Batidas na porta despertam Jisung de um sono profundo e relaxante. Seus olhos abrem lentamente, com dificuldade, tentando unir forças para levantar-se e atende-la, mas seu corpo encontra-se em êxtase completamente relaxante.
– Garoto, abre essa porta. – A voz do funcionário parece zangada. – Você está atrasado.
Ele finalmente consegue unir forças e levanta para atender a porta, ainda com os olhos baixos e cansados ele abre, tentando manter-se em pé.
– Desculpe, senhor.
– Não é porque você foi exclusivo por uma noite que é importante, moleque. Vai, anda.
– E-eu... preciso me vestir. – Um pouco tonto ele fala após perceber estar enrolado em um lençol.
O homem olha dos pés à cabeça de Jisung com uma expressão rancorosa.
– Vista-se logo e assuma seu turno na cozinha.
Ele sai deixando o menino ainda um pouco grogue sem entender o porquê, Jisung lembra de flashes da noite anterior, das sensações sentidas, sente-se descansado e feliz, pensa que nunca havia tido uma noite tão agradável, mas algo ainda lhe intriga quem é aquele homem e porque aqueles olhos perseguem seus pensamentos?
Após um turno bastante solitário e cansativo na cozinha Jisung vai visitar o amigo enfermo e encontra Pépi sentado ao lado da cama do menino adormecido.
– Ele está bem? – Num tom preocupado Jisung quebra o silêncio do ambiente.
– Se recuperando. – Pépi dispara olhando pesarosamente para o menino. – Está dormindo a base de remédios, só assim para mantê-lo calmo.
Os dois ficam um tempo em silêncio analisando o pobre menino que ainda se recupera.
– E como foi a primeira noite no dark room? – Pépi questiona analisando a aparência de Jisung. – Você não me parece tão mal quanto imaginávamos.
– Na realidade meu cansaço é do turno na cozinha. – Fala alongando o pescoço tenso. – Hoseok me escalou para trabalhar sozinho.
– Depois de uma noite no dark room? Ele é doido, vou falar com ele mais tarde.
Pépi fala indignado, mas logo percebe uma expressão satisfeita no rosto de Jisung.
– Mas... parece que noite foi boa, ou me engano? – Fala com um sorriso sacana.
– Foi... – Jisung sorri timidamente relembrando. – Incrível. Eu nunca me senti tão bem, nunca fui tão bem tratado e... eu tive medo no início, o cliente era misterioso, mas algo na presença dele me causou...
– Causou?
– Sei lá... sensações... eu senti segurança, intimidade... prazer. Acordei completamente exausto e satisfeito, foi uma noite incrível.
– Então esse é bom, melhor marcar o rosto pra agradar sempre. – Ele sorri maliciosamente.
– Na verdade... a gente não transou.
– Espera... que?
– Eu não sei nem explicar tudo que aconteceu.
– Você teve prazer como?
– Ele parecia querer que eu sentisse prazer. – Jisung fala encarando o chão e lembrando do homem. – E os olhos dele... me desejavam de verdade, mas não só meu corpo, Pepi... ele, me queria mesmo.
Quando levanta o olhar para o amigo Jisung encontra o homem lhe encarando com estranheza e percebe que ele não entendeu uma palavra se quer. A verdade é que nem o menino compreende bem os fatos ocorridos na noite anterior, ele sente um misto de sensações, primeiro a satisfação de todo o prazer que recebera, mas também a necessidade em compreender tudo que passou naquele momento, assim como quem é aquele homem misterioso que, ao mesmo tempo que não sabe quem é, sente algo familiar.
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Fonte dos pecados - Minsung
Tajemnica / ThrillerPrólogo Han Jisung é um pobre jovem que, em meio ao caos da vida pobre de sua família acaba sendo deixado à própria sorte ainda bebê em uma cidade repleta de histórias macabras e superstições sombrias. Com o tempo o menino enfrenta um destino cruel...