O céu de Madri estava tingido de um azul profundo, com a noite começando a cair lentamente sobre a cidade. As luzes brilhavam nas ruas movimentadas enquanto você caminhava pelo terraço do apartamento de Carlos, perdida em seus pensamentos. O vento leve tocava sua pele, mas não era isso que fazia você estremecer. Era a lembrança de todas as vezes que tentou fugir dos sentimentos, de todas as tentativas falhas de manter a distância entre você e ele.
Você e Carlos Sainz tinham uma história. Uma daquelas histórias complicadas, cheias de altos e baixos, com momentos em que tudo parecia perfeito, mas também com momentos de silêncio, de dúvidas, de insegurança. Cada vez que algo dava errado, você se afastava, tentando proteger seu coração. Mas não importava o quanto você tentasse ir embora, sempre acabava voltando.
E agora, aqui estava você, mais uma vez. O celular em sua mão, a tela ainda acesa com a última mensagem de Carlos: *"Podemos conversar?"*.
O som da porta deslizando chamou sua atenção. Você não precisou se virar para saber que ele estava ali. Carlos sempre foi assim — uma presença tranquila, mas poderosa. Ele caminhou lentamente até você, parando ao seu lado, o silêncio entre vocês carregado de tudo o que não tinha sido dito.
"Você voltou," ele disse, a voz baixa, quase como se estivesse testando as palavras.
Você respirou fundo, ainda olhando para o horizonte. "Eu... eu não consegui ficar longe."
Carlos ficou em silêncio por um momento, e você sentiu seus olhos em você. Finalmente, ele deu um passo mais perto, a mão dele tocando suavemente a sua. Era um gesto pequeno, mas carregado de significado. Você sempre soube que, por mais que tentasse resistir, ele era o único lugar para onde você sempre acabava voltando. Como se uma força invisível sempre te puxasse de volta para ele.
"Crawling back to you..." Ele murmurou as palavras da música que vocês haviam escutado tantas vezes juntos, a voz dele suave, mas cheia de emoção. "Eu sei que essa é a história de nós dois, sempre voltando um para o outro. Mas não precisa ser assim, sabe?"
Você finalmente se virou para ele, seus olhos encontrando os dele. Carlos estava sério, os olhos castanhos escuros brilhando sob a luz suave da lua. Ele não estava bravo, nem frustrado. Ele parecia... vulnerável.
"Eu sei que você tem medo," ele continuou, os dedos entrelaçando-se com os seus. "Mas eu também tenho. E cada vez que você vai embora, eu sinto como se estivesse perdendo algo que nunca deveria ter deixado ir. Você não precisa correr toda vez que as coisas ficam difíceis."
A música estava tocando em sua cabeça agora, como uma trilha sonora não planejada para aquele momento. *"If you go, come back again..."* As palavras se misturavam com os sentimentos que você tentou evitar por tanto tempo. Você tentou protegê-lo e se proteger. Mas, no fim, sempre acabava ali, de volta ao mesmo lugar. De volta a ele.
"Eu só... eu não queria te machucar", você sussurrou, a voz falhando. "Mas eu também não sei como fazer isso funcionar. Toda vez que parece que estamos bem, algo acontece e eu sinto que não consigo lidar."
Carlos respirou fundo, puxando você suavemente para mais perto, até que seus corpos estavam encostados, seus braços envolvendo você com segurança. "Eu também não tenho todas as respostas. Mas eu sei que prefiro lidar com qualquer coisa estando com você do que sem você."
As palavras dele ecoaram dentro de você, quebrando as barreiras que você havia erguido. Talvez fosse isso o que faltava — parar de tentar controlar tudo e simplesmente deixar o que sentia por ele existir, sem medo.
Você suspirou, sentindo as mãos dele te apertarem um pouco mais forte. "Eu não quero mais fugir, Carlos. Não de você."
Ele não disse nada por um momento. Em vez disso, ele inclinou-se e encostou sua testa na sua, como se quisesse sentir cada batida do seu coração, cada respiração que você dava. "Então fica", ele murmurou. "Fica comigo."
E ali, sob o céu estrelado de Madri, com a música ressoando em sua cabeça e os braços de Carlos ao seu redor, você soube que aquela era a sua escolha. Não importava quantas vezes tivesse tentado fugir, era ali que você queria estar. De volta para ele, para o amor que sempre te puxava de volta.
"Eu vou ficar", você sussurrou contra os lábios dele, selando sua promessa com um beijo suave.
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IMAGINES - Atletas
Hayran KurguImagines diversos para alimentar a imaginação fértil da autora !