A necessidade de encaminharem-se para seus postos torna-se insuportável diante a situação em que o amigo se encontra, deixar Felix sozinho neste momento é doloroso demais para o trio de amigos, porém Pépi, como o mais velho e coordenador do setor de espetáculos, precisa encaminhar Yeji e Jisung para seus postos. Ainda abraçando forte o amigo, Jisung observa os dois se desentendendo.
– Pépi, não tem como, a gente não pode deixá-lo sozinho. – Ela fala apontando para Felix.
– Yeji, eu sei, eu também não quero isso. Mas vocês sabem bem que enfrentaremos consequências...
– Não estou nem aí, eu vou ficar aqui com ele e ninguém vai me tirar daqui.
– Ji. – Felix fala baixinho tentando chamar a atenção da amiga.
Enquanto os dois brigam, Jisung enfrenta um conflito interno. Ao mesmo tempo que está preocupado com o amigo que chora em seus braços, ele teme pelo que está por vir.
– CHEGA. – Finalmente Jisung consegue a atenção dos dois. – Será que não veem que essa discussão não ajuda em nada?
– Gente... – Felix consegue a atenção dos amigos e tenta sentar-se, com dificuldade pelas dores dilacerantes por seu corpo. – Por favor, parem de brigar. – Ele fala baixo.
– Lix. – Yeji fala se aproximando do amigo e alisando carinhosamente seus cabelos. – Eu não vou te deixar sozinho.
Pépi suspira pesadamente e volta a explicar que não pode compactuar com essa atitude, por mais que tenha carinho pelos jovens, sua vida depende disso então, como forma de tentar apoia-los, ele se retira apenas lhes advertindo e algumas lágrimas escorrem por seu rosto quando vira às costas para o grupo abraçado.
Sentindo-se um pouco mais seguro em saber que Yeji não sairia do lado do amigo, Jisung direciona-se a seu destino inevitável. Ele se encaminha ao camarim onde seu figurino lhe aguardava sempre e neste encontra com o senhor Shyi com um sorriso largo no rosto. O homem robusto se aproxima do menino com o rosto fechado e claramente enojado com sua presença.
– Você vai ficar uma gracinha com essa roupinha. – Fala ao pé do ouvido do menino e se retira.
Encabulado e inseguro com o que o aguarda naquela noite, o menino veste o figurino separado. O espartilho de couro preto, que deixa o busto completamente exposto, é a peça principal de um conjunto absurdamente revelador. Para complementar, um shorts de couro preto que mal cobre quatro dedos de comprimento, meias três-quartos, também pretas, sapatos de salto com tiras. Sem roupas íntimas, ele ainda usa uma gargantilha como acessório final.
Ao chegar no dark room, a luz baixa e avermelhada permite que ele perceba a presença de seu primeiro cliente. O ambiente, imerso em sombras e tensão, contém uma cama, um pole dance e uma grande estrutura de madeira com correntes, além de um painel com diversos instrumentos, todos disponíveis para quem desejasse usá-los. O olhar ansioso do menino inevitavelmente é atraído para os equipamentos, causando um frio na barriga.
No entanto, o cliente não se move do sofá onde está sentado, aumentando a atmosfera carregada de expectativa. A tensão no ar cresce.
– Se-se-nhor. – Ele reverencia o homem.
Sem resposta Jisung fica mais alguns minutos tentando enxergar o rosto do homem misterioso que não está tão visível pela luz baixa. O homem, após alguns minutos de silêncio ele aponta para o pole dance e Jisung compreende o recado sentindo-se até mesmo um pouco aliviado no primeiro momento.
Jisung envolve seus dedos em torno da barra fria do pole dance e vira às costas para iniciar o espetáculo tentando identificar a reação do cliente, sentindo o arrepio do metal contra a pele quente de suas costas nuas ele deslisa até o chão sem perceber qualquer resposta do homem misterioso. Então ele começa a se mover de costas para o cliente, as pernas longas se entrelaçando na estrutura com uma delicadeza estudada. Seus movimentos são fluidos, misturando força e leveza enquanto seu corpo desliza e gira, os pés mal tocando o chão antes de subir novamente. O couro de suas roupas estala a cada giro, realçando o contraste entre a suavidade dos seus movimentos e a dureza do material. A luz vermelha ilumina o suor que começa a perlar em sua pele, destacando as linhas do seu corpo enquanto ele executa cada passo com precisão. A música abafada o guia, seus quadris balançando num ritmo lento e provocante, enquanto ele faz piruetas sutis e abre as pernas ao redor do poste com sensualidade, numa dança que, embora planejada, carrega a insegurança de sua situação. Jisung olha brevemente para o cliente, esperando algum tipo de reação ou aprovação, mas o homem permanece imóvel, observando-o em silêncio.
