4-nada sério

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Rodrick

Cara, nunca pensei que eu fosse me encontrar numa situação dessas. Eu, Rodrick Heffley, o cara que sempre esteve no controle — ou pelo menos fingindo estar — me vi de pernas bambas por alguém. S/N.

Ela apareceu como quem não quer nada, mas deixou um estrago na minha cabeça. A garota mais fora da curva que eu já conheci. Ela é engraçada, direta, linda… mas tem uma regra clara: nada de relacionamento sério. Eu sei disso porque ela deixou bem claro desde o começo. E sabe o que é pior? Isso só me faz querer ela ainda mais.

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Era sexta à noite, eu estava ensaiando com a minha banda na garagem. Ela apareceu do nada, do jeito dela, jeans rasgado e aquele sorriso de quem sabe o poder que tem.

— "E aí, rockstar? Vocês estão mais ou menos hoje," ela provocou, se encostando na porta da garagem.

Eu ri, tentando não parecer tão afetado.

— "A gente tá só aquecendo. Você devia entrar e aprender alguma coisa sobre música de verdade," eu retruquei, enquanto tentava parecer despreocupado.

Ela entrou e sentou no sofá velho da garagem, cruzando as pernas. A cada comentário que ela fazia sobre como "minhas batidas precisavam de mais alma", eu só queria largar tudo e puxar ela pra mais perto.

Depois do ensaio, ela ficou pra conversar. Sempre ficava. Não era incomum a gente se perder em longas conversas sobre nada, mas naquela noite, eu decidi arriscar.

— "S/N, por que você tá sempre por aqui se não quer nada sério?" Eu perguntei, cruzando os braços, mas mantendo o tom leve.

Ela suspirou, mexendo no cabelo.

— "Porque você é divertido, Rodrick. E eu gosto disso. Mas eu não quero me prender. Simples assim."

Foi como levar um soco, mas eu não ia desistir tão fácil.

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Algumas semanas depois…

Depois daquele dia, eu comecei a mostrar que não era só "diversão". Não foi algo planejado; foi instintivo. Em um dos nossos encontros, a gente foi ao parque. Estávamos sentados na grama, e ela, sem perceber, encostou a cabeça no meu ombro. Meu coração deu um salto, mas fingi normalidade.

— "Tá confortável aí?" brinquei, olhando pra ela.

Ela deu uma risadinha.

— "Bem mais do que achei que seria. Não conta pra ninguém."

Meu instinto foi segurar a mão dela, mas hesitei. Só que aí, como se ela soubesse o que eu tava pensando, ela entrelaçou os dedos nos meus. Um gesto simples, mas, cara, aquilo parecia uma vitória.

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Mais um dia, mais incertezas

Um dia, enquanto ela me ajudava a carregar uns equipamentos pra um show da banda, eu parei e fiquei olhando pra ela.

— "O que foi?" Ela perguntou, arqueando a sobrancelha.

— "Eu só… tô tentando entender você. Entender nós."

Ela bufou, mas com um sorriso de canto.

— "Rodrick, eu já disse. Eu não quero compromisso."

— "E se eu disser que eu só quero o que você quiser? Não tô aqui pra te prender, S/N. Só… não quero perder isso que a gente tem."

Ela ficou em silêncio, o que me deixou ainda mais nervoso. Então, ela fez algo inesperado: se aproximou e passou a mão pelo meu rosto.

— "Você é tão bobo, sabia? Mas eu gosto disso em você."

O toque dela me deixou paralisado, mas antes que eu pudesse reagir, ela riu e entrou na van.

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O ponto de virada

Depois do show, eu a puxei pra um canto mais tranquilo. Meu coração tava acelerado, mas eu precisava dizer.

— "Eu não vou te pedir nada. Só queria que você soubesse que… eu gosto de você. Muito."

Ela ficou me olhando, sem piscar, e por um segundo achei que tinha estragado tudo. Mas então, ela deu um sorriso meio tímido.

— "Você é insistente, hein?"

— "Só quando vale a pena."

Ela deu um passo à frente, e antes que eu percebesse, ela passou os braços pelo meu pescoço. O beijo foi a confirmação que eu nem sabia que precisava.

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Final feliz? Quase.

Com o tempo, ela foi cedendo, aos poucos. Não houve promessas, nem rótulos, mas ela começou a aparecer mais, a ficar mais presente. E um dia, enquanto estávamos deitados no sofá, ela soltou, quase casualmente:

— "Talvez eu esteja reconsiderando essa coisa de 'não querer nada sério'."

Eu fingi que não ouvi.

— "O quê? Não ouvi direito, repete aí."

Ela me deu um tapa no braço, rindo.

— "Para, idiota."

E ali estava: o começo de algo que, talvez, fosse sério. E cara, valeu cada segundo de espera.

𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔/𝑹𝒐𝒅𝒓𝒊𝒄𝒌 ENCERRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora