1-brigas

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Rodrick:

O SHOW

Eu tinha acabado de sair do palco com os caras da Loaded Diper. O show foi um sucesso - quer dizer, a gente nem desafinou tanto assim, e a galera parecia estar curtindo. Era o tipo de noite que me fazia pensar: "Caramba, é por isso que eu aguento essas encheções de saco."

Logo que saímos, um grupo de garotas veio correndo até mim. Algumas estavam rindo, outras gritando meu nome, e, do nada, uma delas estendeu o telefone na minha direção.

- Pega aí, Rodrick! Liga pra mim qualquer dia desses! - disse uma delas, jogando o cabelo para o lado como se isso fosse me convencer.

Eu só ri de canto, meio desconcertado. Peguei o papel com o número porque, sei lá, parecia mais fácil do que começar a explicar que eu não tava nem aí.

Mas a verdade é que eu já tinha tudo o que queria... e esse "tudo" era S/N.

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DE VOLTA PRA CASA

Cheguei em casa ainda cheio de adrenalina, mas, ao mesmo tempo, cansado pra caramba. Joguei meu baixo no sofá e subi direto pro meu quarto, pegando o celular no caminho. Minha cabeça só pensava em uma coisa: falar com ela.

Comecei a digitar:

Rodrick: "Ei, tá acordada?"

Demorou uns minutos, mas então ela respondeu:

S/N: "Sim, como foi o show?"

E assim começou. Conversamos por horas. Eu descrevia como a galera cantou junto em "Exploded Diaper" e como Greg quase derrubou meu amplificador enquanto ajudava a desmontar. Ela ria e fazia piadas que me faziam esquecer o cansaço.

Eu queria que ela estivesse ali comigo, mas sabia que no dia seguinte daria um jeito de vê-la.

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O DIA SEGUINTE

Ela veio pra minha casa no dia seguinte, como sempre fazia. Quando ela chegou, eu tava largado na cama, meio enrolado no lençol.

- Ei, dorminhoco! - ela brincou, entrando no quarto sem cerimônia.

Ela se jogou na cama ao meu lado, e eu automaticamente passei um braço ao redor dela. Era o tipo de coisa que fazia tudo parecer certo no mundo.

A gente tava no meio de uma conversa sobre... sei lá, alguma coisa idiota, quando meu celular vibrou. Peguei pra ver, e, pra minha surpresa, era uma mensagem de uma das garotas do show.

"Oi, Rodrick! Pensei em você o dia todo... Devíamos sair qualquer hora dessas. ;) "

Eu fiquei paralisado por uns segundos, sem saber o que fazer. Antes que eu pudesse reagir, S/N viu a mensagem.

Ela ficou em silêncio, mas a expressão no rosto dela me matou.

- O que é isso, Rodrick? - ela perguntou, a voz baixa, tentando não soar chateada.

- Nada, eu juro! É só uma garota do show... Eu nem sabia que ela ia mandar isso.

Mas ela não parecia convencida.

- Só uma garota do show? E você nem pensou em me contar que deu seu número pra outras pessoas?

- Não foi isso, eu... - tentei explicar, mas ela já tava pegando as coisas dela.

- Quer saber? Fica com suas "garotas do show", Rodrick.

Ela saiu antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa.

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DIAS DE SILÊNCIO

Eu tentei ligar, mandei mensagem atrás de mensagem, mas S/N não respondia.

Rodrick: "Por favor, fala comigo."
Rodrick: "Eu não queria que fosse assim."
Rodrick: "Eu sinto sua falta..."

Mas nada. Eu tava me sentindo um idiota completo. Como eu tinha deixado isso acontecer?

No terceiro dia, eu não aguentei mais. Peguei a van e dirigi até a casa dela.

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A RECONCILIAÇÃO

Ela atendeu a porta com uma expressão que era uma mistura de surpresa e irritação.

- O que você tá fazendo aqui, Rodrick?

- Eu vim consertar as coisas. Eu não vou embora até você me ouvir.

Ela cruzou os braços, claramente não convencida.

- Tá bom, fala.

- Eu fui um idiota, tá? Eu não devia ter pego aquele número. Não significa nada pra mim, e eu nunca quis te magoar. Você é a única pessoa que importa pra mim.

Ela me olhou por alguns segundos, e eu vi que seus olhos estavam marejados.

- Como eu posso saber que isso não vai acontecer de novo?

Eu dei um passo à frente e segurei suas mãos.

- Porque eu aprendi a lição. Não importa quantas pessoas venham falar comigo depois de um show, a única pessoa que eu quero no fim do dia é você.

Ela hesitou, mas então deu um suspiro longo.

- Você é insuportável, Rodrick.

- Eu sei - admiti, puxando-a para um abraço.

Ela encostou a cabeça no meu peito, e eu senti aquele alívio imediato.

- Mas você me ama mesmo assim, né? - brinquei.

Ela deu um leve soco no meu braço, mas sorriu.

- Talvez...

Eu ri, e então beijei o topo da cabeça dela.

No final, eu sabia que não merecia ela, mas tava decidido a fazer de tudo pra não ferrar as coisas de novo.

𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔/𝑹𝒐𝒅𝒓𝒊𝒄𝒌 ENCERRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora