Kaum xya. - "Você pode ser uma delas"

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- Professor do caralho, isso é falta de fazer filho, comer uma buceta, lavar uma louça. Ai que ódio! - eu resmungava enquanto terminava os exercícios que ele havia passado

A campainha tocou e por um momento duvidei da minha memória tentando lembrar se tinha chamado alguém aqui para casa. Corri sala a dentro e olhei pelo olho mágico, era Nina.

Abri a porta na velocidade da luz, ela estava mais morena e sem as tranças, tinha um sorriso maravilhoso no rosto e assim que me viu deixou todas as malas no chão e pulou no meu colo.

- Mon trésor, achei que tinha se perdido no caminho. - fiz um drama e ela deu risada

- Que nada, fiquei pensando em você todos os dias. Tava morrendo de saudades! - me abraçou com força e beijou minha testa

- Oi meu bebê, que saudades da minha vidinha. - falei brincando com Ruger que tinha ido com Nina

- Acabei ficando só uma semana em Praia Grande, ele tá morando aqui em São Paulo agora.

- Eu imaginei mesmo, até o Kyan tá morando aqui, lembra? A gente foi na casa dele uns tempos atrás. - suspirei me espreguiçando - Não vou poder ficar com você, tô indo pro estúdio, qualquer coisa encosta lá mais tarde. Bejo. - balancei as chaves entre os dedos e pisquei abrindo a porta

O Bluetooth do carro tinha se conectado à uma ligação que tinha acabado de ser feita e o nome de Apollo se estampou na tela.

- Oi, fala.

- Queria falar contigo, tá na sua goma?

- Não. Se eu conseguir vou pro estúdio, tá um trânsito infernal. - reclamei e pude ouvir ele dando uma risadinha do outro lado da linha

- Posso ir pra lá?

- Huhum, se tu conseguir chegar primeiro pode ir entrando que eu acho que o Diniz vai tá lá.

- Beleza, fechou. - desliguei a ligação e encarei o resto do trânsito que faltava para chegar ao local

Depois de alguns longos minutos eu finalmente cheguei no estúdio.

- Oi seu Waldemar! Tudo bom com o senhor? Sabe se o Apollo já subiu? - perguntei cumprimentando o porteiro

- Opa Kieza, ele já tá lá em cima sim. Não era pra ter liberado? - ele pareceu confuso

- Era sim, tá tudo certinho. Obrigada, fica com Deus. - acenei e corri até o elevador

- Eai Diniz! Quanto tempo! - cumprimentei o homem, ele é um dos que gerenciam o estúdio

- Porra, verdade Kieza! Bom te ver. - fez um toque comigo - Teu brother já tá aí.

- Valeu.

Abri a porta que dava ao estúdio principal e ele estava lá, relaxado enquanto mexia no celular. Quando me viu deu um meio sorriso e se levantou para me abraçar.

- Eai, como cê tá? - perguntou se jogando no sofá de novo

- Do mesmo jeito que ontem, mas com um pouco de dor de cabeça por causa do copo que seu amigo fez pra mim.

- Que amigo?

- Baskinho. - ri

- Hum, tendi. Mas eu vim aqui pra conversar de outras coisas contigo. - falou sério mas ainda era perceptível seu nervosismo - Quero me resolver contigo no bagulho, não gosto de ficar brigado com você. Ruinzão.

- E?

- Eu sei que eu pisei na bola, joguei a Carol no meio e até agora tô sem acreditar que eu falei aquele bagulho, mas no papo reto, tô aqui na humildade pra resolver de vez.

RETALHOS - BaskOnde histórias criam vida. Descubra agora