Capítulo 19

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POV Narrador

— Hei! — Hadise exclamou, chocada, ao esbarrar em alguém ao sair da sala de reuniões.

— Kerem? — Hande perguntou, empurrando Kaan para o lado.

— Perdoe-me. — Kerem respondeu sem levantar os olhos para a colunista, enquanto tentava recolher algumas pastas que haviam caído ao chão. — Não quis atrapalhar o casal. — Levantou-se e, com um sorriso amarelo, deu as costas, se afastando da nova editora-chefe.

— Não! — Hande tentou explicar, mas Kerem já estava se perdendo na multidão de funcionários apressados. — Mas que droga! — Ela puxou os cabelos em frustração.

— Cherry? — Kaan chamou, estranhando a expressão angustiada de Hande. — Você não está feliz em me ver?

— Agora não, Kaan. — Hande estava preocupada demais para lidar com a presença de Kaan, especialmente depois do que acabara de acontecer com Kerem. — Não era para ele estar aqui e, principalmente, não era para Kerem ter visto aquele beijo. Que beijo? Nem deveria chamar assim. Ao menos eu não abri os lábios e mantive os olhos abertos. Tudo aconteceu tão rápido que eu não tive tempo para reagir. E acertar uma bofetada em Kaan na frente de todos não era uma opção. Chamar a atenção agora não ajudaria.

— Não entendo. — Kaan parecia confuso. Esperava uma recepção mais calorosa de Hande, afinal, tinham uma história em Paris.

— Eu vou atrás de Kerem e você vá para minha sala. — Hande indicou a porta do escritório que dividia com Gamze. — Nós vamos conversar sobre... — Apontou de Kaan para ela. — Isso.

***

— Gamze! — Hande correu até a amiga que a olhou com curiosidade. — Você viu o Kaan?

— Não, só o vi mais cedo, antes de entrar na sala de Hadise com você. — Gamze passou a mão pelo queixo, relembrando a última vez que viu o amigo. — E como foi lá? — Pareceu perceber que a conversa sobre o novo editor não era a principal preocupação de Hande.

— Eu ganhei. — Hande respondeu, quase com desdém.

— Com essa animação toda? — Gamze arqueou a sobrancelha, desconfiada.

— Desculpe, Vi. Eu realmente preciso encontrar o Bürsin. Ele não está em lugar nenhum!

— Já procurou na sala dele? — Gamze não fez mais perguntas ao ver a expressão preocupada de Hande.

— Já. Acabei de voltar de lá.

— E...?

— Vazia. Assim como o estúdio, a copiadora, a copa e qualquer outro lugar que ele costuma frequentar.

— Ele deve ter ido embora, sei lá. Aconteceu alguma coisa? — Gamze estava preocupada com a insistência de Hande em encontrar o fotógrafo.

— Nada. Quer dizer... Só coisa de trabalho. — Hande mentiu para a amiga. O que diria? Que se envolveu com seu melhor amigo em Paris? Que foi só sexo, mas algo mudou? Nem ela sabia o que acontecia entre eles. — Posso te pedir um favor?

— Desembucha.

— Não vá à nossa sala agora. — Hande deu as costas para a amiga. — Tenho um problema para resolver.

***

— Cherry? — O francês perguntou ao ver Hande entrar furiosa no escritório.

— Kaan... O que faz aqui? — Hande perguntou, cansada.

— Ué, achei que tivesse pedido para eu esperar aqui. — Kaan parecia confuso.

— Não aqui. — Hande apontou para a sala. — No Brasil.

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