Tive que fugir um pouco da confusão de são Paulo, precisava respirar novos ares e nada melhor do que vir para a cidade maravilhosa né? Desde que tudo aconteceu, eu tenho evitado sair de casa, mas coloquei na cabeça que dessa vez seria diferente.
Estou parada no meu lugar favorito no mundo, a praia de Botafogo, e sinto saudades de compartilhar isso com os meninos. Piquerez quase chorou quando descobriu que eu ficaria duas semanas aqui no Rio, me fez prometer que eu não me deixaria cair em papo de carioca, mas eu estava de dedos cruzados pelas costas.
Observar a praia no entardecer é surreal. Tudo ao redor parecia se locomover devagar só para que eu pudesse admirar mais a vista. Só tenho a agradecer por todos os momentos, está longe de tudo pareceu me trazer um pouco de paz, mas não o suficiente para me curar. 𝘈 𝘤𝘶𝘳𝘢 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘪𝘴𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘦ç𝘢𝘳 𝘥𝘦 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘳𝘰, 𝘦 𝘯ã𝘰 𝘥𝘦 𝘧𝘰𝘳𝘢.
Me consertar foi prioridade durante todo esse tempo, mesmo que eu ainda esperasse por eles. Eles não foram os completos monstros que a minha mente pintava que eles era. 𝘈 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘢 𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦 𝘯𝘰𝘴 𝘢𝘶𝘵𝘰𝘴𝘢𝘣𝘰𝘵𝘢𝘳 𝘢 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘮𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰, 𝘣𝘢𝘴𝘵𝘢 𝘵𝘦𝘳 𝘶𝘮 𝘮í𝘯𝘪𝘮𝘰 𝘮𝘰𝘵𝘪𝘷𝘰. Finalmente me sinto estável para encarar tudo que a vida pode me oferecer, e todos os problemas que deixei para depois, o depois chegou.
E começo a achar que mesmo que tudo aconteça por um motivo, as vezes os acontecimentos não tem motivos causados por nós, e sim pelos outros. Nossa reação acaba afetando isso também, e é injusto. Injusto, porque simplesmente colho algo que eu nunca plantei. A discórdia, desconfiança e infidelidade, eu nunca plantei algo assim, nunca incentivei ou cometi. Sofro as consequências dos motivos dos outros, e não pelos meus motivos. E é o que me faz ter uma lista de lições.
A primeira é - 𝘕ã𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘦 𝘰 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘵𝘰 𝘵𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘢𝘭𝘨𝘶é𝘮 𝘯𝘶𝘯𝘤𝘢 𝘷𝘢𝘪 𝘦𝘴𝘵á 𝘴𝘢𝘵𝘪𝘴𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰. Podemos morrer tentando, e mesmo assim sempre terá alguém que vai falar que você poderia ter feito bem mais ou melhor.
A segunda é - 𝘊𝘢𝘣𝘦ç𝘢 𝘤𝘩𝘦𝘪𝘢 𝘵𝘢𝘮𝘣é𝘮 é 𝘰𝘧𝘪𝘤𝘪𝘯𝘢 𝘥𝘰 𝘥𝘪𝘢𝘣𝘰. Dizem que cabeça vazia é oficina do diabo, mas ninguém fala de que mesmo com a cabeça cheia de coisas, ele sempre tem a oportunidade de se fazer presente. Seja numa ideia ou em um pensamento que tivemos.
