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Mizuki já estava imersa em seu trabalho, os dedos voando pelo teclado enquanto linhas de código apareciam nos telões, trazendo imagens de câmeras de segurança de todas as partes de Marselha. A sala estava em silêncio absoluto, ninguém ousava interrompê-la, pois sabiam que, em momentos de concentração como esse, ela precisava de foco total. O som dos teclados era quase hipnotizante, criando uma atmosfera tensa.

— Acionando código 5678. — Mizuki informou no microfone do fone, movendo-se agilmente entre as telas, utilizando os pés para impulsionar sua cadeira até outro monitor. — Iniciando o rastreamento 540 de todas as regiões de Marselha. — Ela disse, apertando um botão que iluminou as câmeras espalhadas pelas telonas.

A tensão na sala, porém, não era apenas pelas câmeras. A ferida recente da perda de Carme e o desaparecimento de Aika ainda pairava no ar. Artemis, tentando acompanhar a quantidade de câmeras ativadas, comentou:

— Mizuki, são muitas câmeras!

Assim que Mizuki se concentrava nas câmeras e tentava ativar os códigos de segurança, a tensão começou a aumentar na sala. Perses, visivelmente abalado com a perda de Carme e o desaparecimento de Aika, estava agitado, andando de um lado para o outro. Ele não conseguia se acalmar, e a dor e frustração só aumentavam dentro dele. Lappy estava revisando algumas informações ao lado de Nancy, tentando manter a situação sob controle.

— Isso é um absurdo! — Perses resmungou, mal conseguindo se conter. — Nós devíamos ter feito mais, devíamos ter previsto isso!

Lappy, sem levantar o olhar de suas fichas de gravação, soltou um suspiro exasperado e respondeu:

— Não é assim que as coisas funcionam, Perses. Todos nós estamos fazendo o que podemos.

Perses parou, olhando para Lappy com uma mistura de incredulidade e raiva.

— Fazendo o que podemos? — Ele repetiu com amargura. — Você acha que isso é o bastante? A Carme está morta! E a Aika... — Ele hesitou, a dor evidente em seus olhos. — Ela pode nunca mais acordar, e tudo o que você diz é que estamos fazendo o que podemos?

Lappy finalmente olhou para ele, o olhar firme e sério.

— Sim, Perses. É o que podemos. Ou você acha que jogar a culpa em alguém vai trazer a Carme de volta? Ou vai fazer a Aika acordar mais rápido?

Essas palavras atingiram Perses como uma faca. Ele deu um passo em direção a Lappy, os punhos cerrados.

— Você acha que eu não sei disso?! — Perses rosnou, a raiva crescendo. — Eu sei que a Carme não vai voltar, mas você não entende o que é sentir isso! A impotência, a sensação de que eu podia ter feito algo, de que... — Ele interrompeu, a voz quebrando.

Lappy manteve a calma, mas sua voz ficou mais dura.

— Eu entendo mais do que você pensa, Perses. Mas agora não é hora de perder a cabeça. Precisamos focar. Aika ainda está lá fora, e se continuar se desfazendo assim, vai acabar sem forças pra quando realmente precisar agir.

Perses explodiu, não aguentando mais a pressão.

— FOCAR? Como você quer que eu foque? Eu perdi a única pessoa que importava pra mim, e você quer que eu trate isso como uma operação qualquer?! — Ele avançou mais, quase tocando o peito de Lappy. — Eu não vou simplesmente "focar" enquanto ela está morta e Aika desaparecida!

𝗝𝗢𝗚𝗢𝗦 𝗗𝗘 𝗟𝗘𝗔𝗟𝗗𝗔𝗗𝗘: 𝗢 𝗱𝗲𝘀𝗮𝗽𝗮𝗿𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼. Onde histórias criam vida. Descubra agora