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Au: Aqui a Bellatrix é mais velha que o Tom, ela também já engravidou duas vezes porém perdeu os bebês.

Com um sorriso irônico e sem alegria, Voldemort leu a carta mais uma vez, estreitando os olhos enquanto absorvia o conteúdo.

— Um teste de herança? — ele murmurou, seu tom tingido de incredulidade. — Por que diabos Potter quer que eu faça um teste de herança? — A pergunta pairou no ar, um testamento da própria confusão e aborrecimento do Lorde das Trevas.

Mas foi Nagini quem forneceu o comentário mais perspicaz, sua língua bifurcada se agitando enquanto ela se enrolava na forma de um ursinho de pelúcia.

— Eu não sei, mas se você quer suas Horcruxes, acho melhor você fazer isso. 

As palavras da cobra estavam entrelaçadas com um calor estranho, quase maternal. E naquele momento, Voldemort percebeu que havia subestimado seu inimigo mais uma vez. Harry Potter não era o estudante tolo que já foi, mas um estrategista calculista e implacável que não pararia por nada para atingir seus objetivos. Os olhos do ômega se arregalaram quando as implicações da carta foram absorvidas, sua mente já correndo com as possibilidades. Parecia que o jogo estava em andamento, e as apostas nunca foram tão altas.

O olhar esmeralda de Tom cintilou para a carta, as palavras dançando diante de seus olhos como um quebra-cabeça enlouquecedor.

— Nome: Tom Morvolo Gaunt Riddle —, ele leu em voz alta, sua voz firme apesar da turbulência que se formava dentro dele. — Pais: Thomas Riddle (falecido), Merope Gaunt (falecida). — Um leve arrepio percorreu sua espinha ao se lembrar da história distorcida de seus ancestrais, a escuridão que o moldou desde o início. Mas foi a frase final que fez seu sangue gelar: — Harry Potter é minha alma gêmea? — ele murmurou, sua confusão palpável. — É-é isso mesmo? — As palavras pareceram um golpe no estômago, uma revelação que ameaçava derrubar os próprios alicerces de sua existência.

Mas então a voz de Nagini cortou o silêncio, suas palavras uma repreensão gentil.

— Um teste de herança não falha, foi feito com seu sangue de mestre! — O tom da cobra era calmante, quase maternal, como se ela entendesse as profundezas do tumulto interior de Tom.

E naquele momento, a mente do ômega começou a girar com as implicações dos resultados do teste. O olhar esmeralda de Tom se estreitou, sua mente já correndo com as possibilidades do que estava por vir. A revelação de Harry Potter como sua alma gêmea havia enviado ondas de choque através de seu ser, ameaçando desvendar o próprio tecido de sua existência. Mas mesmo diante de tal turbulência, o ômega permaneceu calculista, seus olhos fixos em Nagini enquanto ela deslizava para fora de sua forma de ursinho de pelúcia.

— Peça a Severus para preparar uma poção para remover esses bloqueios —, Tom ordenou, sua voz baixa e autoritária.

A língua bifurcada da cobra se moveu em reconhecimento, seus movimentos graciosos e sinuosos enquanto ela desaparecia nas sombras do covil. Os olhos de Tom se voltaram para a carta, seu olhar demorando-se nas palavras que haviam mudado tudo. Ele sabia que o caminho à frente seria traiçoeiro, que a remoção dos bloqueios exigiria um delicado equilíbrio de poder e magia. Mas ele era o Lorde das Trevas Voldemort, o bruxo mais poderoso de todos os tempos. E ele não seria derrotado por um mero vínculo de alma gêmea. O jogo estava longe de terminar, e Tom estava pronto para jogar. Os olhos de Tom brilharam com alegria malévola quando ele aceitou o pacote do mensageiro coruja, o peso dos itens dentro parecia vibrar com energia sombria. Seus dedos se fecharam em torno dos objetos com uma fome possessiva, o Diário e o Diadema estavam confortavelmente dentro da caixa forrada de veludo. Um sorriso lento e perverso se espalhou por seu rosto quando ele abriu o pacote, seu olhar bebendo a visão das duas Horcruxes, cada uma um pedaço de sua alma despedaçada renascida em carne e osso. O Diário, com sua capa ornamentada e páginas de escrita fluida, parecia pulsar com um poder sombrio e sedutor. E o Diadema, brilhando à luz de velas, parecia zumbir com a mesma energia distorcida que levou Tom à loucura e ao desespero na vida. Ele sabia que esses objetos eram muito mais do que meras bugigangas ou relíquias - eles eram recipientes para sua própria imortalidade, a própria essência de seu ser tornada tangível e duradoura. Enquanto Tom segurava o Diário e o Diadema no alto, seu poder pareceu se unir ao redor dele, as sombras na sala se aprofundando e se distorcendo em resposta à sua aura malévola.

