Rodrick:
Ok, deixa eu me explicar. Eu não sou exatamente o cara mais organizado do mundo, certo? Mas eu tento. Quer dizer, às vezes eu esqueço umas coisas... tipo pegar a s/n na escola. Não foi por mal! Só que, quando percebi, já era tarde demais e ela já estava puta comigo. E, se fosse só isso, eu até conseguiria me safar, mas, pelo visto, eu já tinha vacilado antes.
Aí chegou a véspera de Ano Novo, e eu tava naquela vibe de querer resolver tudo antes da virada. Não sei explicar direito, mas eu sentia que precisava ver ela. Peguei meu celular e mandei:
"Ei, eu tô com saudades."
Ela visualizou. Mas, adivinha? Não respondeu. Isso doeu mais do que eu esperava.
Fiquei rolando na cama, pensando em como arrumar as coisas. Foi quando lembrei da festa que ela tinha me chamado há umas semanas. Será que ela foi? Tinha uma chance, e eu precisava tentar.
Vesti minha melhor camisa (ok, a menos amassada), passei uma água no cabelo e peguei o carro. Cheguei na festa meio deslocado, mas determinado. Procurei por ela entre as pessoas dançando e bebendo, até que, finalmente, vi aquela silhueta familiar perto da varanda. Ela estava linda, mesmo de costas.
Tomei coragem e fui até lá.
- Ei, s/n. - chamei, meio sem jeito.
Ela se virou, e o olhar dela era uma mistura de surpresa e irritação.
- Rodrick? O que você tá fazendo aqui?
Eu cocei a nuca, tentando não parecer um completo idiota.
- Eu... precisava falar com você.
- Sobre o quê? Como você esqueceu de novo? Olha, Rodrick, eu já tô cansada disso. - Ela cruzou os braços e parecia pronta pra me cortar no meio.
Eu respirei fundo.
- Eu sei que eu vacilei. De novo. E não é a primeira vez, mas... eu tô tentando, s/n. Juro.
Ela riu sem humor.
- Tentando? Rodrick, parece que você nem liga.
- Mas eu ligo! - interrompi, sentindo o desespero subir. - Isso é tudo novo pra mim, sabe? Eu não sou bom em demonstrar, mas eu... eu te amo, s/n. E sinto a sua falta.
Ela arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada. Eu sabia que precisava fazer mais. Olhei ao redor e vi uma flor caída no chão, provavelmente de alguma decoração. Peguei e me ajoelhei dramaticamente.
- Por favor, me perdoa. Eu sei que sou um desastre ambulante, mas vou tentar ser melhor. Prometo.
Ela olhou pra mim, e, por um momento, achei que ia rir da minha cara. E ela riu. Mas foi aquele tipo de riso que deixa o coração mais leve.
- Rodrick, você é impossível. - Ela pegou a flor da minha mão. - Eu sei que você não faz por querer, mas isso cansa, sabe?
- Eu sei. E é por isso que vou mudar. Eu não quero te perder, s/n.
Ela respirou fundo e, então, sorriu de leve.
- Ok, eu vou te dar mais uma chance. Mas só porque você é ridículo o suficiente pra achar que uma flor do chão resolveria tudo.
Eu me levantei e puxei ela pra um abraço apertado.
- Ridículo, mas seu.
Ela riu contra o meu peito, e eu beijei o topo da cabeça dela.
Quando a contagem regressiva começou, estávamos abraçados.
- 5... 4... 3... 2... 1! Feliz Ano Novo! - as pessoas gritaram.
Olhei pra ela, e ela olhou pra mim.
- Feliz Ano Novo, s/n.
- Feliz Ano Novo, Rodrick.
A gente se beijou, e, por um momento, parecia que o mundo tinha parado. Depois, fomos até os amigos dela, e eu prometi mentalmente que, em 2025, ia ser um namorado melhor.
E quer saber? Acho que tô indo bem até agora.
~○~
2/8 da maratona
