CAPÍTULO 10

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JIMIN

A manhã parisiense tinha aquele frescor típico, misturado com o aroma inconfundível de pão fresco e café que preenchia o ar.

Cheguei à cafeteria que Lina havia mencionado na mensagem, um pequeno lugar acolhedor com mesas redondas, cadeiras de ferro delicadas e uma decoração que misturava o charme clássico francês com toques modernos. Uma campainha suave soou quando empurrei a porta, e o cheiro de café recém-passado me envolveu.

Passei os olhos pelo ambiente, procurando alguém que pudesse ser o senhor Jeon, mas não vi ninguém que parecesse estar ali para um encontro. Suspirei e pensei comigo mesmo: Será que ele se atrasou?

Caminhei até o balcão, onde um jovem barista com um sorriso amigável me cumprimentou em francês.

— Bonjour, monsieur. O que deseja hoje?

— Um café, por favor. — Minha voz saiu um pouco hesitante, ainda me acostumando a pedir as coisas sem parecer um turista perdido.

O barista assentiu e começou a preparar minha bebida. Aproveitei para observar o lugar. Havia um casal discutindo animadamente sobre o que parecia ser uma viagem, um homem mais velho lendo o jornal com expressão séria, e uma garota distraída, rabiscando algo em um caderno. O ambiente tinha uma serenidade que contrastava completamente com o caos que era minha cabeça naquela manhã.

Quando o café ficou pronto, peguei a xícara e me dirigi a uma das mesas vagas, escolhendo um lugar próximo à janela. Sentei-me, coloquei a xícara sobre a mesa e puxei meu celular do bolso para verificar o horário novamente. Olhei para o relógio na tela e senti meu rosto esquentar de vergonha.

— Droga, Jimin… você viu a hora errada de novo. — Sussurrei para mim mesmo, balançando a cabeça.

O senhor Jeon não estava atrasado. Eu é que tinha me adiantado. E muito. Não sabia como havia chegado tão rápido, até perceber que a confusão era minha. Minha vontade era de me afundar na cadeira. Que burro! Como é que eu faço uma coisa dessas?

Tentei tomar um gole do café, mas ele estava quente demais, quase queimando minha língua. Isso só piorou meu humor. Encostei na cadeira, cruzando os braços e olhando para a porta como se isso fosse adiantar alguma coisa. Suspirei de novo, sentindo o peso de tudo que estava me deixando fora de mim.

Taemin.

Só de pensar nele, senti meu peito apertar. Ele tinha desaparecido completamente. Nenhuma mensagem, nenhuma ligação. Parecia que a terra o tinha engolido.

Peguei o celular e, mais uma vez, verifiquei se havia algo novo. Nada. Absolutamente nada.

— Por que você faz isso comigo? — Murmurei baixinho, como se as palavras pudessem alcançar ele de alguma forma.

Não era só o desaparecimento dele que me incomodava. Era o descaso, o fato de ele não se importar com o que eu estava sentindo. Mesmo depois de tanto tempo juntos, parecia que eu não significava nada para ele. Minha cabeça estava uma bagunça. Ele fazia isso comigo, tirava meu juízo do prumo, me fazia duvidar de mim mesmo. Eu odiava essa sensação de não ser suficiente.

Tentei afastar os pensamentos enquanto mexia o café com a colher, vendo o líquido escuro girar lentamente. Mas era impossível. Tudo me levava de volta para o mesmo lugar. Fechei os olhos por um momento, respirando fundo, tentando me concentrar no que realmente importava: o encontro com o senhor Jeon. Eu precisava desse emprego. Não podia me dar ao luxo de perder essa oportunidade por causa dos meus problemas pessoais.

Cuidando Do Coração Do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora