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Acordo atordoada, sentindo-me estranha, meu corpo todo doía era como se tivesse sido atropelada por vários carros. Me levanto devagar, e olho ao redor.

Estava em um quarto, mas não é o de hospital, esse era mais mobiliado e tinha cores escuras, e ele tinha uma varanda, coloco os pés devagar no chão, e ao ficar em pé faço uma careta, estou toda dolorida que não é brincadeira.

Caminho até a varanda e puxo a porta, sentindo o vento frio bater em meu rosto. Olho pra baixo, mal conseguindo ver as pessoas, os carros eram pequenos, e o barulho da cidade soava longe, estava em um prédio realmente muito alto.

E então tudo fica claro, eu estou viva.

Lembro-me de tudo, as imagens começam a aparecer em minha mente uma mais clara que a outra, meu coração se aperta de uma maneira sufocante.

Minha família, minha mãe meu pai
meu irmão todos... Todos estão mortos.

Lágrimas caem incessantemente, e deslizo até o chão chorando toda a dor que estava sentindo. Sinto que uma parte de mim se foi. Meu coração dói, minha alma chora implorando para voltarem, tudo ao redor se torna um borrão.

Minha mente se concentra em apenas um coisa...

Vingança!

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Tentei sair do quarto porém a porta estava trancada, bati gritei mas ninguém abriu, então apenas me sentei na cama e esperei.

Esperei por um longo tempo, até a porta se abrir e um homem entrar. Ele era alto, tinha cabelos pretos meio grisalhos, e os olhos verdes, devia ter uns 39, 40 anos mais ou menos, era muito bonito. Tenho uma leve sensação de que o conheço.

- Que bom que você acordou. - ele fica ao lado da cama.

- Onde estou? - Pergunto sem emoção

- Em um lugar seguro - Me olha atentamente.

- Quem é você?! - Ele suspira e senta na cama.

- Sou Alexander Sota, um amigo do seu pai, você não vai se lembrar, pois a última vez que nos vimos você era só uma criança. - ele diz calmamente.

Fico ponderando se devo acreditar nele ou não.

- Por que me trouxe pra cá? -

Ele desvia o olhar, e percebo a tristeza emanando dele

- Porque eu não poderia deixar você pra morrer, seu pai não me perdoaria e eu também não!-

Dito isso ele se levanta e sai do quarto, respiro fundo e olho para o teto. Tudo isso é muito confuso, sinto-me perdida, o que vai acontecer comigo agora? Sou só uma adolescente, pra onde eu vou?

Fecho os olhos e deixo as lágrimas caírem, pois agora tudo o que quero é me afogar na minha dor.

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5 ANOS DEPOIS...

Ainda não consegui descobrir quem foram os malditos, que mataram minha família.

Depois do hospital o Alexander me levou pra morar com ele e cuidou de mim. Nos tornamos muito próximos nesses anos que se seguiram, é claro que fiquei receosa no começo, mas ele foi ganhando minha confiança e se mostrou ser confiável. Pedi para que ele me ensinasse a me defender e a usar armas, precisava me preparar para o que estava por vir, hoje posso dizer que estou mais forte do que antes.

Ele permitiu que eu participasse de algumas negociações, para que aprendesse mais sobre os assuntos da organização.

Dentro da Máfia, cada membro tem um função definida, do superior ao inferior:

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