Capítulo 16: Ciumes

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Caribe - 3:40 pm

S/n Harrington Ponto de Visão.

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Havíamos dormido tanto depois do almoço que agora. Não havia sono.

Andei pelo meu quarto em busca de algo para voltar a dormir. Mas minha garganta estava seca.

Desci as escadas com cuidado, minhas meias pisando suavemente no chão frio. Quando cheguei à cozinha, a luz suave do abajur iluminava a cena. Lá estava Camila, de costas para mim, ocupada preparando algo para comer. Sua presença inesperada fez meu coração acelerar.

Ela não havia notado minha chegada ainda, e eu a observei por um momento, tentando decidir como me sentir. A lembrança de sua mão em minha perna durante o jantar ainda estava fresca em minha mente, e a mistura de raiva e odio borbulhava sob a superfície. Peguei uma garrafa de água da geladeira, tentando acalmar meus pensamentos enquanto bebia longos goles.

Camila se virou ao ouvir o som da garrafa, seus olhos encontrando os meus com um brilho que era ao mesmo tempo desafiador e sedutor.

Ela sorriu, um sorriso que dizia que sabia exatamente o que estava fazendo mais cedo.

— Não conseguiu dormir? — ela perguntou casualmente, como se a tensão entre nós não estivesse presente. Terminei de beber a água, colocando a garrafa no balcão com um pouco mais de força do que pretendia.

— Eu estou prestes a te matar. Que raiva... — comecei, mas minha voz falhou. Não era só raiva; havia um desejo inegável por trás de tudo, algo que me puxava em sua direção mesmo quando eu queria resistir.

Camila se aproximou lentamente, cada passo calculado, e parou bem na minha frente.

— Você parece perturbada — ela provocou, sua voz baixa e carregada de insinuação. Seus dedos tocaram levemente meu braço, subindo até meu ombro, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha.

Ela estava mais próxima agora, e o calor de seu corpo era quase tangível. A provocação em seu olhar era mais intensa do que durante o jantar, e eu me vi sem palavras, presa entre a raiva que sentia por sua ousadia e o desejo incontrolável que ela despertava em mim.

— Por que está com raiva, Sn? — ela perguntou suavemente, inclinando-se ainda mais perto, sua respiração quente contra minha pele. — Ou é outra coisa que você está sentindo?

— Podiam ter nos pegado! Você perdeu a noção do ridículo.

— Mas não nos pegaram.

A intensidade no olhar de Camila era quase palpável enquanto ela se aproximava ainda mais, apagando qualquer espaço remanescente entre nós.

Sua presença era absurda, e eu me sentia presa em um campo de força que misturava raiva e um desejo maluco.

— Você está perdida, Sn — ela sussurrou, sua voz um misto de desafio e sedução. Seus dedos, leves como uma pena, traçaram um caminho tortuoso do meu ombro até a curva do meu pescoço, cada toque enviando uma corrente elétrica pela minha pele. — Será que estou te distraindo?

Eu abri a boca para responder, mas as palavras se recusaram a sair. Era impossível ignorar o efeito que ela tinha sobre mim. A lembrança de sua mão na minha perna durante o jantar era agora uma sombra pálida comparada ao que eu sentia naquele momento.

Camila se inclinou, seus lábios a um sopro de distância de meu ouvido. —Confesse, Sn. Não é só raiva que você está sentindo, é? — Sua voz era um sussurro provocador, carregado de uma certeza que apenas intensificava o turbilhão dentro de mim. Minha respiração estava descontrolada agora. Eu estava em meio a perdição.

Madrasta - Camila/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora