S/n:
Era uma tarde como qualquer outra, e o corredor da escola estava mais barulhento do que nunca. Eu estava abrindo o armário, tentando me concentrar no que tinha que pegar para a próxima aula, quando senti alguém encostar o queixo no meu ombro.
— Ei, amor… — Rodrick sussurrou perto do meu ouvido, sua voz carregada de um tom carente. Ele deslizou os braços ao meu redor, me abraçando por trás, e eu senti um leve arrepio subir pela minha espinha.
Revirei os olhos, mas não consegui esconder o sorriso.
— Rodrick, a gente tá na escola. Não é o melhor lugar pra isso, né? — Minha voz saiu meio risonha, mas ao mesmo tempo, tentei soar séria.
Ele soltou um suspiro dramático, como se eu estivesse sendo injusta.
— Tô com saudade de você, não vejo nada de errado — Suas mãos apertaram minha cintura um pouco mais forte, como se ele estivesse tentando me convencer com esse toque. — A gente mal se viu hoje.
Virei a cabeça, encarando-o por cima do ombro.
— Rodrick, a gente literalmente teve aula juntos agora há pouco.
— Mas a professora não deixa eu ficar perto de você — Ele fez uma careta, quase infantil, mas o jeito como ele pressionava o corpo contra o meu me deixava levemente desconcertada.
— Você é impossível, sabia? — Tentei não rir, mas foi inevitável. Soltei um suspiro e me virei de frente para ele, deixando minhas costas encostadas no armário. Seus braços continuaram ao redor de mim, e agora estávamos mais próximos.
Rodrick sorriu, claramente satisfeito com a minha rendição.
— Só um pouquinho. Vamos dar um jeito nisso? — Ele se inclinou, os lábios tocando suavemente o canto da minha boca. Senti o calor subir pelo meu rosto, mesmo que ele fizesse isso o tempo todo.
— Rodrick… — Eu tentei protestar, mas antes que pudesse terminar a frase, ele me beijou de verdade, sua mão deslizando para o meu rosto enquanto o beijo se tornava mais profundo.
Eu sabia que estávamos na escola, e qualquer um poderia passar por ali a qualquer momento. Mas, naquele instante, o mundo lá fora pareceu desaparecer. As mãos dele eram firmes, porém suaves ao mesmo tempo, me puxando mais para perto, enquanto nossos corpos se ajustavam como se aquele fosse o nosso lugar.
— Você é muito carente, sabia? — Murmurei entre os beijos, minhas mãos agora enroscadas no cabelo dele.
— Eu sou. E você adora isso — ele respondeu com um sorriso presunçoso, ainda colado em mim.
Antes que eu pudesse retrucar, o sinal tocou, nos puxando de volta para a realidade. Rodrick deu um último beijo rápido e suspirou, relutante em se afastar.
— Ok, ok. Aula agora. Mas depois você é minha, combinado? — Ele piscou, me soltando com um toque final na minha cintura.
— Vamos ver se eu deixo — brinquei, mas o sorriso no meu rosto não negava o quanto eu gostava desses momentos com ele.
Rodrick deu de ombros, claramente confiante.
— Vou te esperar. Você sempre deixa.
