Lie

Capítulo 13

                           Atenção!

O capítulo a seguir contém conteúdo sexual explícito, para aqueles que não se sentem confortáveis lendo, o começo e o final da cena serão representados pelo seguinte emogi(💋).

               Boa leitura, Luvinhas!

       Votem e comentem, por favor!

                             𝕵𝖊𝖔𝖓

Existe inúmeros momentos que quando lembramos nos perguntamos: Como pude não ter registrado isso?

É o que ronda minha cabeça quando olho para trás e penso no que pode vir pela frente. Gostaria de ter registrado a guerra de comida na cozinha da vovó, a maneira como Sohee e Seokjin sempre se encaram, como Yoongi fica engraçado bêbado e como Hoseok sempre está certo.

E nós últimos dias gostaria de ter registrado a expressão relaxada de Park quando ele dorme, sua risada verdadeira e seu sorriso cafajeste.

Gostaria de ter registrado muitas coisas antes de tudo desabar no meu colo, antes do meu passado me alcançar. Acho que em breve ele não será tão misterioso assim, afinal erros são cometidos e temos que lidar com eles e com suas consequências.

No fim não há nada que possa ser feito para me ajudar, porque tudo isso é minha culpa.

Quando saí da casa dos meus pais eu achei que tudo seria um mar de rosas, que eu poderia ser uma pessoa inconsequente e que não precisaria me preocupar com o amanhã ou com o que quer que fosse acontecer no dia seguinte.

Eu estava fora do alcance das pessoas que me controlavam, eles tinham soltado as amarras, eu estava livre, o Jungkook que foi impedido de ser ele mesmo todo esse tempo estava livre.

E não falo da vez em que Sohee e eu fomos morar como vovó, digo antes disso. Quando eu simplesmente sai sem rumo, andando pela rua ser ter noção de aonde ir ou para quem ir.

Foi quando Seojoon apareceu na minha frente, ele era como um irmão mais velho, me aconselhou a voltar para casa e esfriar a cabeça que nada do que eu planejasse fazer valeria a pena no fim.

Acho que em parte ele estava certo, porque agora que estou no fim sei que nada valeu a pena.

Seria vitimismo demais colocar toda a culpa nele, até porque eu escolhi, ainda que ele tivesse me dado muitas opções. Eu acreditei piamente que ele me ajudaria a ser melhor, acreditei que ele me faria mais inteligente e auto-suficiente pra não precisar viver mais com meus pais.

Ele fez. Sou infinitamente habilidoso e inteligente, sei de cor tudo o que devo ou não fazer no meio desses negócios, mas não era dessa forma que eu gostaria que fosse.

Acho que a dor de ter a imagem de irmão mais velho protetor desmanchada foi muito pior do que ele ter me entregado ao Pássaro.

Porque no fim eu só queria ser protegido por alguém, como eu protegia Sohee. Eu queria ser o centro para alguém, ser importante. No fim a única importância que eu tinha era a probabilidade zero de errar um alvo.

E agora eu sou importante porque posso acabar com os negócios do Pássaro a ponto de deixa-lo no escuro e falido.

E para piorar eu tenho que atirar na primeira pessoa que chamei de irmão e destruir o único lugar que ele chamou de lar. Isso também dói, mas Seojoon já passou de todos os limites.

Está na hora de dar um basta nisso.

—E você Luvinha, o que vai querer?

A voz de Park me traz de volta ao presente. Estamos no restaurante do Jin, conseguimos até mesmo trazer senhor Kim conosco, este que está com as bochechas vermelhas já que meu irmão não esconde seu interesse pelo mais velho.