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O caminho de volta do cartório estava em silêncio. Vincenzo estava sentado ao meu lado, parecendo satisfeito com o desenrolar dos acontecimentos. Ter ele tão satisfeito assim faz com que minha  raiva aumente

Ele jogava com a vitória estampada no rosto, como se tivesse ganhado o maior troféu de todos: o controle. Como se ele ja tivesse ganhado essa guerra. Vamos deixar ele pensar assim por enquanto.

No carro, eu fitava a cidade através da janela, as luzes piscando à medida que nos afastavamos do centro. Meus pensamentos corriam rápido. Agora, oficialmente sou esposa de Vincenzo D'Martel. Agora que estamos oficialmente juntos preciso entrar em ação.

— Parece que está pensativa, — ele comentou, quebrando o silêncio. — Esperava algo diferente?

Eu me virei, o encarei por um momento antes de responder, deixando um sorriso curto surgir.

— Só estou pensando no quanto a sua vida vai mudar agora que somos oficialmente casados. Espero que esteja preparado para isso.

Ele soltou uma risada baixa, aquele riso controlado que me dava nos nervos. Vincenzo sempre parecia estar um passo à frente, como se estivesse constantemente planejando seu próximo movimento.

— Não se preocupe, querida. Eu lido muito bem com mudanças. — Sua voz era tranquila, mas o tom carregava um peso.

— Aposto que sim, mas vamos ver se aguenta. — Digo no mesmo tom, e sinto ele apenas me encarando.

O carro parou em frente à mansão, e os homens de Vincenzo rapidamente abriram a porta para nós. Eu desci, sentindo o ar frio da noite envolver minha pele.

Entramos na mansão, onde alguns funcionários aguardavam, e Vincenzo rapidamente subiu as escadas em direção ao escritório.

— Vou deixar você descansar um pouco. — Ele disse, sem se virar para mim. — Temos muito o que conversar, mas pode esperar até amanhã.

Assenti, sem dizer nada, e segui em direção ao meu quarto. 

As portas se fecharam atrás de mim com um baque surdo. Agora, sozinha novamente, pude respirar fundo. Sabia que não poderia demorar para agir.

Caminhei até a cama e me joguei, fitando o teto por alguns segundos.

 O broche. 

Aquele pensamento vinha como uma martelada constante. Precisava recuperar o broche da minha família. Não era apenas uma questão de honra, mas de sobrevivência. 

Se conseguisse colocar as mãos nele, teria uma chance de retomar o controle da minha vida.

E talvez, só talvez, usar aquilo para derrubar os inimigos que destruíram minha família.

Sabia que o escritório de Vincenzo era guardado com seguranças e que invadir o local não seria nada fácil. Precisava de um plano. Um bom plano.

Primeiro passo: obter mais informações. Precisava entender melhor a rotina dos homens de Vincenzo, as brechas na segurança, os horários em que ele ficava mais vulnerável. E para isso, precisava de aliados.

Foi então que uma ideia surgiu. 

Alexander

Vincenzo tinha negócios com Alexander, se eu podesse falar com ele novamente talvez podesse me ajudar.

Com isso, lembro-me que talvez ele não queira mais me ver. Até achei estranho ele não me procurar, nem pra brigar ou só para me deserdar de vez. 

Faz três dias, que estou aqui, e ele nem entrou em contato.

Alexander não era alguém com quem Vincenzo poderia se dar ao luxo de brincar, e talvez, com a abordagem certa, eu pudesse usá-lo em meu favor. 

E talvez conseguir seu perdão.

...

Já faz três horas que estou olhando para o teto, e nada do sono vir.

Minha mente está tão sobrecarregada com esses acontecimentos.

Agora estou casada, com um homem que mal conheço, que ainda por cima pretende  me matar, caso eu não siga suas regras estúpidas.

Até parece que eu vou ser uma esposa obediente.

Ele que espere sentado.

Fecho os olhos, respirando fundo. 

A ideia de Alexander continuava a martelar na minha cabeça, uma possibilidade que eu não poderia ignorar. Vincenzo estava confiante demais, e isso me dava uma pequena margem para começar a agir. Se eu conseguisse entrar em contato com Alexander.... Como? Se aquele vagabundo do Vicenzo me deixou sem meu telefone?.... Não importa, eu dou um jeito. O Alex sabe a importância de recuperar o broche da minha família, então há uma chance. Mas eu teria que ser cuidadosa, o Vincenzo não pode desconfiar de nada.

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