Capítulo doze.

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NÃO REVISADO.



A caminho do restaurante, não consigo pensar em outra assunto que não seja Riley e o recadinho irônico que tão cruelmente ela deixou antes de desaparecer. Quer dizer, durante todo esse tempo venho suplicando a ela que me dê alguma informação sobre nossos pais, só falta ajoelhar a seus pés para obter qualquer notícia, uma migalha que seja, sobre eles.

No entanto, em vez de me colocar a par das novidades, de contar oq tanto quero saber, fica toda nervosinha e enigmática, recusando-se a explicar por que eles ainda não apareceram pra mim.

Era de esperar que a morte deixasse as pessoas um pouquinho mais gentis e generosas. Que nada! Riley ainda é a mesma pentelha mimada e cruel que sempre foi quando viva.

Sabine deixa o carro com os manobrisas e entramos no hotel. Assim que vejo o enorme lobby de mármore, os gigantesco arranjos de flor e a extraordinária vista para o mar, arrependo-me de tudo oq acabei de pensar. Riley tinha razão. O lugar realmente é chique.

Chique, não, chiquérrimo. Perfeito para um jantarzinho romântico com o namorado- e não com a sobrinha taciturna.

A porta do restaurante, a recepcionista nos conduz a nosso luga:uma mesa linda,com toalha de linho branco, velas cintilantes e utensílios com sal e com pimenta que lembram duas jóias de prata. Já sentada,corro os olhos pelo salão, mal acreditando que possa existir um lugar tão requintado assim,sobretudo se comparado aos restaurantes a que estou acostumada.

Mas logo caiu na real. De quê adianta ficar comparando minha vida nova a antiga, mentalmente examinando fotos do "antes" e do "depois"? De quê adianta ficar revendo os filminhos arquivados em minha memória sobre tudo costumava ser? Por outro lado, com a proximidade da Sabine, gêmea do papai, não é lá muito fácil evitar as comparações.

Ela pede um copo de vinho tinto para si e um refrigerante para mim, depois damos uma olhada rápida no cardápio. Assim que a garçonete se afasta, Sabine prende os cabelos louros e curtos atrás das orelhas,abre um sorriso cordial e diz:

— Então, como vão as coisas? Escolas, amigos... Tudo em paz?

Não me levem a mal: adoro minha tia e tenho a maior gratidão por tudo o que ela fez por mim. Mas só porque tira de letra um júri de doze marmanjos não significa que seja boa de conversa fiada. Apesar disso, olha para ela e digo:

Tudo em paz.

O.K Conversar fiada também não é lá meu forte.

Em seguida, Sabine pousa uma das mãos em meu braço para dizer algo mais, porém ela nem sequer havia ainda encontrado as palavras certas quando me vejo de pé e arrastando a cadeira pra trás.

— Volto já — falo baixinho e quase atropelo a cadeira aí voltar pelo mesmo caminha de antes, sem me dar o trabalho de perguntar a garçonete,quase atropelada também, onde fica o banheiro. Ela olha automaticamente para mim, convencida de que não vou chegar a tempo ao fim do longo corredor.

Seguindo a direção que ela involuntariamente indicou, passo por uma galeria de espelhos gigantes, com molduras folheadas a ouro e pendurados lado a lado na parede. Como é sexta feira, o hotel fervilha com os convidados de um casamento que, a julgar pelo o que vejo, não tem a menor chance de dar certo.

Um grupo de pessoas passa por mim, as auras espiralando com uma energia tão intensificada pelo álcool que chega a me afetar também, deixando-me enjoada, tontinha da silva, tão desorientada que vejo a minha frente uma longa fileira de Wednsdays com o rosto virado para trás.

Aos trancos e barrancos, entro no banheiro, apoio minha mãos na bancada de mármore e tento recuperar o fôlego. Concentrando o olhar nos vasos de orquídeas,nós frascos de perfume e na pilha de toalhas felpudas sobre a bandeja de porcelana, aos poucos vou me sentindo mais calma, mais lúcida e mais centrada.

Para sempre as imortais - Wenclair G!P Onde histórias criam vida. Descubra agora