Com um sorriso suave, quase terno, Bellatrix enxugou o suor da testa de Tom, seus movimentos gentis e quase maternais.

— Meu senhor —,  ela murmurou, sua voz grossa de emoção enquanto ele abaixava a cabeça em respeito.

Os olhos do Lorde das Trevas piscaram abertos, seu olhar safira fixo na bruxa que estivera ao seu lado nos bons e maus momentos.

— Bella, o ritual funcionou? — ele perguntou, sua voz ainda grossa com os resquícios do sono.

Bellatrix assentiu, sua expressão suavizando-se em uma de orgulho e realização.

— Sim, meu senhor. Foi um sucesso. — Os lábios de Tom se curvaram em um leve sorriso, seu corpo relaxando contra os travesseiros enquanto ele absorvia a notícia.

Mas mesmo enquanto o fazia, outra pergunta começou a incomodá-lo, um aroma fresco e amadeirado invadindo suas narinas e enviando um arrepio por sua espinha.

— Nagini disse que você é a alma gêmea do garoto Potter, isso é verdade?

A voz do ômega estava grossa de confusão, sua mente lutando para compreender as implicações de tal revelação. E foi Bellatrix quem respondeu não como uma serva, mas como uma amiga.

— Sim, estou confusi, Bella! — A bruxa arrumou seu cabelo com movimentos gentis e experientes.

A expressão de Bellatrix se suavizou em uma de compreensão e confusão compartilhada.

— Está tudo bem, quando descobri que Rodolphus era minha alma gêmea, eu também fiquei confusa. — Suas palavras pareciam carregar uma riqueza de experiência e empatia, um lembrete de que mesmo a mais poderosa e implacável das bruxas poderia ser vulnerável quando se tratava de questões da alma. Enquanto ela terminava de ajustar o cabelo de Tom, o olhar de Bellatrix pareceu permanecer em seu rosto, seus olhos bebendo a visão do homem que se tornara como um irmão para ela ao longo dos anos. — Sua aparência voltou ao normal, mas você parece mais delicado, Tom.

A observação parecia ter um significado oculto, um lembrete de que mesmo o Lorde das Trevas Voldemort não era imune à fragilidade da condição humana. Os olhos safira de Tom se estreitaram, sua mente ainda cambaleando com as revelações que vieram em rápida sucessão. Ele sabia que a estrada à frente seria traiçoeira, que o vínculo de almas gêmeas exigiria que ele confrontasse as profundezas de seu ser. Mas com Bellatrix ao seu lado, ele sentiu um vislumbre de esperança, um lembrete de que mesmo nos momentos mais sombrios, havia aqueles que estariam com ele até o fim. 

— Obrigado Bella. — sorriu. — Você é... como uma mãe para mim.

Os olhos de Bellatrix se encheram de lágrimas com as palavras sinceras de Tom, sua expressão se suavizando em um olhar de profundo afeto e proteção.

— Oh, Tom —, ela sussurrou, sua voz tremendo de emoção enquanto ela apertava sua mão com força.

O olhar do Lorde das Trevas estava cheio de uma estranha mistura de gratidão e culpa, um lembrete da complexa rede de relacionamentos que se formou ao longo dos anos. Ele sabia que Bellatrix havia perdido muito, que os abortos de seus filhos haviam deixado um vazio profundo e doloroso em seu coração. E ainda assim, em uma espécie de simetria distorcida, ela havia encontrado um novo propósito em cuidar de Tom, o menino que teria sido seu filho se o destino tivesse sido mais gentil. Enquanto ela enxugava suas lágrimas, a expressão de Bellatrix endureceu em uma de determinação feroz.

— Nós vamos superar isso, Tom —, ela disse, sua voz baixa e firme. — Juntos, enfrentaremos quaisquer desafios que surgirem em nosso caminho. Você não está sozinho nisso.

A garganta do ômega se contraiu, um nó se formando enquanto ele olhava nos olhos da mulher que tinha sido mais mãe para ele do que a sua própria mãe jamais fora.

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