Now I Get It - Hyunin

O Bilhete

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Jeongin não sabia até quando conseguiria matar aula sem que sua mãe descobrisse. Já era o quarto dia que colocava seu uniforme e esperava a mais velha ir trabalhar para se trancar dentro de casa. Estava evitando a todo custo ser perseguido na escola, pois, infelizmente, as pessoas não ignoravam detalhes de sua vida que envolviam seu pai.

Tudo seria mais fácil se não tivesse alguém que sentia prazer em lhe desestabilizar.

Não queria ser dominado pela vergonha e pelo medo de encarar o mundo, mas, dessa vez, não se viu capaz de disfarçar suas emoções. Sentia que poderia desabar com qualquer comentário que ouvisse a respeito de seu pai. A vontade de sumir seria a mesma em qualquer lugar que estivesse, mas o caminho que escolheu foi lidar com isso sozinho em casa, onde não teria que ouvir piadinhas e provocações que só pioravam tudo.

Tinha consciência de que não podia continuar perdendo as aulas, embora essa não fosse a sua maior preocupação naquele momento. Não tinha um amigo para lhe passar a matéria do dia e isso poderia ser uma desvantagem quando as próximas provas chegassem. No entanto, Jeongin não estava com cabeça para tentar ser brilhante ou exemplar em meio à exaustão mental tanto sua quanto a de sua mãe.

Quando ficaram sabendo que seu pai responderia por mais um processo criminal, ambos tentaram ser fortes enquanto conversavam com o advogado da família, Dr. Kim Jongdae. Foi um momento difícil e, dessa vez, Jeongin ficou a todo momento ao lado de sua mãe, segurando sua mão e tentando fazê-la se acalmar. Joohyun sabia que também sofreria diante da sociedade, pois, mesmo sendo uma excelente profissional, ela ainda continuava lidando com clientes que desistiram de contratá-la quando descobriram sobre seu marido.

Durante esses momentos, Jeongin sentia uma revolta tão grande pelas atitudes de seu pai, visto que elas estavam deixando todos infelizes. Queria entender como seu pai conseguia ser tão irresponsável ao ponto de fazer algo que prejudicaria a vida de sua família. Era um inferno pensar que alguém que amava tanto não se importava tanto com ele e sua mãe.

Jeongin não queria decepcioná-la, mas ainda não se sentia seguro para receber algumas provocações na escola sem acabar chorando escondido no banheiro. Precisava de um tempo até conseguir provar a todos que nenhum comentário seria capaz de atingi-lo.

O primeiro dia foi mais tranquilo, pois havia dito para sua mãe que não estava se sentindo bem, tendo ela permitido que ficasse em casa para descansar sua cabeça. No segundo, convenceu a mais velha de que poderia ir caminhando para escola, pois isso o ajudaria a colocar seus pensamentos em ordem. Fez a mesma coisa no terceiro dia, esperando que ela saísse para o trabalho, enquanto ele se trancava em casa.

Naquele dia, Jeongin, mais uma vez, pensou em não ir à escola. Após ver sua mãe saindo para trabalhar, terminou de tomar seu café e achou melhor tirar seu uniforme, já que não sairia de casa. No entanto, antes que fosse para seu quarto, ouviu batidas na porta. Achou estranho, pois sabia que sua mãe tinha as chaves de casa.

Ao atender a porta, se surpreendeu ao se deparar com seu professor ali, como se estivesse o esperando.

- Professor? O que o senhor faz aqui?

- Fico feliz em ver que você está pronto para ir à escola – disse Minseok, notando que o mais novo estava de uniforme. – Quer uma carona?

Jeongin se viu em uma situação complicada, pois não imaginou que seu professor fosse até sua casa com a intenção de acompanhá-lo até a escola.