Capítulo 12: Los planes y la traición (os planos e a traição)

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Todos los días tienen sol y tormenta
Si pudieras volver a confiar
(Todos os dias tem sol e tempestade
Se você pudesse voltar a confiar)
- Tan biónica

Kelvin chegou em seu apartamento quase quarenta minutos depois de se despedir de Ramiro.

Ao subir no Uber, só de ver as, literalmente, 45 notificações em seu telefone, suas mãos tremeram e sentiu seu coração acelerar.
Sabendo que precisava se controlar, decidiu que revistaria tudo com cuidado depois que chegasse em sua casa.

Para seu alívio, o motorista foi calado a viagem inteira e Kelvin colocou seus fones e sua playlist aleatória e simplesmente desligou do mundo, cantando baixinho mas com intensidade cada canção.

Ao entrar lembrou do caos que tinha deixado pra trás ali. Quando saiu, na sexta, derrubou algumas coisas sem querer, além da bagunça habitual que ele costumava limpar no final de semana. Mas não nesse, esse final de semana tinha sido … Assustador? Diferente? Incrível? Intenso? Reconfortante?. Tantas definições vinham em sua mente que se sentiu perdido.

Recolheu o que estava no chão e se jogou no sofá, finalmente abrindo o aplicativo do correio, era a hora de enfrentar aquele e-mail. Se tivesse dado certo, bom, ele poderia ficar longe de Ademir. Se tivesse dado errado talvez ele voltaria pro Brasil.

Abriu o correio com o coração na mão, seus olhos encheram de lágrimas no segunda frase “Bem-vindo a família AM group”

Ele programou uma resposta para o dia seguinte às 7 da manhã, agradecendo pela oportunidade e confirmando que começar em duas semanas seria perfeito, já que teria o tempo certo para o aviso prévio em seu local de trabalho atual.

Pensou em contar para Ramiro, mas concluiu que esse era um tipo de coisa que era melhor conversar pessoalmente. Estava indo tomar um banho quando cometeu o erro de olhar o resto de suas mensagens.

Quase vinte de Nando, perguntando como ele estava, pedindo que avisasse se fosse ficar sozinho, lembrando-o de comer e beber água, avisando que Odi queria falar com ele.

Outras tantas de Odilon, pedindo que ligasse quando pudesse, falando que sentia muito por tudo, se disponibilizando para ajudar o loiro quando ele fosse para o Brasil.
Quando ele fosse para o Brasil? Não entendeu, mas continuou

Uma mensagem de um número desconhecido.
“Você ainda se acha no direito de ficar com o que é meu? Seu viadinho. Não importa como você e a sua mãe fizeram isso, você vai voltar minha casa pra o meu nome”

Que casa? Do quê ele estava falando? Sua mãe tinha colocado a casa no nome de Kelvin? Quando isso aconteceu?

A casa, onde cresceu, se bem tinha sido comprada pelo seu pai, estava no nome de sua mãe para evitar ser hipotecada por causa das dívidas do homem. Kelvin não fazia ideia de que, logo depois de sua última visita a sua mãe, ela tinha mudado as escrituras unilateralmente, deixando-as no nome de seu filho.

Decidiu bloquear mais um número e entrar debaixo do chuveiro, precisava de água quente correndo por seu corpo e não só por seus olhos. Perdeu a noção de quanto tempo passou ali, sentado no chão do box.
Por vezes lembrava das coisas boas e ria, em outras chorava até não conseguir respirar, apenas se perguntando “por quê? Por quê comigo?”

Se arrastou como pode pra fora do banho e lembrou que prometeu a Ramiro que comeria. Não tinha fome, não tinha força de vontade, decidiu apenas mentir e assim que enviou a mensagem jurando que tinha jantado, caiu na cama entrou em um sono profundo e conturbado, cheio de lamentos e suor frio.

— — —

Eram quase 9 horas da manhã e Kelvin não tinha respondido sua mensagem, Ramiro estava preocupado, mas não queria invadir o espaço do loiro, pelo que aguardou o horário de entrada do outro fazendo qualquer coisa perto da porta.

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⏰ Última atualização: 4 hours ago ⏰

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