• Chantilly e morangos •

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Myoui Mina

Tirei o que sobrou do bolo de dentro do forno. A aparência dele era tão desastrosa que mais parecia carvão do que um bolo. Um aroma queimado pairava no ar, invadindo a cozinha com um cheiro que lembrava mais um frango mal feito do que um bolo recém-assado. Momo entrou na cozinha, rindo, sabendo que se ela demonstrasse qualquer decepção, Chaeyoung teria a mesma reação.

— Minari, por que tanta fumaça? — indagou Chaeyoung, seus olhos semi cerrados e a expressão de quem estava tentando entender a situação.

— Ah, er... O bolo... Meio que... — eu hesitei, enquanto deixava que Momo se divertisse com o meu fiasco.

Chaeyoung sorriu junto com Hirai, e isso me deixou confusa. Ela não deveria ficar chateada? Passamos a tarde toda nos dedicando a isso, ela se sujou toda com farinha!

— Chae? Não está... — comecei a perguntar, mas fui interrompida.

— Triste? — completou, com um tom leve na voz. — Isso é ruim, mas... Olha, podemos assar outro!

Suspirei aliviada e sorri. Que bom que ela não estava mal com a situação.

— Tenta não se distrair depois que colocar no forno, Mina — Momo disse, ainda rindo.

— Ha, engraçadinha — revirei os olhos, tentando esconder o sorriso que estava prestes a se formar.

Dessa vez, eu e Chaeyoung repetimos todo o processo, com a diferença de que ela estava decidida a evitar qualquer sujeira. Para garantir, coloquei um alarme para tocar assim que o bolo estivesse no ponto. Decidimos esperar na cozinha, ansiosas e um pouco nervosas.

Ouvimos Jihyo chegar pela porta da sala. Ela havia ido até a casa de Dahyun antes de nós sairmos para o mercado.

— Gente, que cheiro de churrasco queimado! — exclamou, franziu o rosto de forma cômica. — O que aconteceu aqui?

— Quem me dera fosse churrasco — Momo disse, com desdém. — Mina colocou fogo em um bolo.

— Não é pra tanto! — cruzei os braços, tentando me defender. — Só passou um pouco do ponto!

— "Um pouco?" — Chaeyoung arqueou uma sobrancelha, claramente debochando.

— Poxa, Chae! Até você? — reclamei, olhando para ela com uma expressão de "não me deixe sozinha".

Chaeyoung riu, e logo nós três, entramos na mesma gargalhada contagiante dela. Sinceramente, não consigo me imaginar rindo desse jeito em um sábado à tarde sem a presença de Chaeyoung.

— Bom, eu vou tomar um banho antes que esfrie mais — Jihyo declarou, subindo as escadas com um ar de determinação.

— Jihyo, a sensação térmica é de 32°C, pelo amor de Deus — Momo mudou a entonação da voz, tentando imitar uma apresentadora de meteorologia.

— De qualquer forma, preciso tomar banho — Jihyo deu de ombros e desapareceu escada acima.

Eu e Chaeyoung ficamos na cozinha jogando Uno, mas não dá pra jogar essas coisas com Chaeyoung. Ela trapaceia, não é possível!

— Como você tem cinco cartas de +4 sem ter comprado uma carta sequer desde o começo do jogo? — perguntei, incrédula.

— Sorte, Minari — ela respondeu, sorrindo com satisfação, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. — Apenas isso.

— Tá bom, é sorte — respondi, mas a confiança em minha voz era quase nula.

— Que música é essa, Minari? — questionou, assim que ouviu o alarme tocar.

𝑳ittle 𝑺unshineᵐᶦᶜʰᵃᵉⁿᵍ (hiatus) Onde histórias criam vida. Descubra agora