Rodrick:
A tarde estava morna, o céu com aquele tom de azul suave que parecia prometer algo tranquilo. Eu e a S/n, de novo, éramos quase namorados. Digo, quase porque... sei lá, não era nada oficial, mas a gente tinha esse negócio. Troca de olhares, toques que, se alguém visse de fora, achariam que éramos um casal. Não havia compromisso, mas tudo bem, eu gostava disso. Ela também parecia gostar.
A gente tinha essa conexão, algo que não se explicava. Mas eu sabia que ela queria mais, e talvez eu quisesse também, mas não sabia se era a hora. Enfim, tudo estava bem até aquele momento. A festa estava rolando e, logo depois de um tempo, a gente se separou, cada um com seus amigos.
Mas aí... a Clara apareceu.
Caramba, aquela garota não parava de falar! Toda vez que eu olhava para o lado, lá estava ela, puxando assunto sobre qualquer coisa. Eu já estava ficando irritado, e olha que nem sou de ficar assim facilmente. Dois minutos conversando com ela, e parecia que já tinha passado um século. Ela não percebia quando alguém não estava mais interessado, e aquele papo dela sobre música... meu Deus, não era nada de mais. Depois de mais de duas horas de tortura, ela finalmente se cansou e me deu um "tchau". Não, ela não me deu só um tchau. Ela deu um beijo na minha bochecha! Eu reagi automaticamente, limpando a bochecha como se ela tivesse me jogado uma meleca. Eu só queria sair dali.
Então, eu fui direto atrás da S/n. Eu sabia que ela estava na área da piscina, mas quando cheguei lá... nada. Nenhum sinal dela. Eu perguntei a um dos amigos dela, e ele me disse que ela tinha ido embora. Eu fiquei confuso. Por que ela teria ido embora sem me avisar? Isso não fazia sentido. Ela sempre me avisava quando ia sair.
Sem pensar duas vezes, fui direto até a casa dela. Cheguei lá, e a porta estava fechada. Ela não estava em casa ainda. Fiquei ali esperando, sentindo aquela sensação estranha no estômago. O que estava acontecendo? A hora passava, e eu ficava mais impaciente. Quando ela chegou, a expressão dela estava séria.
— O que aconteceu? — Perguntei, tentando entender. Eu estava começando a ficar frustrado. Ela parecia... diferente. Algo estava errado.
Ela me olhou, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela falou.
— Rodrick, não aguento mais isso. Não sei se você percebe, mas não tem mais como continuar assim. Se você não quer nada sério, então eu... eu não posso mais.
Eu fiquei em choque. O que ela estava falando? Eu não queria perder ela, mas... eu também não sabia o que queria. A Clara, a garota tagarela, tinha me feito pensar. Ela não me deixava em paz. Eu não queria que S/n pensasse que eu estava interessado em outra, mas... eu também não sabia como resolver isso.
— Você está falando por causa da Clara, né? — Eu disse, mais como uma afirmação do que uma pergunta. Ela fez uma cara de cansada, como se eu tivesse tocado no ponto certo.
— Sim, Rodrick. Eu estou cansada. Estou cansada de ver as garotas dando em cima de você, de me sentir insegura. Se você não sabe o que quer, então não dá mais.
Eu sentia uma dor no peito. Eu não queria que ela fosse embora. Eu sabia que eu gostava dela, mas não sabia o quanto. Tudo o que eu sabia naquele momento era que não podia deixar ela ir embora.
De repente, algo dentro de mim se quebrou. Eu me ajoelhei na frente dela, sem pensar muito.
— S/n... eu... eu não sei como dizer isso, mas eu não quero que você vá embora. Eu quero você. Eu só você. Eu sei que posso ser um idiota, mas... eu... quero que você seja minha. Você quer... namorar comigo?
Ela me olhou, sem saber o que dizer, mas quando ela finalmente falou, a expressão dela estava menos séria. Ela suspirou, quase rindo, e depois, com aquele sorriso que me fazia perder a linha, disse:
— Você é ridiculamente fofo, sabia? Mas, sim... eu aceito.
Eu sorri, mais aliviado do que eu já estava na minha vida. Levantei de repente, com um sorriso bobo no rosto.
— Então... agora eu sou ridiculamente seu, né? — Eu brinquei, tocando seu rosto de forma suave.
Ela riu e assentiu.
— Agora, vamos tomar um milkshake? Ainda está cedo... — Eu sugeri, puxando ela pela mão, de forma quase possessiva, como se ela fosse minha. Porque agora ela era.
E, por aquele momento, tudo estava certo. Ela era minha e, pela primeira vez, eu sabia o que eu queria. Eu não estava mais perdido.
