retornou aos olhos de Davikah quando viu o cuidado.

Charlotte engoliu em seco ao pensar que não um, mas dois daqueles monstros estiveram tão próximos de pessoas importantes para si.

— Ela disse alguma coisa? Ou ainda está dormindo? — perguntou, lembrando-se de como a beta tinha olhado diretamente para si com os olhos cinzentos antes de desmaiar nos braços de seus salvadores.

Davikah franziu o cenho, tentando se lembrar.

— Ela balbuciou uma coisa ou outra... eram palavras baixas e desconexas que ninguém entendeu direito... algo sobre dor, e... um vestido cinza.

Charlotte e Engfa se entreolharam sem esconder a confusão que sentiam. O que uma pessoa, muito provavelmente uma mulher, estaria fazendo em uma floresta como aquela, bem no coração do território de gelo?

— Esses vestido são uma vestimenta de Azgeda? Pelo que vi até agora, as cores mais usadas por aqui são as variações claras e escuras de azul e o branco. — Engfa franziu o cenho, se perguntando se teria deixado algum detalhe passar, e por isso não viu o pequeno sorriso que mãe e filha trocaram ao perceberem que a futura integrante oficial da família já estava reparando em seus costumes sem nem ao menos perceber.

— Você tem razão, P'Fa. Cinza não é uma cor muito comum em Azgeda... exceto... — Charlotte não concluiu o pensamento, e encarou Davikah com confusão e apreensão em seu rosto.

Engfa não gostou daquilo. Nenhum pouco.

— Exceto... — incentivou que qualquer uma das duas prosseguisse.

A rainha engoliu em seco, entendo onde a mais nova queria chegar. Davikah negou com a cabeça, tentando acalmar a filha.

— Não acho que isso seja algo plausível, Charlotte. Os que já se foram para que estivéssemos aqui estão mortos há muito tempo. Muitos comandantes anteriores a Engfa garantiram isso, lembra?

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