CAPÍTULO 7

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Enquanto eu observava o carro se afastar com Minjun no banco de trás, senti um aperto no peito que era difícil de explicar.

A imagem do meu filho indo embora, mesmo que fosse só para uma noite, deixava um vazio estranho, quase sufocante. Era uma mistura confusa de orgulho e insegurança, como se eu estivesse soltando um pedaço de mim e, ao mesmo tempo, sendo arrancado dele.

Tinha que confiar que ele estaria seguro sem mim, mas era como se algo dentro de mim resistisse a essa ideia.

Respirei fundo, tentando aliviar o peso no peito, e dei as costas ao prédio, forçando-me a caminhar até o meu carro. Entrei, afrouxei a gravata e soltei um suspiro pesado, sentindo o cansaço de toda a semana cair sobre mim de uma vez.

Era um cansaço que ia além do físico — era o peso de tentar ser tudo para Minjun, de ser pai e, ao mesmo tempo, tentar manter o controle sobre uma vida que eu sabia estar sempre por um fio.

Dirigi para casa em silêncio, com a cabeça cheia de pensamentos. A cada quilômetro que me afastava do escritório de onde Minjun foi levado, a sensação de solidão parecia crescer. Sabia que era só uma noite, mas o vazio no banco de trás do meu carro parecia insistir que era mais do que isso, como se estar sem ele me deixasse exposto de alguma forma.

Quando cheguei ao apartamento, larguei as chaves na mesinha da entrada e fui direto para o sofá. Afundei no estofado macio, chutando os sapatos para longe com um movimento desleixado, e soltei um suspiro profundo. Levei o antebraço aos olhos, tentando bloquear a luz da sala e, talvez, conter a dor de cabeça que ameaçava aparecer junto com o peso das preocupações.

O silêncio da casa, que em outros momentos me trazia uma sensação de paz, agora parecia grande demais. Cada canto do apartamento parecia frio, vazio, como se até as paredes notassem a ausência de Minjun. Eu não imaginava que uma noite sem ele pudesse parecer tão… dolorosa.

De repente, o som do celular vibrando na mesa ao lado me arrancou desses pensamentos. Estendi a mão e desbloqueei a tela, encontrando uma mensagem de "Hoseok".

Fazia meses que não falava com ele. Ele tinha se mudado para o exterior a trabalho, e desde então, nossa comunicação tinha ficado cada vez mais espaçada. Ver o nome dele na tela foi como uma lufada de ar fresco, uma lembrança de um tempo em que a vida parecia menos complicada, quando a maior preocupação era escolher um bar pra ir.

Hoseok:

E aí, irmão.
Como tá essa vida de pai solo?

A mensagem me fez sorrir de leve, mas ao mesmo tempo me lembrou de todas as inseguranças que carregava. Não era fácil ser o único responsável por Minjun, e por mais que eu tentasse ser forte por ele, às vezes me sentia tão perdido. Olhei para a tela, com os dedos pairando sobre o teclado, e digitei, hesitante.

Eu:

Sobrevivendo.
Sentindo falta de quando as coisas eram mais simples, pra ser sincero.

Esperei a resposta, e o celular vibrou quase que instantaneamente.

Hoseok:

Então, que tal uma pausa pra lembrar um pouco disso?
Tô de volta na cidade por uns dias.
Vamos sair hoje, só nós dois.
Esquecer o mundo por umas horas?

A ideia me pegou desprevenido. Fazia tempo que não saía pra realmente me desligar, sem pensar nas responsabilidades ou no peso de ser pai. Olhei ao redor, para o silêncio quase frio do apartamento, e a ideia de estar ali sozinho a noite toda parecia ainda mais sufocante.

Cuidando Do Coração Do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora