Fonte dos pecados - Minsung

Capítulo 11 - Correntes de ira

Com a ausência de Lino, Jisung se via obrigado a receber inúmeros clientes por noite, alguns não tão gentis e outros com fantasias grotescas que lhe causavam náuseas. Determinada noite, ao receber uma 'festa particular' com três homens bastante agressivos, o menino seguia se perguntando onde havia errado para perder seu tão valioso e prazeroso cliente. Enquanto aqueles homens usavam o menino como bem queriam, no telhado o demônio, com uma ira gigantesca, andava de um lado para o outro sem parar.

– Não adianta, meu amigo. Eles são da sua espécie, sua raiva não vai afasta-los. – Hyunjin fala olhando para o horizonte sem ao menos olhar para o amigo.

– Cala a boca, Hyunjin. – Lino responde com os olhos fechados tentando conter a raiva.

– Podemos fazer algo, Lino. – Hyunjin tenta convencer o amigo. Ele se aproxima e pega os ombros de Lino que está de costas. – Nós dois, juntos, tiramos os dois de lá...

– E fazemos o que? Levamos eles para onde, hein? – Lino encara o amigo.

– Você parece alguém que conheço... – Hyunjin parou de falar ao sentir algo. – Felix. – Ele dispara.

– O que foi? – Lino questiona confuso.

Sem qualquer resposta o Nefilim pula do telhado, mais uma vez deixando sua ira dominar o ambiente. A nevoa densa e vermelha se apossa da cidade. A ligação forte do Nefilim com o menino lhe atormenta, a dor sentida pelo menino atinge o Nefilim diretamente. Sem ao menos pensar em consequências o Nefilim adentra ao recinto onde não é bem-vindo, se direcionando rapidamente ao corredor que daria acesso a enfermaria. Ele faz questão de anunciar sua presença impondo a força de sua ira, colocando todos os presentes em estado de choque sem ao menos conseguir se mexer.

Ao chegar na enfermaria a visão do menino debilitado sendo rodeado por alguns homens que possivelmente tentavam se apossar de seu corpo instiga um ódio gigantesco em Hyunjin que, sem nem pensar, impõe um poder não antes utilizado. Ele, isolando Felix numa espécie de bolha segura, retira o ar daquele ambiente, seus olhos ficam vermelhos a medida que encara aqueles homens gigantes lutando por um resquício de ar até que finalmente cedem à inconsciência permanente. Neste momento o Nefilim crava seu destino, pois, matar qualquer criatura, seria o pecado inaceitável e suas asas, ora brancas e resplandecentes, nunca mais voltariam a sua essência. Com os olhos ainda vermelhos ele volta seu olhar para o menino que fica atônito com a cena.

Hyunjin então controla sua essência irada e dá um passo em direção ao menino que se esquiva com medo. Ele entristece o olhar e vira de costas.

– Sinto muito... – Ele inicia sem olhar para Felix. – Medo era a única sensação que não queria lhe causar. – Conclui e sai deixando o menino ainda atônito sozinho.

Com a decepção de causar medo em seu amado, Hyunjin se retira de cabeça baixa. Andando pelo corredor vazio ele não sente uma presença familiar se aproximando discretamente.

Com movimentos ágeis e precisão implacável, Konan surge pelas costas de Hyunjin, envolvendo o nefilim em um mata-leão firme. O ambiente ao redor fortalece Konan, pois ele absorve a energia dos seres da mesma espécie presentes, aumentando sua força significativamente. Com esse poder amplificado, ele vira Hyunjin, pressionando-o com brutalidade contra a parede. Com um gesto impiedoso, ergue o nefilim pelo pescoço, seus dedos cravando-se com voracidade enquanto o mantém suspenso no ar, demonstrando sua superioridade no confronto.

– A que devo a honra de sua presença? – Konan dispara, com os olhos vermelho sangue, mostrando sua superioridade mediante o Nefilim.

– Estava com saudades, Asmodeus? – Hyunjin dispara num sopro sôfrego, instigando ira no demônio que aperta mais seu pescoço.