Capítulo 11

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POV Narrador.

— Hoje à noite, na sua suíte? — Kerem perguntou a Hande assim que estacionou o carro em frente ao hotel. Ela lançou lhe um olhar de soslaio enquanto entregava a chave do veículo ao valete que aguardava.

O silêncio os acompanhara o caminho inteiro desde o estúdio. Nenhum dos dois havia falado sobre o que acontecera mais cedo.

— O quê? — Hande perguntou, fingindo desinteresse.

— Nossa próxima aula. Achei que tínhamos concordado que eu estava de recuperação. — Ele sorriu malicioso, dando um passo para acompanhá-la. Hande parou por um instante, o sorriso brincando nos lábios, e virou-se para encará-lo. Seus olhos o analisaram de cima a baixo, e ela mordeu o lábio inferior antes de responder.

— Já marquei com outro aluno para esta noite. — Ela piscou, girando nos saltos e caminhando para o saguão do hotel, deixando Kerem sem palavras.

Ele não sabia se estava sem palavras por causa da resposta dela ou porque sua atenção estava completamente presa no modo como Hande caminhava, os quadris se movendo com uma confiança que o deixava hipnotizado.

Horas mais tarde, Hande abriu a porta da suíte para Kaan, que sorriu descaradamente ao vê-la. Não era de se admirar: Hande ainda não decidira o que vestir e o recebeu apenas com lingerie. Ela, porém, não se importava nem um pouco.

— Está adiantado — comentou, um sorriso de falsa inocência nos lábios. — Para onde vamos? Só para eu poder escolher o que vestir.

Kaan riu, mas seus olhos mal disfarçavam a apreciação ao corpo dela.

— Você realmente acha que vamos conseguir sair para um encontro decente depois de me receber assim? — respondeu, puxando-a pela cintura, os corpos quase colados.

— E o que sugere, então? — Hande mordeu o lábio, os dedos já desabotoando a camisa social dele.

— Nós dois. Nus. Na cama... — disse Kaan, direto, aproximando-se dos lábios dela.

Hande recuou por um breve segundo, surpreendida pela urgência nas palavras dele.

— O que foi? — Kaan perguntou, notando a hesitação.

— Nada. — Ela respondeu, logo aceitando o beijo.

Kaan aprofundou o beijo, empurrando a língua contra a dela enquanto erguia seu corpo, levando-a a enlaçar as pernas em torno de seu quadril. O calor do momento estava ali, mas algo dentro de Hande parecia distante. O toque, os beijos... tudo estava acontecendo, mas não com a mesma intensidade de antes.

Desde que Kerem dissera, dias atrás, que para ele, beijos tinham significado, aquilo ficou martelando na cabeça de Hande. De repente, o beijo de Kaan não parecia o que ela realmente queria. O toque de seus lábios já não trazia a mesma excitação. Beijar havia ganhado uma nova importância para ela também.

Alguns passos desajeitados depois, ele a deitou no colchão, cobrindo o corpo dela com o seu. Hande riu, puxando os longos fios de cabelo do rosto dele e terminando de despir Kaan. Ela tentava se concentrar na noite que tinha pela frente, mas seus pensamentos traíam sua intenção.

"Será uma longa e interessante noite", pensou Hande, mas uma voz em sua mente a questionava se ela realmente acreditava nisso.

***

O sorriso sarcástico e malicioso de Kerem surgiu assim que ele acordou pela manhã. A lembrança da voz de Hande gemendo seu nome e o xingando no dia anterior ainda ecoava em sua cabeça. Ele desconfiava que aquele fosse o melhor som que já tinha ouvido. Levantou-se, sorrindo consigo mesmo, pensando em como poderia repetir a dose, em tê-la mais uma vez. O que Hande tinha de insuportável compensava em dobro na cama. Talvez já estivesse viciado nela. Que bobagem, pensou, tentando afastar a ideia. Ela era apenas boa no sexo, nada além disso.

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