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São Paulo
Dois meses depois
O tempo tem corrido, já é novembro e eu mal consegui expressar o que aconteceu durante o decorrer desse ano. Tomei decisões tão premeditadas e que teve reações nem tão boas como sempre.
Odiei ter que perder a mulher que amo, mas entendo que o que aconteceu foi para fortalecer, e entender que idade não é sinônimo de maturidade.
Achar que tudo que você faz não vai afetar em nada a vida dos outros, mas afeta sim, e muito. E reparar essas ações é difícil para caralho.
Olhar ela deitada no peito totalmente indefesa por conta do sono, é significado de que eu mesmo tendo errado para caralho com essa garota.
Procurei tanto por alguém que me completasse por me achar metade, e ela me fez entender que eu sou completo e eu precisava de alguém que fosse completo também.
Passo a mão pelos fios de cabelo insistente que ficava pelo rosto dela, vejo ela se remexer e eu sorrio. Eu adoro quando ela aparece na minha cama de madrugada, depois que eu entreguei as chaves do meu apartamento para ela, ela simplesmente decide invadir quando bem entende.
E é fácil também, só atravessar o corredor e entrar no meu apartamento.
Já estava planejando a algum tempo me mudar, e calhou de aparecer um apartamento em frente ao dela, não perdi a oportunidade.
Ter a minha mulher por perto é a melhor sensação, e com certeza eu não seria louco de deixar qualquer outro ser vizinho dela.
Piquerez quase me matou quando soube, se o olhar que ele me deu quando soube pudesse matar, minha mãe já teria enterrado um filho. Agora ele faz plantão por aqui parecendo urubu quando tem carne nova
Nesse exato momento ele aparece entrando no quarto e eu levanto o olhar para ele que mantém uma expressão neutra. Sempre fico meio incerto quando ele tem essa expressão.
- o que rolou? - pergunto baixo e sinto Alicia se mexer em meu peito
- Richard sumiu de novo. - fala e eu suspiro - achei que ele já tinha superado essa fase, mas passei no apartamento dele e o porteiro falou que ele saiu de mala.
- liga para a Nicole, ele deve está com ela. - falo e ele apenas assente saindo com o telefone na orelhas
- o que tá acontecendo? - uma voz baixinha fala e eu deslizo meu olhar para Alicia que tem os olhos de mel focados em mim agora
