Cuidando Do Coração Do CEO

CAPÍTULO 20

JIMIN

A primeira coisa que percebi ao despertar foi a textura macia do sofá sob mim, contrastando com o peso leve do cobertor que me cobria parcialmente. 

O ambiente estava mergulhado em um silêncio quase absoluto, interrompido apenas pelos sons abafados vindos da televisão. Os desenhos animados ainda passavam, lançando sombras coloridas pela sala.

Pisquei algumas vezes, tentando ajustar os olhos à penumbra suave e afastar a névoa do sono. Passei a mão pelo rosto, sentindo a confusão típica de quem não reconhece de imediato onde está. 

Foi então que um som suave me fez congelar: passos. Eles vinham da escada, ritmados e quase imperceptíveis.

Levantei o olhar lentamente, e o que vi me deixou sem reação.

Jungkook descia as escadas com uma calma preguiçosa, os movimentos tão naturais e fluídos que pareciam ensaiados. 

Ele vestia apenas uma calça de moletom cinza, que pendia de forma quase provocante em seus quadris, revelando o início de uma cintura firme e bem definida. Seus pés descalços tocavam o chão sem fazer barulho, mas era a visão do resto dele que me fez esquecer como respirar.

Em uma das mãos, ele segurava uma toalha que usava para secar os cabelos úmidos, que ainda brilhavam sob a luz sutil do abajur da sala. Pequenas gotas de água escorriam por seu pescoço, traçando caminhos tortuosos por seu peito bem definido e abdômen marcado antes de desaparecerem abaixo da cintura. A pele levemente bronzeada refletia um brilho suave, como se a própria iluminação tivesse sido pensada para ele.

Engoli em seco, sentindo um calor incômodo subir pelo meu pescoço até tingir minhas bochechas. Meus olhos o seguiam, sem controle, absorvendo cada detalhe de seus músculos que se moviam a cada passo. Era uma visão quase hipnotizante, e eu sabia que deveria desviar o olhar, mas não conseguia.

Quando seus olhos encontraram os meus, um sorriso lento e carregado de algo inconfundivelmente provocante surgiu em seus lábios. Meu peito apertou, e senti como se o ar tivesse sido arrancado da sala. Ele sabia exatamente o que estava fazendo. Ele sabia.

Jungkook continuou caminhando em minha direção, cada passo parecendo ecoar na sala. Meus músculos estavam tensos, e meu coração batia tão rápido que parecia estar tentando escapar da minha caixa torácica. Quando ele finalmente parou na minha frente, sua presença parecia dominar todo o espaço ao meu redor.

Ele se inclinou levemente, e o aroma fresco e limpo que vinha dele me envolveu. Era o tipo de cheiro que você não esquece, algo que grudava na memória e fazia questão de ficar. Ele se sentou ao meu lado, próximo o suficiente para que os joelhos dele roçassem os meus. Aquele toque casual fez minha respiração ficar presa na garganta.

— Dormiu bem, docinho? — Ele perguntou, a voz rouca, grave, carregada com um tom íntimo que fez minha pele inteira se arrepiar.

Docinho? Meu corpo reagiu antes que minha mente pudesse processar o apelido. Um calor intenso espalhou-se pelo meu peito, descendo pelo abdômen, até se acumular de forma quase torturante entre minhas pernas. 

Meu rosto ficou em chamas, e tudo o que consegui fazer foi engolir em seco enquanto tentava recuperar o controle da minha respiração.

Antes que eu pudesse responder, Jungkook ergueu a mão. Seus dedos, firmes mas gentis, afastaram uma mecha de cabelo que caía sobre meu rosto. O toque breve de sua pele na minha foi como uma descarga elétrica, e eu não consegui conter o pequeno tremor que percorreu meu corpo.