CAPÍTULO 6

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MINJUN

A porta se abriu e, antes que eu pudesse olhar tudo, vi um homem alto com cabelo escuro e um sorriso que parecia iluminar todo o lugar.

Fiquei um pouco assustado e, sem pensar duas vezes, corri para me esconder atrás das pernas do tio Nam, segurando meu ursinho bem apertado contra o peito.

— Oi, você deve ser o Minjun! — o homem disse, abaixando-se um pouco para me olhar. Ele tinha um olhar suave, e dava para ver que ele estava tentando ser simpático, mas mesmo assim fiquei meio tímido.

— Ei, Minjun, esse é o Jin. Ele mora aqui comigo, lembra? — o tio Nam falou, passando a mão no meu ombro para me dar coragem.

Eu balancei a cabeça, sem falar nada, espiando por trás das pernas do tio. Jin deu uma risadinha e, ao invés de insistir, fez algo engraçado: começou a imitar o meu ursinho, como se ele também tivesse um amigo de pelúcia.

— Eu também tenho um ursinho... o nome dele é... Senhor Ursão! — ele disse, fingindo que abraçava um ursinho imaginário e me olhando de lado. Não resisti e deixei escapar uma risadinha baixinha.

— O seu é o Moumou? — ele perguntou, apontando para o meu ursinho. Concordei com a cabeça, ainda escondido, mas sem conseguir segurar um sorriso pequeno.

Jin olhou para o tio Nam com uma piscadinha, e os dois riram, mas eu senti que estavam tentando me deixar confortável. Aos poucos, soltei um pouco as pernas do tio Nam e olhei melhor para Jin, que parecia bem legal.

— Vou tomar um banho rápido e volto já, tudo bem, Jin? — tio Nam disse, se afastando e bagunçando o meu cabelo.

O tio Jin assentiu, e eu só observei enquanto ele ia em direção ao corredor. Quando ele sumiu de vista, o tio Jin se abaixou para falar comigo.

— Não precisa ter medo, meu amor. Eu juro que sou legal. Adoro crianças. Tenho certeza que nós vamos nos dar muito bem.

Eu sorri e, antes que pudesse falar alguma coisa, o tio Jin  olhou ao redor e abriu um armário, tirando algumas caixas coloridas.

— Quer desenhar? — ele perguntou, sorrindo.

Eu fiquei animado, porque adorava desenhar, especialmente com as canetinhas coloridas que o papai nem sempre deixava usar.

Assenti com força, e o tio Jin pegou várias coisas legais: lápis de cor, canetinhas, papéis e até uns adesivos brilhantes. Levamos tudo para o tapete da sala e ele sentou ao meu lado.

Eu peguei uma folha e comecei a desenhar um barco pirata. Queria fazer um desenho bem bonito para o papai ver depois, e o tio Jin me ajudava, fazendo ondas azuis ao redor do barco.

— Esse é o Capitão Minjun, o pirata mais corajoso dos mares! — ele disse, apontando para o bonequinho que eu tinha desenhado no barco. Soltei uma risadinha, gostando da brincadeira.

A gente estava tão concentrado nos desenhos que quase não percebemos quando tio Nam voltou. Ele estava com o cabelo molhado e cheirava a sabonete, o que me fez rir, porque ele parecia o tio Jin, só que com o cabelo todo bagunçado.

— Nam, por que você não cuida do Minjun enquanto eu preparo algo para o jantar? — Jin sugeriu, dando um sorriso para mim. Eu concordei com a cabeça, já gostando mais dele.

O tio Nam sorriu e assentiu.

— Que tal, Minjun? Você quer fazer um desenho bem bonito para mostrar para o papai depois?

— Sim! — falei, pegando uma canetinha vermelha e começando a desenhar uma bandeira de pirata no meu barco.

Enquanto o tio Nam ficava ao meu lado, eu podia ouvir o barulho de panelas e a voz suave do Jin vindo da cozinha.

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