Capítulo 3: Incoerente

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Miami - 5:46 am

Ponto de Vista de S/N Harrington

Nem precisei do despertador tocar duas vezes para me levantar

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Nem precisei do despertador tocar duas vezes para me levantar. Hoje acordei cheia de energia para sair da cama. Acho que realmente preciso parar de sair durante a semana.

De repente, lembrei que hoje é o último dia da Carolina aqui. Decidi então tomar um banho rápido para poder aproveitar a manhã com ela.

Assim que a água quente bate no meu rosto, começo a planejar meu dia com a assistente virtual. Olho para o tablet na parede e, com um comando de voz, adiciono que: vou para a escola, depois eu e Dinah vamos fazer algo saudável, depois o Harry vem para terminarmos nosso trabalho em dupla, e mais tarde, a Vivi vai começar a arrumar minhas coisas.

Saio do chuveiro, me seco com a toalha e vou para o quarto.

As Quartas de Rosa viraram uma tradição na escola. É um evento simbólico que só acontece a cada três meses. O conselho estudantil permite que façamos este dia para arrecadar roupas que não usamos mais, para doar ao bazar de caridade. As peças são vendidas e o dinheiro ajuda pessoas com dificuldades financeiras.

Fico irritada quando tenho que separar minhas coisas. Nunca desapeguei de nada do meu guarda-roupa. Além disso, tudo no meu closet é caríssimo.

Sento-me em frente à penteadeira enorme e chamo a Vivi com o botão. Em poucos segundos, ela aparece no quarto.

— Hoje você acordou cedo — Ela comenta animada, e eu concordo com a cabeça.

— Sua mãe também. Está ansiosa, é só para secar? — Concordo enquanto ela cuida do meu cabelo. Vivi tem uns 36 anos. Quando começou a trabalhar aqui, eu ainda era criança. Quando meus pais viajavam juntos, era ela quem cuidava de mim e do Etan.

— Foi menos doloroso dessa vez? — Ela pergunta, olhando para a caixa de roupas em cima da cama.

— Para ser sincera... Não. Preferia dar o dinheiro em vez de minhas roupas — Ela ri. Vivi sempre tentou me ensinar que nossa classe social é diferente, mas para mim não faz sentido. Como existem pessoas que estudam e só conseguem viver com um salário mínimo?

— Eu entendo, S/A, mas é por uma boa causa. Lembre-se disso. — Eu concordo. Vivi é uma ótima pessoa, nunca tive queixas dela.

Ela termina de secar meu cabelo e me dá um beijo na testa antes de sair. Etan entra no meu quarto, se joga na cama enquanto eu passo uma maquiagem leve no rosto. Nunca precisei disso realmente, desde pequena sempre fui elogiada pelos meus olhos cor de mel e cabelos pretos. Minha pele nunca teve uma espinha sequer, e gosto de manter as aparências, mesmo em dias ruins.

Meu irmão está usando o uniforme rosa: um boné, uma camisa social com as iniciais da escola, e calças que não são do uniforme porque não conseguimos achar o tom de rosa perfeito. E um tênis branco.

Madrasta - Camila/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora