3-mais velha

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Rodrick :

Tá, eu nunca fui o cara mais sentimental do mundo, mas acho que essa história merece ser contada. Vou direto ao ponto: tem uma garota. Não, não é qualquer garota. Ela é... diferente. Não do tipo que escuta Löded Diper e entende todas as minhas piadas de humor ácido. Mas sei lá, tem algo nela que me deixa meio fora do ar.

A parada começou há umas semanas. Eu tava na escola, na sala de estudo (que, sinceramente, é o pior lugar pra mim), e vi ela sentada lá na frente. Não que eu fosse prestar atenção, porque, né, estudar não é a minha praia, mas alguma coisa nela me fez olhar. O cabelo dela tinha umas mechas coloridas, o tipo que grita “tô nem aí pra o que pensam”. E cara, o jeito que ela rabiscava o caderno parecia que tava compondo alguma obra de arte ou escrevendo uma música.

Descobri que ela é um ano mais velha. Isso deveria me desanimar, né? Porque, tipo, uma garota mais velha provavelmente nunca notaria alguém como eu. Mas eu sou Rodrick Heffley, não vou desistir tão fácil.

A primeira vez que falei com ela foi meio que por acidente. Eu tava encostado no armário do corredor, tentando achar uma desculpa pra faltar a aula de química, quando ela passou. A mochila dela rasgou, e uns livros caíram no chão. Eu meio que joguei um “Precisa de ajuda aí, ou só tá fazendo isso pra chamar atenção?”. Ela olhou pra mim e riu. Uma risada de verdade, não do tipo “nossa, que idiota”. E então respondeu: “Não preciso de atenção, mas aceito ajuda”.

Daí foi isso. Eu ajudei, e ela disse: “Valeu, Rodrick”. Sim, ela sabia meu nome. Minha mente explodiu na hora. Tipo, como assim?

Depois disso, a gente começou a trocar umas palavras aqui e ali. Nada muito sério, mas suficiente pra eu perceber que ela era ainda mais incrível do que eu pensava. Ela gosta de música, mas não exatamente do meu tipo. Prefere bandas mais clássicas, tipo The Cure e Joy Division. Eu até tentei tocar uma música que ela gosta pra impressionar, mas... bom, digamos que não foi meu melhor momento no palco. Ela achou engraçado e disse que eu devia tentar tocar o que eu gostava.

A verdade é que, quanto mais tempo eu passava com ela, mais eu percebia que tava gostando. Não só do jeito que ela se vestia ou do fato de ela ser engraçada. Era o jeito como ela me fazia sentir menos... idiota. Tipo, ela me olhava de um jeito que parecia que eu era mais do que só o baterista de uma banda meio ruim.

Uma vez, enquanto a gente conversava na lanchonete da escola, ela falou: “Você tem um jeito legal de ver as coisas, sabia? Meio bagunçado, mas eu gosto disso.” Cara, se isso não foi um elogio, eu não sei o que é.

Agora, tô aqui, tentando descobrir como dizer pra ela o que eu sinto sem parecer um completo babaca. Porque, sério, ela é incrível. E eu? Bom, eu sou só o Rodrick.

Mas sabe o que? Talvez isso seja o suficiente.

𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔/𝑹𝒐𝒅𝒓𝒊𝒄𝒌 ENCERRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora