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Os olhos de Harry se abriram de repente, o grito repentino e frenético do corvo em sua janela o sacudiu de um sono inquieto. Ele estremeceu quando o pássaro de olhos esbugalhados deixou a carta cair em seu rosto, seus olhos redondos brilhando com uma intensidade frenética antes de voar para o céu, deixando o jovem perplexo em seu rastro.

— Que barulho! — uma voz sonolenta murmurou de baixo da cama, as palavras do basilisco abafadas pelas escamas grossas que agora cobriam sua forma.

Harry piscou surpreso quando Phayu emergiu lentamente, o corpo da cobra agora um verde esmeralda vibrante, seus olhos brilhando com uma beleza recém-descoberta.

— Você está muito bonito, Phayu! — Harry sorriu, estendendo a mão para acariciar gentilmente a cabeça escamosa da serpente.

O basilisco se alisou sob seu toque, sua língua bifurcada se movendo para fora para provar o ar.

— Eu passei pela minha mudança de pele —, Phayu explicou, sua voz cheia de uma sensação de realização. E quando a cobra se acomodou em um rolo de satisfação aos pés de Harry, o jovem sabia que a resposta ao seu apelo desesperado havia chegado — mas de uma forma muito mais inesperada do que ele poderia imaginar.

A mensagem enigmática de Tom não foi clara em um ponto crucial - a barreira que proibia bruxos de entrar no escritório de Dumbledore, mas não mencionou nenhuma restrição a criaturas mágicas. E então, com uma sensação de desespero crescente, Harry chamou o único ser que ele sabia que poderia ajudar - Monstro, o elfo doméstico que havia jurado lealdade à família Black. Convocando o monstro para seu lado, Harry explicou o plano, sua voz baixa e urgente enquanto delineava o esquema ousado. E enquanto Monstro assentia sua cabeça murcha em compreensão, o jovem sentiu um lampejo de esperança pela primeira vez em horas. Phayu também parecia sentir a gravidade do momento, suas escamas esmeraldas brilhando na luz da manhã enquanto se preparava para embarcar em sua missão mais importante até então. Com uma verificação final para ter certeza de que ninguém estava olhando, Harry mandou Monstro e o basilisco embora, os dois aliados improváveis desaparecendo nas paredes do castelo com um estalo de aparição. E enquanto o jovem se dirigia ao Salão Principal para um café da manhã muito necessário, ele não pôde deixar de sentir uma sensação de expectativa crescendo em seu peito: as peças estavam em movimento agora, e era apenas uma questão de tempo até que a verdade fosse revelada.

Os passos de Harry ecoaram pelos corredores sinuosos de Hogwarts enquanto ele se dirigia para sua próxima aula, sua mente turbilhonando com pensamentos sobre a resposta de Tom e a revelação iminente. Mas quando ele virou uma esquina, ele se viu de repente puxado para um armário de vassouras, a porta batendo atrás dele com um baque retumbante.
— Levamos todos os pertences do Mestre Regulus para o Sr. Riddle, —  Monstro murmurou em lágrimas, a voz do elfo doméstico um sussurro lamentável e fungado que parecia pairar no ar como um apelo.

O coração de Harry foi para a criatura, seus olhos suavizando com compaixão enquanto ele se ajoelhava para colocar uma mão gentil no ombro ossudo de Kre. Os olhos do elfo se encheram de lágrimas, seu rosto murcho se enrugou enquanto ele abraçava a perna de Harry em um abraço desesperado e agarrado. E quando o jovem estava prestes a confortar a criatura perturbada, um silvo ciumento cortou o ar, as escamas esmeraldas de Phayu brilhando com um olhar repentino e territorial.

— Ei, solte meu mestre! — o basilisco rosnou, sua língua bifurcada se agitando em agitação enquanto se enrolava protetoramente em volta dos tornozelos de Harry.

Harry não conseguiu evitar rir do entusiasmo de Phayu, a excitação do jovem basilisco por conhecer a cobra de Tom, Nagini, contagiante apesar das circunstâncias terríveis.

— Fico feliz em saber que Tom está bem —, disse Harry, sua voz cheia de alívio genuíno. — E estou aliviado que a poção funcionou bem também.

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