Onde te conheci.

Momento álcool.

12:00

Na hora de ir embora, decido ir ao banheiro. Para o meu azar não tem isso de banheiro feminino ou masculino, a Yale precisa muito melhorar isso.
Meu celular vibra dentro da minha mochila, sinalizando uma ligação. É o Marcus.

— Como você conseguiu meu número? — Falo após atender.

— A Claire me passou.

— Tá, por que me ligou?

— Onde você tá? Queria saber se você vai voltar comigo.

— Estou no banheiro do andar de baixo. — falo após abaixar minhas roupas para fazer xixi e percebo que minha menstruação desceu, por sorte sempre levo uma calcinha reserva na bolsa mas… não tenho absorvente, esqueci.

— Ok, já estou indo. — Marcus diz.

—Pede pra Claire vir com você?

— Eu não sei onde ela está agora, o que houve?

— Um acidente… feminino. — Eu não queria falar isso para um estranho que conheci ontem.

— Tá menstruada? — Como raios ele sabe o que é isso? O que é menstruação para você Marcus?

— Sim… Não tenho absorventes na bolsa.

— Eu levo.

Eu desligo, nervosa e com vergonha. Eu sinto que ele não precisava saber dos meus incidentes femininos.

Alguns minutos depois, Marcus chega ao banheiro, chamando meu nome.

— Isabella, em qual cabine você está?

— Aqui. — Passo meu pé por debaixo da porta para que ele veja onde estou.

Ele rapidamente se dirige para minha cabine e passa o absorvente por baixo da porta, puxa vida, intimus sem abas, o meu preferido.

Eu pego o absorvente e troco de calcinha.

— Obrigada, você foi gentil. — Falo saindo da cabine.

— Cada favor tem seu preço. — Já deveria esperar.

— O que você quer dessa pobre coitada?

— Quero que seja minha amiga, ande comigo todos os dias, durma comigo, essas coisas de amigo.

— Amigos não dormem juntos.

— Foda-se.

— Você pode sair do banheiro? Preciso lavar minha calcinha suja.

— A gente mora junto.

— E o que que tem a ver?

— Eu já te vi dormir, já vi todas as suas calcinhas… — Eu interrompo

— Você viu as minhas calcinhas?! — Grito.

— Por que viu as minhas calcinhas?

— Elas estão no meu guarda-roupa, no meu quarto. Se eu quero trocar de roupa elas estão lá, se tá incomodada tira elas de lá.

— Certeza que não espiou de propósito? — Pergunto dramatizando.

— Talvez eu tenha espiado aqui, ou ali. — Riu.

— Vamos embora, eu tô com fome.

— Você quer comer fora hoje? — Ele fez isso mesmo? Ele me chamou para um date!

— É um date?

— Não sei, se a gente não se beijar até o fim, não será um date.

— Se a gente se beijar, em tese, você estaria me assediando.