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Era uma noite tranquila, e o silêncio do quarto 356 era interrompido apenas pelo leve zumbido do notebook de Aika. Ela estava imersa em suas pesquisas, os dedos ágeis digitando, os olhos fixos na tela como se o resto do mundo não existisse. Seus amigos, sempre em busca de aventura, haviam decidido explorar mais um pouco os arredores do hotel, aproveitando o lugar. Mas Aika, preferiu ficar sozinha, afundada em seu pequeno "mundo".

Já passavam das 22:00, e o cansaço começava a pesar em suas pálpebras. O brilho da tela iluminava seu rosto, criando sombras suaves no quarto mal iluminado. De repente, o som abafado de duas batidas na porta quebrou o silêncio. Aika franziu o cenho, interrompida do seu transe. Inicialmente, pensou que fosse Prota, talvez voltando do passeio que deu para conversarem sobre o desaparecimento de hanna.

Com um suspiro, fechou o notebook e se espreguiçou, sentindo os músculos tensos relaxarem por um momento. Levantou-se e caminhou até a porta, os pés quase silenciosos contra o carpete. Ao abrir a porta, no entanto, seu coração deu um salto inesperado. Não era Prota. Era Ashley.

A figura de Ashley parecia dominar o pequeno espaço da porta. Seu sorriso, frio, refletia uma perversidade contida, como se houvesse algo sombrio escondido por trás de cada palavra que estava prestes a dizer.

— Como vai, pequena? — a voz de Ashley era suave, mas carregava uma nota de sarcasmo, enquanto ela adentrava o quarto sem pedir permissão, os olhos percorrendo cada canto, como se estivesse avaliando o ambiente.

Aika, que até então estava paralisada pela surpresa, rapidamente recuperou a compostura. Ela cruzou os braços e, com o semblante fechado, encarou Ashley.

— O que você quer? — perguntou Aika, a desconfiança clara em sua voz.

Ashley riu levemente, uma risada que parecia ecoar mais malícia do que humor, e se virou para Aika, como se a questão fosse algo tolo.

— Ah, querida... É assim que você trata uma velha amiga? — O tom era falsamente suave, quase afetuoso, mas Aika podia sentir a tensão por trás de cada palavra.

— Você sabe muito bem o que fez, Ashley. Não venha com essa. — Aika estreitou os olhos, a raiva latente em sua voz.

Ashley suspirou dramaticamente, como se estivesse sendo injustiçada.

— Tá... — ela finalmente disse, seu sorriso esmaecendo um pouco. — Eu só preciso da sua ajuda...

Aika não se moveu, seu corpo rígido como uma barreira. O que Ashley poderia querer? A garota diante dela sempre fora imprevisível, e aquele sorriso perverso não prometia nada de bom. Mas, apesar de sua resistência, algo na voz de Ashley sugeria urgência, um peso que Aika ainda não conseguia compreender.. Não ainda.

— Diga — respondeu Aika, encostando-se na parede, os braços ainda cruzados, mantendo uma distância cautelosa.

Ashley caminhou lentamente pelo quarto, seu olhar pousando no notebook fechado sobre a mesa. Ela sorriu de canto, como se estivesse prestes a revelar algo que Aika não esperava ouvir.

— Fiquei sabendo que você anda investigando o caso de Hanna... — disse Ashley, sem tirar os olhos do notebook. — É por isso que não saiu com os outros, não é?

Aika estreitou os olhos, seu coração acelerando levemente. Como Ashley sabia disso? Ela não tinha contado a ninguém sobre as suas pesquisas sobre Hanna.

— Como ficou sabendo? — perguntou Aika, a voz mais fria, enquanto tentava não demonstrar surpresa.

Ashley voltou a encará-la, os olhos cheios de algo que parecia misturar dor e sarcasmo, como se ela estivesse carregando um fardo há muito tempo.

𝗝𝗢𝗚𝗢𝗦 𝗗𝗘 𝗟𝗘𝗔𝗟𝗗𝗔𝗗𝗘: 𝗢 𝗱𝗲𝘀𝗮𝗽𝗮𝗿𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼. Onde histórias criam vida. Descubra agora