Eu já estava cansada dessa situação. Do lado de fora, os gritos de Vincenzo ecoavam pela casa. Ele estava em uma explosão de raiva, reclamando da incompetência de seus homens, ameaçando cortar cabeças se eles não me encontrassem logo.
Sinceramente, o espetáculo me parecia ridículo.Reviro os olhos enquanto ouço seus surtos.
— Pra que tanto escândalo? — murmuro para mim mesma, descendo as escadas lentamente, com uma calma que contrasta com a fúria dele.
Vincenzo me percebe assim que chego ao pé da escada. Ele para de gritar e me lança um olhar cheio de ódio. Seu corpo se move rápido em minha direção, pronto para me encarar de frente. Mas antes que ele possa chegar muito perto, tiro uma arma que encontrei no escritório de dentro do meu casaco e a aponto diretamente para ele. Isso faz com que ele pare imediatamente no lugar, sua expressão ainda mais furiosa.
— Que tal pedir para seus homens saírem para que possamos ter uma conversinha, hein? — digo com tranquilidade, me sentando no sofá e sorrindo, como se estivesse no controle da situação.
Ele me encara, os olhos me queimando viva, dúvido nada que esteja imaginando as várias formas de me torturar, mas com um movimento discreto de cabeça, ordena que seus homens saiam da sala. Um a um, eles obedecem, até que ficamos sozinhos.
— Já estou cogitando a possibilidade de matar você. — Ele se senta em uma poltrona à minha frente, cruzando as pernas e me observando com olhos duros.
— Mas já? — dou uma risada — Eu nem te perturbei tanto assim.
Ele não ri. Apenas me encara, os punhos cerrados sobre os joelhos. É quase engraçado ver o quão furioso ele está.
Consigo imaginar fumaça saindo de sua cabeça. Ele não está acostumado a ser desafiado, e isso o deixa mais impaciente.
— O que você quer? — Ele pergunta, a voz firme, quase cortante.
Me ajeito no sofá, encarando-o de volta, tentando esconder o cansaço que sinto. Não vou mostrar fraqueza, pra que esse idiota use contra mim.
— Preciso da sua ajuda. — digo com seriedade.
Ele não responde de imediato. Seus olhos analisam cada movimento meu, avaliando se eu estou sendo sincera ou apenas brincando com ele, o que eu acho irônico.
— E pra que exatamente? — ele finalmente pergunta, mantendo o tom sério.
— Preciso encontrar algumas pessoas. Pessoas que têm o que eu preciso. E para isso, vou precisar de... — faço uma pausa, procurando as palavras certas — ...de pessoal, por assim dizer.
Vincenzo se levanta da poltrona e vai até a janela, olhando para o lado de fora. O silêncio se instala na sala enquanto ele pondera a situação. Eu não sei o que se passa pela sua cabeça, mas posso ver a dúvida estampada em seu rosto quando ele finalmente se vira para mim de novo.
— E por que eu deveria ajudar você? — Ele me encara, e posso ver que ele está esperando algo em troca.
Eu dou um sorriso meigo, tentando desarmá-lo com um toque de charme.
— Porque você tem um bom coração? — digo lentamente, inclinando levemente a cabeça para o lado, como se fosse uma brincadeira.
Ele sorri, mas é um sorriso sombrio, o tipo de sorriso que revela segundas intenções. Já sei o que está por vir. Ele não vai fazer isso de graça.
— Tudo bem, eu ajudo você. — Ele volta para a poltrona e se senta, cruzando as pernas de uma forma quase teatral,(em palavras simples bem gay eu diria) colocando as mãos sobre o joelho com uma postura impecável. — Mas você também vai ter que me ajudar.
Não disse?
— E no que exatamente você quer minha ajuda? — pergunto, já antecipando a resposta, mas curiosa para ouvir a proposta completa.
— Você vai ter que se casar comigo. — Sua voz é firme, direta, sem espaço para discussão.
Eu franzo a testa, ainda fico confusa com esse seu pedido/ordem.
— Como? — pergunto, querendo mais detalhes.
— Para assumir o posto de dom, eu preciso me casar. — Ele mantém a expressão séria, os olhos fixos nos meus. — Mas eu não quero um casamento com sentimentos, sem drama. Preciso de um casamento civil, sem envolvimento emocional. Vamos assinar um contrato. Será puramente formal, mas necessário para meus planos.
Eu tento processar o que foi dito. Casar com ele? A ideia nunca tinha passado pela minha cabeça.
Nunca imaginei que um dia estaria em uma situação assim, onde o casamento seria uma simples transação. Mas, de certa forma, não é tão absurda.
Vincenzo tem poder e recursos, e eu preciso disso para alcançar meus próprios objetivos. Um casamento sem envolvimento emocional... pode ser o melhor caminho para ambos. Não tenho muito a perder.
— Tudo bem. — digo finalmente, levantando-me do sofá. — Eu me caso com você.
Vincenzo não parece surpreso com a minha resposta, afinal ele já sabia que eu diria sim. Ele se levanta também e caminha até uma mesa no canto da sala, onde pega alguns papéis.
— Vou preparar o contrato. — Ele diz, virando-se para mim. — Você assina e, em breve, vamos ao cartório para oficializar.
Eu me aproximo da mesa, observando os documentos. Ele já tinha tudo preparado. Vincenzo não deixa nada ao acaso. Tudo o que faz, faz com precisão. E é claro, ele vai tirar proveito disso.
— E então, depois que nos casarmos, você vai me ajudar a encontrar as pessoas que estou procurando? — pergunto, ainda com a arma na mão, lembrando-o de que eu ainda estou no controle.
— Sim. — Ele responde, sem hesitar. — Mas lembre-se, Alice. A partir do momento em que assinarmos o contrato, você estará sob minhas ordens. Você vai ser minha esposa e, como tal, terá que seguir minhas regras.
Eu rio. Seguir regras? Ah coitado! Nunca fui boa nisso.
— Veremos. — digo, guardando a arma e cruzando os braços. — Mas enquanto isso, não esqueça que eu tenho meus próprios planos. E se você tentar me enganar Vincenzo D'Martel, lembre-se de que essa arma que eu guardei pode voltar a apontar para você, e não vou pensar duas vezes antes de te matar.
Ele sorri, e dessa vez o sorriso não é sombrio, mas quase desafiador, e divertido.
— Eu gosto de uma mulher com espírito. — Ele diz, voltando a se sentar. — Acho que isso vai ser interessante.
Reviro os olhos ignorando, o efeito que seu sorriso causou em mim.
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Espero que gostem do capítulo.
Desculpem qualquer erro.
Obrigado❤️Continua...

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Doce Obsessão
Fanfiction"Lembro-me de tudo, as imagens começam a aparecer em minha mente uma mais clara que a outra, meu coração se aperta de uma maneira sufocante. Minha família, minha mãe meu pai meu irmão todos... Todos estão mortos." Aos 16 anos, Alice acreditava que s...