CAPÍTULO 5

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B E A T R I Z  M O O R E

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B E A T R I Z  M O O R E

— Ajuda com o quê? — perguntou, sem se virar, continuando a mexer nas panelas, aparentemente sem prestar atenção em mim.

— Trabalho da escola, preciso fazer uma redação para entregar amanhã. — mordi a tampa da caneta, ignorando o olhar de Noah.

— Querida, estou fazendo o jantar. Pode ser mais tarde? — perguntou, e percebi que já eram 20:30. Ela provavelmente não iria ajudar.

— Sou bom em redações, quer ajuda? — Noah perguntou, fazendo-me encará-lo. Assenti com a cabeça e ele se levantou, caminhando até mim. Estremeci e abaixei a cabeça, olhando para as folhas à minha frente. — Já escreveu alguma coisa? — questionou, aproximando-se e quase cobrindo meu corpo, já que ele estava em pé e eu sentada. Ele analisou o papel com alguns rascunhos e pegou a caneta da minha mão.

— Só escrevi isso, um rascunho sem muita coerência — disse, desanimada, tentando não olhar para ele. Pude sentir sua respiração a centímetros do meu ouvido.

— Hm, eu gostei. Tem coerência, só falta um meio e um final. Isso é rápido  — murmurou com um sorriso nos lábios. Eu estava tão distraída olhando para ele que não ouvi uma palavra sequer.

— O quê? O que é rápido? — pergunto, tentando afastar os pensamentos.

— Fazer a redação. Você está bem? — questiona, olhando para mim. Ele está tão perto que não consigo dizer nada. Só sinto meu coração batendo tão forte que parece querer saltar pela minha boca.

— O jantar está pronto — diz minha mãe, fazendo com que Noah se afaste e volte para onde estava sentado antes. Ela pega a louça e coloca na mesa junto com as panelas.

— O cheiro está ótimo, mas estou sem fome. Posso comer depois? — pergunto, e ela me encara com as mãos na cintura e a cabeça inclinada para o lado, mostrando seu descontentamento.

— Por que depois? A comida vai esfriar, Beatriz — diz, me fazendo revirar os olhos. — Conseguiu fazer o trabalho? — pergunta, e eu olho para as folhas quase sem nada escrito.

— Sim, depois eu passo a limpo — resmungo, levantando-me e pegando meus materiais. Saio de lá o mais rápido que posso. É estranho jantar em "família", já que Noah chegou agora na família. E depois daquele episódio da queimadura, não quero mais ter contato com ele.

Volto a encarar as paredes. O que está acontecendo comigo? Tenho tudo e mais um pouco, mas nada parece suficiente no momento, o que é estranho. Antes, eu não sentia isso.

Me jogo na cama e fico rolando de um lado para o outro, até pegar no sono.

Acordo e procuro o celular pela cama. Onde foi parar essa coisa?

Levanto os cobertores e não encontro nada. Olho no chão e lá está ele. Pego com cuidado e, sem virar, penso: se estiver quebrado, eu não quero nem ver...Suspiro aliviada ao ver a tela intacta.

Vejo que já são sete horas da manhã. Merda! Estou meia hora atrasada. Me arrumo rápido e desço as escadas com uma velocidade absurda. Minha mãe sempre me leva para a escola. Não sei por que ela não me acordou hoje.

— Para onde você está indo? — questiono, vendo Noah parar o carro em frente à minha casa.

— Estou chegando, por quê? Quer que eu te leve para a escola? — pergunta, olhando as horas no relógio de pulso. Faço que sim com a cabeça, ainda morrendo de vergonha. Tento abrir a porta do carro, não consigo. — Quer ajuda?

— Não, eu consigo! — digo, ignorando suas risadinhas e me esforçando para abrir a porta.

— Estou vendo que consegue... — debocha. Reviro os olhos. —  Você tem que puxar para cima, Bea. — ele avisa, me ajudando a colocar o cinto de segurança quando finalmente consigo abrir a porta, entrando no carro. Estou mais vermelha que um tomate neste momento.

Quando chegamos à escola, saí tão rápido do carro que nem dei tempo para Noah se despedir.

— Eu venho te buscar — fala em voz alta, me fazendo travar no lugar. Minha vontade de correr para dentro da escola é grande.

— Não precisa, minha mãe me busca — anuncio, virando-me para ele, andando para trás, quase fugindo.

— Ela disse que chegará tarde hoje — resmunga o loiro. Vejo-o ligar o carro e desaparecer do meu campo de visão. Suspiro aliviada. Por que estou assim? Não consigo ficar normal ao lado dele. Talvez porque nunca convivemos, e agora descobrimos que somos parentes e ele está morando comigo. Isso é meio estranho.

— Quem é o gatinho loiro? — escuto uma voz ao meu lado, me fazendo dar um salto. Merda, Olívia!

— Olí? Pensei que não estava mais falando comigo — digo, tentando esconder minha felicidade. Ela sempre foi minha única amiga... Odiaria perder sua amizade. — Ele é meu tio, não me diga que ficou interessada — murmuro, olhando para ela. Ela dá um sorriso sacana e me puxa para dentro da escola.

— Não vamos estragar nossa amizade por causa daquele traidor do meu ex. — diz, forçando um sorriso.

— Meu Deus, ele te traiu? — pergunto, em choque.

— Não precisa falar tão alto para a escola inteira ouvir. Sim, ele me traiu e admitiu ter te beijado à força. Me desculpe por não ter acreditado em você. — Ela fala e me abraça. Eu estava com tanta saudade desse abraço. — Mas agora me diz, quantos anos tem seu tio? — pergunta, e eu faço uma careta.

— Muito velho para você — respondo, e ela ri. Na verdade, ele não é tão velho assim, apenas quatro anos mais velho que nós.

Mas eu não quero que Olivia fique com Noah.

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