Rodrick:
Então, aqui vai. Vou te contar como as coisas rolam entre mim e a S/n. Olha, não vou mentir, a gente não tem rótulos, sabe? Mas tem aquela vibe. Tipo, amigos, só que com... benefícios? Ela diz que é complicado, mas na real, eu curto essa complicação. Muita gente não saca o que acontece entre a gente, mas também, não é da conta de ninguém, né?
Hoje, a gente tava no intervalo, eu jogado na arquibancada com os pés na mochila, como sempre. A escola é aquele marasmo de sempre, e eu tava meio entediado, até que vi S/n vindo na minha direção. O jeito que ela caminha, sempre com aquela confiança como se o mundo fosse dela... é algo que sempre me chama a atenção.
Ela senta do meu lado e joga o cabelo pro lado, nem me dá oi, só dá um sorrisinho e começa a mexer no celular. É assim que a gente é, não precisa de palavras o tempo todo. Mas eu sei que quando ela senta do meu lado, é porque quer companhia - minha companhia, claro.
- Rodrick, você vai tocar na festa da escola semana que vem, né? - ela perguntou sem desviar os olhos do celular, fingindo que não se importa tanto com a resposta, mas eu sei que ela quer ir só por causa da banda.
- Claro que vou. Quer uma entrada VIP? - Respondi, provocando, enquanto cutucava seu ombro de leve. Ela revira os olhos, mas sorri daquele jeito que me faz saber que ela não tá realmente irritada.
- Você é ridículo - ela diz, mas dá uma risadinha. Ela sempre me chama de ridículo. Acho que faz parte da dinâmica. Ela tenta manter essa fachada de durona, mas eu vejo além. E é isso que eu curto nela. Ela não é como as outras meninas da escola que ficam todas fofinhas perto de mim. S/n mantém o controle - ou pelo menos, tenta.
A aula tá pra começar de novo, então a gente se levanta. Eu passo o braço por cima dos ombros dela enquanto a gente vai andando em direção ao prédio da escola, e ela não tira. Outra coisa sobre S/n: ela finge que não gosta quando eu faço isso, mas nunca me afasta.
Antes de ir pra sala, eu me inclino perto do ouvido dela, só pra ver a reação:
- Sei que você vai sentir falta de mim nessa aula chata - brinco, sabendo que ela vai me dar um soco no braço ou algo do tipo.
E ela faz. Só que, dessa vez, me puxa pela camisa e me dá um beijo rápido, inesperado, que me pega totalmente de surpresa. Mas, claro, eu não ia deixar isso passar batido:
- Uau, o que foi isso? Finalmente se rendeu ao meu charme irresistível? - Falo com um sorriso provocador, mas no fundo, meu coração deu uma acelerada.
- Você sonha demais, Rodrick - ela diz, piscando um olho antes de sair andando.
E lá vou eu, com um sorriso idiota no rosto, tentando disfarçar enquanto entro na minha sala de aula. Amigos coloridos? Pode até ser. Mas acho que é mais complicado do que isso, e quer saber? Eu tô curtindo essa complicação.
