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Vai ser feita uma negociação de armas em um  depósito, que parece ser inrastreavél, porém não pra mim.

Eram 02:30 da manhã.

Então me preparo, vestida toda de preto da cabeça aos pés: calça justa, botas silenciosas e um gorro que cobre meu cabelo. No bolso interno da jaqueta, carrego meu canivete, escondido.

Nessuno deve scoprire i miei piani (Ninguém deve descobrir meus planos), muito menos Alex ele nunca aprovaria.

Desligo a luz do meu quarto, tranco a porta e saio pela janela, como uma sombra. Em poucos minutos, já estou na minha moto R15 preta, acelerando pelas ruas vazias da cidade. 

O destino? O depósito. 

Sei exatamente onde e quando tudo vai acontecer.

Chego ao local e paro distante da entrada principal. Eles são espertos demais para usar a frente, estão sempre escondidos nos fundos. 

Sem fazer barulho, escondo a moto atrás de uma moita, deitando ela no chão e respiro fundo. 

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- Está tudo aqui! – o vendedor diz com um sorriso convencido, abrindo o caixote diante de si.

O comprador faz um sinal com a cabeça, e um dos capangas avança para examinar o conteúdo. A caixa é aberta, revelando uma quantidade impressionante de armas e munições. Meus olhos brilham por um breve momento, mas mantenho o foco. Só uma coisa me interessa ali, e vou dar um jeito de conseguir.

- Tudo certo, chefe.

-Entregue o dinheiro – ordena o comprador.

A maleta é passada e o vendedor a abre, conferindo cada nota. Satisfeito, ele fecha a maleta e aperta a mão do comprador. O negócio foi feito, mas a carga não será transportada junto com eles. 

Idioti (Idiotas), vendo o cuidado em não sujar suas mãos diretamente. Eles transferem tudo para um caminhão, e os carros se afastam. Agora, só preciso me infiltrar.

Escondida atrás de um palete com caixas, pego uma barra de ferro e a lanço na direção oposta, atingindo uma árvore. Os dois capangas que estavam fechando a traseira do caminhão viram rapidamente, curiosos com o barulho.

Perfeito. Com passos leves e rápidos, corro e me escondo dentro do caminhão, atrás de uma grande caixa. Minha respiração é controlada. Não posso falhar agora.

Minutos depois, eles voltam, e a porta do caminhão se fecha com força. Ouço um deles resmungar:

- Eu disse que não era nada. Perdemos tempo à toa. 

O caminhão começa a se mover, o ar fica abafado e quente. Preciso agir rápido. Pego o pé de cabra que encontrei e começo a forçar a caixa. Ela finalmente cede, revelando armas, munições, facas... e uma sniper. Mas não é isso que estou procurando. Mexo em tudo, revirando a caixa. Nada.

-Droga – sussurro para mim mesma, frustrada.

O caminhão para. Fecho a caixa rapidamente e me preparo. Eles certamente vão notar que ela foi aberta. Quando as portas finalmente se abrem, eu já estou escondida atrás da caixa, pronta pra lutar.

Assim que os dois entram e olham para a caixa, me avistam. Um deles saca a arma, mas eu sou mais rápida. Bloqueio seu braço, forçando-o a disparar contra a parede do caminhão. O som agudo do tiro ecoa, o outro me agarra por trás, mas reajo com uma cabeçada certeira, seguida por um soco. Ele cai.

O primeiro capanga tenta me acertar novamente, mas eu me abaixo, pego meu canivete e o enfio em sua perna. Ele grita e desaba no chão. O outro se levanta, tenta um golpe no meu rosto, mas eu sou mais ágil. Com um movimento rápido, retiro a faca da perna do primeiro e a enfio no estômago do segundo.

Caio no chão com o impulso. O homem ferido puxa minha perna, me desequilibrando, mas consigo pegar a arma caída e disparo, primeiro no esfaqueado, depois no outro.

O silêncio volta. E eu respiro fundo.

Saio do caminhão e começo a caminhar pela estrada. Estamos longe da cidade, mas não tenho escolha a não ser andar até lá. A adrenalina começa a baixar, e o cansaço toma meu corpo e minha mente.

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Quando finalmente chego em casa, entro pela porta com o máximo de cuidado, dou o primeiro passo no degrau da escada, mas uma luz se acende.

Maledizione (Maldição).

-Onde você estava? – a voz calma, porém dura, de Alex ecoa pela sala.

Viro-me e caminho lentamente até ele. Alex está sentado no sofá, com um robe de seda, sua expressão séria. Dou um sorriso tentando disfarçar.

- Só dando uma volta – dou de ombros ainda sorrindo 

- Às 03:00 da manhã? – Ele levanta uma sobrancelha, desconfiado.

Penso por um momento, buscando uma desculpa plausível.

-Sim, eu... não conseguia dormir. Precisava de ar fresco.

Ele suspira, se levantando. Fica à minha frente, me encarando com aqueles olhos de quem sabe de tudo.

- Você sabe que é inútil mentir pra mim, certo? – Ele cruza os braços, esperando.

Apenas fico quieta, sem saber o que dizer.

- Você precisa parar com isso – ele fala suavemente.

- Parar com o quê? – me faço de desentendida.

Ele suspira novamente e passa o braço pelos meus ombros, me guiando até o sofá. 

Sua voz agora é carinhosa, mas ainda firme.

- Não vou te dizer o que fazer, mas te peço, por favor, tenha cuidado, eu não me perdoaria se algo acontecesse com você piccola (pequena).

Assinto, sabendo que ele só quer o meu bem, mas não posso desistir dos meus objetivos. Me levanto e fico de frente para ele, com um sorriso suave, o tranquilizando .

- Você não tem com o que se preocupar. Eu sei exatamente o que estou fazendo Alex. – Dou um beijo em seu rosto e vou para o meu quarto.

Eu o amo, ele é como um pai pra mim, e gostaria de poder levar uma vida tranquila, como ele deseja. Mas não posso. 

Não posso esquecer.

Quando fecho os olhos, os sons dos tiros ainda ecoam, os corpos caídos ainda me assombram. E a dor... a dor ainda queima em mim.

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Espero que gostem do capítulo.
Desculpe qualquer erro.

Continua.....

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