CAPÍTULO 14

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O sol mal começava a iluminar o quarto quando fui arrancado do sono por um peso súbito no peito, seguido de risadas leves e familiares.

— Papaaaai! Acorda! — Minjun praticamente gritou, enquanto pulava na cama como se fosse um pequeno canguru em um campo aberto.

Soltei um gemido exagerado, fingindo que o peso dele era insuportável, e cobri o rosto com um travesseiro.

— Minjun... o que é isso? Um terremoto? — murmurei, fingindo desespero, mas já sentindo um sorriso escapando dos lábios.

— Não, sou eu! — ele respondeu com toda a sua alegria, jogando-se ao meu lado e tentando puxar o travesseiro para longe do meu rosto. — Papai, acorda! É de manhã!

Abri um olho devagar, me acostumando à claridade suave que começava a invadir o quarto. A visão de Minjun, com aquele sorriso largo e os olhos brilhando de entusiasmo, foi suficiente para me fazer esquecer o cansaço. Ele estava com o pijama de dinossauro, amassado e torto, e os cabelos bagunçados apontavam para todas as direções, como uma pequena explosão de alegria.

— Você sabe que horas são? — perguntei, fingindo estar bravo, enquanto o segurava pela cintura e o puxava para mais perto.

— Hora de acordar! — Ele declarou, com toda a certeza do mundo, e começou a pular mais uma vez, fazendo a cama balançar como um barco na tempestade.

— Ei, ei, pequeno terremoto, calma aí! — brinquei, fingindo segurá-lo como se ele fosse um perigo iminente. — Quem te ensinou que é legal acordar seu pai desse jeito?

— Ninguém. Eu inventei! — Ele disse, rindo e se jogando sobre o meu peito, me olhando de perto. — Papai, hoje o Jimin vai vir aqui, né?

A empolgação em sua voz era evidente, mas havia algo mais. Seus dedos pequenos começaram a brincar com o lençol, um hábito que eu reconhecia como nervosismo. Sentei-me na cama, mantendo-o perto, e sorri para ele.

— Vai, mon trésor. Mas ainda falta um tempinho. — Baguncei seu cabelo já desgrenhado, e ele riu, mas ainda parecia pensativo. — Por que você tá tão animado?

— Porque ele é amigo da Lina, e a Lina é legal. Então ele deve ser legal também, né? — Minjun disse, como se estivesse apresentando uma teoria muito lógica e difícil de contestar.

Soltei uma risada baixa, puxando-o para um abraço.

— Com certeza, pequeno gênio. Ele é bem legal. — Respondi, lembrando-me da noite anterior, quando sentamos juntos para mandar a mensagem ao Jimin. Minjun ficou tão curioso que passamos um bom tempo conversando sobre como seria conhecê-lo.

O silêncio que veio depois era incomum. Minjun, geralmente tão falante, parecia estar escolhendo as palavras com cuidado. Ele finalmente levantou os olhos e perguntou:

— Papai, você acha que ele vai gostar de mim?

A pergunta me atingiu em cheio. Minjun era o menino mais doce que eu conhecia, sempre alegre e cheio de energia, mas, naquele momento, ele parecia vulnerável. Segurei seus ombros pequenos e olhei diretamente em seus olhos, que refletiam aquela insegurança tão pura e inocente.

— Minjun, quem não iria gostar de você? — Minha voz saiu suave, mas firme. — Você é incrível. Sabia disso? — Ele deu de ombros, meio tímido. — Tenho certeza de que o Jimin vai gostar muito de você. E, se não gostar... bem, aí a gente manda ele embora, que tal? — Acrescentei, com uma expressão séria e logo depois o ataquei com cócegas na barriga.

Ele se contorceu, soltando gargalhadas tão altas que ecoaram pelo quarto.

— Papai, para! — Ele gritou entre risos, tentando afastar minhas mãos.

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