CAPÍTULO 16

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JIMIN

Quando entrei em casa, fechei a porta atrás de mim e soltei o ar preso nos pulmões, como se aquele gesto pudesse aliviar o peso acumulado do dia.

O dia havia sido longo, mas diferente dos outros. Minjun... A imagem do pequeno me invadiu como um raio de sol que atravessa uma janela empoeirada. Seu sorriso tímido, as risadinhas leves enquanto apertava Moumou contra o peito... Ele era especial, tão inocente, tão genuíno, que eu me peguei sorrindo sozinho, algo raro ultimamente. Era como se ele me lembrasse que ainda havia algo puro no mundo, algo que valia a pena proteger.

Passei a mão pelos cabelos, tentando afastar os pensamentos e focar no agora. A bolsa escorregou do meu ombro, caindo no chão com um baque suave, enquanto eu começava a tirar os sapatos. Mas antes que eu pudesse relaxar, algo no ambiente me deixou em alerta.

Levantei o olhar, e foi como se todo o ar que eu havia acabado de soltar tivesse voltado para os pulmões de uma só vez.

Taemin estava sentado no sofá.

— Taemin? — Minha voz saiu baixa, hesitante, carregada de surpresa e uma pitada de apreensão. — O que você está fazendo aqui?

Ele levantou devagar, os movimentos calculados, quase hesitantes. Seus ombros estavam caídos, e seu rosto exibia algo que eu não via há muito tempo: arrependimento. Mas eu sabia que com Taemin, nada era tão simples.

— Jimin... eu precisava te ver. — Ele começou, a voz baixa e suave, carregada de uma tristeza que parecia ensaiada demais para ser espontânea.

Dei um passo para trás, instintivamente. Não era medo, mas um tipo de autopreservação que se manifestava antes mesmo que eu percebesse.

— Você não pode simplesmente entrar aqui como se nada tivesse acontecido, Taemin. — Minhas palavras soaram mais firmes do que eu me sentia, mas ainda carregavam a vulnerabilidade de quem já havia perdoado vezes demais. — Depois de tudo... — Minha voz falhou.

Ele ergueu as mãos, como se quisesse me tranquilizar, e deu um passo à frente.

— Por favor, escuta. — Sua voz quase implorava. — Eu errei, eu sei que errei. Mas eu... — Ele parou, respirando fundo, os olhos fixos nos meus. — Eu tava perdido, Jimin. A ideia de te perder me deixa louco. Eu não sei como lidar com isso. — Seus olhos começaram a brilhar com lágrimas que ele não deixou cair.

Algo dentro de mim vacilou. Era sempre assim. Ele sabia exatamente onde me atingir, como fazer meu coração amolecer. As palavras que ele dizia... pareciam sinceras. Mas será que eram? Ou eu só queria desesperadamente acreditar nelas?

— Taemin, eu... — Minha voz era um sussurro.

— Eu te amo, Jimin. — Ele deu mais um passo à frente, a distância entre nós diminuindo. — Eu sou um idiota por não mostrar isso da forma certa, mas eu não posso viver sem você. Você é tudo o que eu tenho.

Ele sabia o que dizer. Ele sabia como fazer as palavras entrarem em minha mente e nublarem qualquer dúvida que eu pudesse ter. E naquele momento, eu senti minha muralha interna desmoronar, como sempre acontecia.

— Eu não sei... — Comecei, mas antes que pudesse completar, ele se aproximou ainda mais e segurou meu rosto com as mãos.

— Por favor, Jimin. Me dá mais uma chance. Eu prometo que vou mudar. Por você. Por nós. — Sua voz tremia, e seus olhos pareciam cheios de uma sinceridade que era quase impossível não acreditar.

Quando percebi, já estava chorando. E então ele fez o que sempre fazia: me envolveu em seus braços, me segurando firme como se eu fosse algo precioso que ele não podia deixar escapar. A sensação era reconfortante, familiar, como voltar a um lugar conhecido, mas não necessariamente seguro.

Cuidando Do Coração Do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora