JUNGKOOK
Enquanto dirigia pelas ruas movimentadas de Paris, meu olhar alternava entre a estrada à minha frente e o espelho retrovisor, onde Minjun falava animadamente, gesticulando com Moumou em mãos. Sua energia parecia não ter limites, mesmo tão cedo pela manhã.
Ele narrava cada detalhe da noite anterior com empolgação, como se estivesse contando a melhor história do mundo. — E aí o dragão tinha uma voz assim, papai! — Ele engrossou o tom da voz, tentando imitar o que ouvira. — E a princesa falava toda fina! Foi muito engraçado, né, Jimin hyung?
Minjun se virou ligeiramente na cadeirinha, tentando captar a reação de Jimin, e eu aproveitei para lançar um breve olhar na direção dele. Jimin estava sentado no banco do carona, a cabeça levemente inclinada, um pequeno sorriso no rosto.
— Foi sim, Minjun. Você fez tudo ficar ainda mais divertido. — Sua voz saiu baixa, mas afetuosa, como se quisesse devolver um pedaço da alegria do menino.
Minjun gargalhou, satisfeito com a resposta, e voltou a tagarelar, mas Jimin parecia mais introspectivo. Ele assentia ou respondia em poucas palavras, suas mãos repousando no colo, mas seus dedos se mexiam levemente, como se ele estivesse tentando conter algum nervosismo. Seus olhos estavam fixos na paisagem da janela, mas eu podia perceber que sua mente estava longe.
Franzi a testa, voltando a atenção para a estrada. Algo nele parecia... diferente. Não era o Jimin brincalhão que Minjun descrevia ou o cuidadoso que eu tinha visto na noite anterior.
Será que ele estava desconfortável por ter passado a noite no meu apartamento? Eu tinha tentado fazer com que ele se sentisse à vontade – oferecer roupas, um banho, o café da manhã – mas talvez não tivesse sido suficiente. Talvez ele estivesse preocupado que isso causasse problemas em sua rotina ou com alguém próximo.
Ou, pior, talvez ele se sentisse invadido. Era uma situação incomum, afinal. Ele passou a noite no meu sofá, com meu filho. Quem poderia culpá-lo por se sentir deslocado?
Mas tinha mais. Sua expressão não era apenas de alguém desconfortável; parecia que ele carregava um peso invisível, algo que ele não estava disposto a compartilhar.
Minha mente começou a vagar por possibilidades. Será que ele tinha recebido alguma mensagem ruim? Algo relacionado a algum trabalho? Ou talvez... algo mais pessoal?
Soltei um suspiro baixo, tentando afastar os pensamentos. Ele disse que estava tudo bem, então quem sou eu para duvidar? Mas, porra, ver Jimin assim me incomodava de uma maneira que eu não estava preparado para lidar.
Minjun continuava falando, o som de sua voz preenchendo o carro. Eu agradecia por isso; seu entusiasmo criava uma bolha de leveza que parecia aliviar a tensão no ar. Mas não conseguia deixar de lançar olhares rápidos na direção de Jimin, esperando captar algum sinal que pudesse explicar o que estava acontecendo.
E quando Jimin virou o rosto, percebendo minha observação, ele me olhou por um segundo antes de desviar, ajustando o cinto de segurança como se precisasse de algo para fazer.
— Está tudo bem, Jimin? — Perguntei baixinho, tentando não chamar a atenção de Minjun, que ainda estava perdido em sua história.
Ele piscou, surpreso, e abriu um sorriso pequeno, mas tenso. — Sim, senhor Jeon. Tudo bem. — Respondeu rápido demais, sua voz calma, mas com uma hesitação que eu não deixei passar.
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Cuidando Do Coração Do CEO
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Jeon Jungkook tem uma vida meticulosamente planejada. Ele construiu um império e criou um lar seguro para seu filho Minjun, dedicando-se a tudo com uma precisão incansável. Mas quando uma série de eventos inesperados coloca em risco o...