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Acordei em meio a um sobressalto, um grito escapando imediatamente através de minha garganta. Uma dor lancinante pulsava em meu braço, e não demorei muito para notar a quantidade de sangue que o encobria.

Forcei a vista, mas ainda estava meio atordoada pelo impacto da van me atropelando. Eu não sabia dizer onde estava. Tudo era escuro e úmido, e o cheiro do mofo preenchia o ambiente.

— Fi... Finney? — Minha voz saiu fraca.

Estávamos em um colchão de tamanho king size fixo ao chão. O lugar parecia com um porão, e a única luminosidade que o preenchia vinha através de uma janela com grades de ferro bem ao topo da parede.

— Não tem saída... nenhuma brecha... eu já explorei o lugar inteiro... — sua voz era carregada de pavor.

— Mas... nós não podemos ficar aqui — tentei me levantar, mas um grito mudo de dor escapou por meus lábios.

O ferimento era mais feio do que eu imaginava, e o encharcado de sangue sob a manga da camisa era mais do que suficiente para entender isso.

— Primeiro... você precisa de ajuda com esse corte. O sequestrador... deixou um kit de primeiros socorros ali — Finney apontou para uma pequena caixa branca perdida na escuridão.

— Realmente acha que... o que quer que tenha aí dentro é seguro? — franzi o cenho.

Poderia muito bem ter algum tipo de droga que tirasse a minha vida de uma vez.

Afinal, eu não era desejada pelo sequestrador, e sabia muito bem disso. Só estava ali porque tinha visto mais do que deveria.

E isso era motivo mais do que suficiente para que ele tentasse se livrar de mim a qualquer momento.

Eu era apenas um peso morto no jogo que ele provavelmente queria jogar.

— Precisamos arriscar... você tá sangrando — se levantou rapidamente, trazendo a caixa para perto do colchão.

Revirou a mesma com muito cuidado, e então retirou de lá antisséptico e gaze.

— Obrigada, Finn... me desculpa por... não ter conseguido escapar...

Se eu tivesse conseguido... nenhum de nós teria sido obrigado a passar por isso.

— Eu não vi muito bem o que aconteceu porque acho que ele usou um... gás sonífero em mim, mas... ele disse que te atropelou... não tinha como você fugir assim... — o mesmo enfaixava cuidadosamente meu braço, como se eu fosse algo delicado que pudesse se partir ao meio com facilidade.

— Por que tem um telefone na parede? — meus olhos rolaram diretamente até o telefone preto pendurado ali.

Era alguma espécie de piada conosco?

"Tentem ligar o máximo que puderem, mas não vão escapar de forma alguma".

— Não tem linha... mas isso já era de se imaginar...

— Droga... — soquei o colchão com força, me arrependendo no mesmo segundo.

Pela primeira vez na vida, eu realmente não tinha a menor ideia do que fazer.

Estava tomada por um desespero que jamais conseguiria descrever. Eu não queria ter o mesmo fim que Robin.

Não queria que Finney tivesse o mesmo fim que Robin.

Queria vingar meu melhor amigo... mas como eu poderia?

Os ferimentos não iriam se curar tão depressa... e eu havia visto o porte físico do sequestrador de perto.

𝗨𝗟𝗧𝗥𝗔𝗩𝗜𝗢𝗟𝗘𝗡𝗖𝗘, finney blakeOnde histórias criam vida. Descubra agora