- Figlio di puttana! – grito ao pegar a cadeira da escrivaninha e jogá-la contra a parede.
Aquela proposta absurda, aquele plano. Quem ele pensa que é? Ah, mas eu vou dar um jeito de fugir daqui, disso eu tenho certeza! Ou eu não me chamo Alice Elizabeth Martine Sota.
Na verdade, depois de tudo isso, acho que nem me chamo mais Sota.
Sento na cama, soltando um suspiro cansado.E pensar que agora estou presa nesta situação insuportável. Depois da briga com Alexander, ele provavelmente nem vai se preocupar em me procurar. Deve achar que estou determinada a não voltar. E isso... me machuca. Alexander sempre foi tão paciente, tão protetor. Mesmo nos momentos em que eu dizia coisas duras, quando estava irritada, ele fazia de tudo para me acalmar. Era como um segundo pai para mim, algo que nunca cheguei a expressar, mas ele sempre foi uma das poucas luzes na minha vida. Agora, depois dessa briga, ele deve me odiar, e sem ele... estou sozinha, completamente sozinha.
Acabo fechando os olhos e adormeço, ainda perdida nesses pensamentos.
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Acordo com a luz da lua atravessando as cortinas. Algo está estranho... Percebo que estou coberta. Mas não lembro de ter me coberto.
Olho ao redor, minha mente volta ao momento em que encarei Vincenzo mais cedo. Seu rosto se aproximando do meu, seus olhos intensos, cheios de raiva... mas havia algo mais ali. Desejo. Meu corpo ainda se lembra da pressão do dele contra o meu, e... por um breve segundo, tive vontade de beijá-lo. Que ideia ridícula! Como posso ter tido um pensamento tão estúpido?
Sacudo a cabeça, tentando me livrar dessas lembranças. Eu não vou ceder a ele, de jeito nenhum. Não vão me prender aqui. Não vou me casar com Vincenzo para servir a seus jogos de poder. Eu preciso fugir, e agora.
Levanto e vou até a janela. A noite está densa, e meu estômago ronca de fome. Ninguém trouxe comida, mas isso não importa agora. Tenho que escapar.
Vou até a porta e, para minha surpresa, ela está aberta. Devagar, coloco a cabeça para fora e verifico se há seguranças. Tudo parece limpo.
Saio silenciosamente, caminhando pelo corredor. Há várias portas ao longo das paredes, mas meu objetivo é a escada no fim do corredor, que leva ao andar de baixo.
Assim que coloco o pé no primeiro degrau, ouço vozes. Rapidamente, volto e entro na primeira porta que vejo, fechando-a com cuidado para não fazer barulho. Encosto-me contra a porta, rezando para que eles não percebam nada.
As vozes se aproximam e eu me encolho, desesperada. Ouço o som da porta se abrindo e me escondo dentro de um pequeno closet, deixando uma brecha para observar. Dois homens entram, ambos desconhecidos, devem ser outros capangas de Vincenzo. E logo atrás deles, ele entra.
Ele está segurando algo nas mãos, e seu rosto exibe um sorriso satisfeito.
— Deixem aí e saiam! — Vincenzo ordena, se sentando na cadeira de uma mesa que está no centro do quarto.
Os homens obedecem e saem, deixando-o sozinho. Vincenzo levanta o objeto que estava carregando e sorri.
— Agora sim, finalmente tenho o poder dos Martins na palma da minha mão.
Meu coração quase para ao ouvir o sobrenome da minha família. Me ajeito para tentar ver o que ele está segurando, mas não consigo. Ele coloca o objeto dentro de uma gaveta e a tranca com uma chave. Depois, levanta-se e sai do quarto, deixando-me sozinha.
Espero alguns minutos até ter certeza de que ele se foi, antes de sair do closet. Meu coração bate acelerado, e cada passo que dou em direção à mesa parece pesar toneladas. Tento abrir a gaveta, mas está trancada. Pego dois grampos que encontro sobre a mesa. É, eu sei como abrir fechaduras, uma habilidade útil que aprendi na marra, e é até divertido, em certo ponto.
Forço os grampos na fechadura e, depois de um tempo, consigo abrir.
Dentro da gaveta, vejo algo que me deixa paralisada. O broche da família Martin. O símbolo da nossa herança, feito de ouro. Meu pai me mostrou este broche quando eu era pequena e me explicou o seu significado: ele é a chave para o respeito e o temor que os Martins sempre tiveram. Quem o possuir tem o poder e a influência que nossa família construiu ao longo de gerações.
As lágrimas começam a escorrer pelos meus olhos. Todas as lembranças vêm à tona, junto com a dor da perda. Esse broche, esse símbolo... é tudo o que restou.
— Eu juro que vou encontrar quem fez isso com a nossa família. Vou pegar todos eles. Eu prometo! — sussurro para mim mesma, enxugando as lágrimas com as costas da mão.
Guardo o broche de volta na gaveta e a tranco novamente. Eu ainda não posso levar isso, ainda não. Vincenzo não sabe o valor real que ele tem para mim, mas talvez, por ora, ele possa ser útil. Não posso revelar meus motivos, nem deixar que ele perceba o quanto isso tudo me afeta. Preciso de tempo, preciso de um plano.
E, por mais que me custe admitir, talvez eu possa jogar esse jogo com ele... por enquanto.
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Espero que gostem.
Desculpem qualquer erro.
Obrigado❤️Continua...
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Doce Obsessão
Fiksi Penggemar"Lembro-me de tudo, as imagens começam a aparecer em minha mente uma mais clara que a outra, meu coração se aperta de uma maneira sufocante. Minha família, minha mãe meu pai meu irmão todos... Todos estão mortos." Aos 16 anos, Alice acreditava que s...