A falta de resposta do cliente apenas intensifica o desconforto. Jisung consegue sentir o olhar denso do homem sobre cada movimento seu, mesmo sem conseguir identificar seu rosto em meio a escuridão. Após alguns momentos de tensão crescente, o homem finalmente se mexe, mas apenas para fazer um leve gesto com a mão, indicando que Jisung deve se aproximar. Ainda sem dizer uma única palavra, ele aponta para as roupas do menino, mandando que ele as tire devagar e, com a proximidade um pouco maior, ele já consegue identificar um par de olhos de cores diferentes, olhos familiares, olhos famintos.
O coração de Jisung acelera, e o nervosismo que ele tentava esconder toma conta. Sem outra opção, ele obedece. Suas mãos tremem enquanto vão até o espartilho de couro, soltando os cordões lentamente. Cada desatar causa no menino um temor forte pelo que está por vir, mas, diferente de outros olhares, o daquele cliente em particular consegue lhe causar desejo. Após alguns minutos de tensão seu dorso fica nu, então ele passa às pernas tirando as meias devagar, quando ia coloca-las no chão o homem pigarreia e indica que o menino as jogue para ele. Um arrepio lhe corre a espinha quando, com as meias em mãos ele se aproxima mais do sofá e é parado a um metro de distância, precisando joga-las no homem. Por uns breves segundos Jisung estuda as ações do homem, quando ele pega a peças e sente seu odor, sem desviar o olhar do menino.
Com Jisung paralisado, o homem sinaliza que prossiga retirando o shorts. Ele engole seco e o faz como mandado, ficando completamente nu se não fosse pela gargantilha. Logo ele mostra o quadro de equipamentos e indica que o menino pegue um dos plugs que nele está, ao que ele o faz sem pestanejar. A sensação que corre pelo corpo do rapaz é estranha, o medo lhe foge não fazendo mais parte do cenário, o desejo pelo próximo comando do homem é quase que palpável, ele necessita disso.
Jisung, agora completamente despido de roupas e inseguranças se direciona até uma mesa de centro que está logo ao lado do sofá. Ele arrasta a mesa e se posiciona de quarto em cima dela, colocando delicadamente o plug na região indicada. O desconforto inicial é tão breve que mal é sentido, o desejo toma conta do ambiente, ele sente como se estivesse sendo estimulado, porém o homem nem ao menos se mexe do sofá, é como se a simples presença dele estivesse flertando e estimulando cada parte do corpo de Jisung.
Com o plug completamente introduzido Jisung solta um arfar de prazer, então o homem misterioso finalmente e levanta, ele se direciona ao painel e os olhos do menino que não sai da posição seguem seus movimentos, porém o temor inicial lhe abandonara, ele clama pelos próximos passos do homem. Ele então retorna com uma venda e uma tiara com orelhas.
O homem então retira o plug do menino e introduz algo mais volumoso, arrancando arfares pesados e prazerosos do jovem. Cada milímetro é colocado com delicadeza e precisão, o tremor do aparelho começa a se intensificar juntamente com a respiração de Jisung. O menino geme descontroladamente a cada pressão que sua próstata recebe. O homem senta-se novamente no sofá observando a onda de prazer descontrolar o menino que mal consegue permanecer na posição inicial, é quando Jisung finalmente se entrega ao próprio ápice que se deixa cair sobre a mesa, ainda gemendo, suando e arfando pesadamente.
– Deite.
Ele escuta a voz forte do homem e retira a venda tentando ainda buscar seus traços em meio a escuridão.
Cansado e sem conseguir imaginar o que estaria por vir, o menino deita na cama, mas o sono e o peso do próprio prazer lhe envolvem. Ele dorme assim que se deita, um sono pesado e satisfatório, tanto para Jisung quanto para o cliente que sorri ao observar o doce menino adormecido a sua frente. Diferentemente de outros clientes, a satisfação do jovem menino seria o maior prazer na noite de Lino, pois era exatamente isso que ele buscara.
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Fonte dos pecados - Minsung
Mystery / ThrillerPrólogo Han Jisung é um pobre jovem que, em meio ao caos da vida pobre de sua família acaba sendo deixado à própria sorte ainda bebê em uma cidade repleta de histórias macabras e superstições sombrias. Com o tempo o menino enfrenta um destino cruel...