Sombra de Vingança

O Início da Caçada

Carolina observava o horizonte, a cidade de Paris que antes fora um cenário de amor agora parecia distante, tanto física quanto emocionalmente. Após tudo o que acontecera, ela não era mais a mesma. Seu coração, antes dividido entre dois homens, estava agora endurecido pelo desejo de vingança. Rafael e Julia haviam fugido, mas não por muito tempo. Carolina não deixaria que eles escapassem impunes.

Ela deslizou os dedos sobre a tela do celular, observando as informações que chegavam do detetive particular que havia contratado. Ela havia se tornado uma estrategista fria e calculista, e agora tinha um novo objetivo: encontrar os traidores e fazê-los pagar.

Carolina (pensando consigo mesma):
"Vocês pensaram que podiam fugir? Que poderiam me trair e desaparecer sem consequências? Ledo engano."

Uma mensagem chegou. Era o detetive, trazendo uma pista promissora.

Detetive (na mensagem):
— Eles foram vistos em Praga, na República Tcheca. Parece que estão se movendo constantemente, mas há sinais de que podem estar se escondendo nas zonas rurais.

Carolina sorriu levemente. O jogo de caça havia começado, e ela não pretendia perder.

Carolina (respondendo):
— Mantenha-os sob vigilância. Não faça nada até que eu dê o próximo passo.

Dias depois, Carolina se encontra em um restaurante discreto no centro de Praga. O ambiente era elegante, mas discreto, exatamente como ela gostava agora. Ela esperava por Ivan, o informante local que o detetive havia recomendado.

Ivan chegou pontualmente, um homem de meia-idade com uma aparência modesta, mas que claramente sabia como operar nas sombras. Ele sentou-se à sua frente, com um leve aceno de cabeça.

Ivan (em voz baixa):
— Eles estão se escondendo em uma vila nos arredores da cidade. Não é um lugar movimentado, difícil de serem detectados.

Carolina (com frieza):
— Eles estão se sentindo seguros demais. Isso me beneficia.

Ivan (curioso):
— O que pretende fazer? Não quer que eu os denuncie imediatamente?

Carolina (mantendo a calma):
— Ainda não. Eu quero que pensem que estão a salvo. Vamos deixá-los saborear essa falsa sensação de segurança. Quando o momento certo chegar, eu farei o movimento final.

Ivan a estudava com curiosidade. Não era comum ver alguém tão controlado e determinado. A maioria das pessoas que buscavam vingança eram impulsivas, mas não Carolina. Ela estava claramente em um nível diferente.

Ivan (admirado):
— Você realmente pensa em tudo, não é?

Carolina (com um leve sorriso):
— Sempre. A vingança não pode ser apressada. Cada passo precisa ser calculado, cada decisão precisa ser precisa.

Ele entregou a Carolina alguns documentos com detalhes sobre o paradeiro de Rafael e Julia. Fotos, registros de viagens e até mesmo um histórico de transações bancárias. Rafael estava ficando sem recursos, e isso o tornava mais vulnerável.

Carolina (analisando os documentos):
— Eles estão começando a cometer erros. Isso facilita para mim.

Ivan (confirmando):
— A vila onde estão hospedados é isolada, mas têm se comunicado com um contato em Budapeste. Algo a ver com recursos financeiros.

Carolina sorriu novamente. Budapeste seria a próxima parada. Rafael e Julia estavam, aos poucos, cavando a própria cova sem perceber. Ela agora tinha um plano.

Enquanto isso, na pequena vila tcheca, Rafael e Julia viviam dias de crescente paranoia. Desde que fugiram, a vida deles havia se tornado um ciclo constante de medo e ansiedade. Rafael, em particular, estava inquieto. Ele sabia que Carolina não os deixaria escapar tão facilmente.

Julia (preocupada):
— Você acha que ela nos encontrou?

Rafael (tentando manter a calma):
— Ainda não. Estamos seguros aqui por enquanto. Mas não podemos baixar a guarda.

Julia (com voz trêmula):
— Ela é inteligente, Rafael. E eu sei do que Carolina é capaz quando se sente traída.

Rafael (irritado):
— Confie em mim. Eu conheço Carolina melhor do que ninguém. Ela pode ser fria, mas eu sou mais esperto. Foi assim que eu sobrevivi até agora, e continuarei a fazê-lo.

O silêncio que seguiu essa troca de palavras foi pesado. Julia não estava completamente convencida. Ela sempre soube que Rafael era impulsivo, e a confiança que ele tinha em si mesmo, muitas vezes, o levava a tomar decisões arriscadas.

Enquanto isso, Carolina planejava sua próxima jogada, já com sua mente no futuro. Ela não se importava mais com o que sentia por Rafael ou com as mágoas passadas. O que importava agora era o controle total sobre a situação. E ela sabia que, para isso, precisaria de aliados.

Carolina (falando ao telefone com um associado):
— Eles estão fragilizados. Agora é a hora de iniciar a próxima fase. Budapeste será o local do primeiro movimento. Eu quero que todos os detalhes estejam prontos.

Associado (ao telefone):
— Entendido. Você estará pronta para confrontá-los?

Carolina (com um tom de satisfação):
— Não será um confronto direto. Eles nem perceberão que eu estou me aproximando.

A ideia de manipular a situação, de brincar com o medo e a insegurança de Rafael e Julia, trazia uma satisfação que Carolina não sentia há muito tempo. Ela havia aprendido a gostar da sensação de estar no controle, de puxar as cordas da vida dos outros como se fossem meros peões no tabuleiro.

Dias depois, Carolina se encontra em Budapeste, pronta para a próxima etapa do plano. Ela havia armado tudo perfeitamente. Rafael e Julia estavam prestes a fazer um movimento desesperado em busca de mais dinheiro, e ela sabia que esse seria o momento exato para pressioná-los.

Ela entrou em um café perto do local onde Rafael e Julia fariam a transação. Estava tudo pronto. Ivan, seu informante, estava em posição. Carolina apenas esperava o desenrolar do plano.

Carolina (para si mesma):
"Tudo está caindo nos eixos. Eles não terão ideia do que os atingiu."

Ao longe, ela avistou Rafael e Julia entrando no prédio. Rafael estava visivelmente agitado, verificando constantemente os arredores. Julia parecia mais calma, mas Carolina sabia que, por dentro, ela estava tão nervosa quanto ele.

Carolina (em pensamento):
"A caça está prestes a terminar. Agora, só resta decidir como o jogo vai acabar."