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O coração de Harry pulou uma batida quando o tilintar suave em sua janela chamou sua atenção. Ele se sentou na cama, esfregando o sono dos olhos enquanto olhava para a luz do amanhecer. E lá, empoleirada no parapeito, estava Edwirges, seu olhar penetrante fixo nele como se dissesse: "Estou de volta." Lágrimas picaram os cantos dos olhos de Harry quando ele pulou da cama, correndo pelo quarto para cumprimentar seu amigo há muito perdido. Edwirges voou para baixo, suas penas macias roçando seu rosto enquanto ela aninhava seu bico em seu cabelo, um beijo gentil de afeição que lhe causou arrepios na espinha. Com um soluço sufocado, Harry pegou a carta que ela havia entregue, seus dedos tremendo enquanto ele quebrava o selo de cera. Dentro, a mensagem era breve, mas potente: "Melhores amigos nem sempre são humanos. Assinado: Morte."

Os olhos de Harry se encheram de lágrimas, seu coração inchou com uma mistura de alegria, tristeza e admiração. Parecia que a própria Morte teve uma mão em reuni-lo com sua amada coruja, um pequeno milagre em uma existência de outra forma sombria. Ele segurou Edwirges perto, acariciando suas penas macias enquanto sussurrava palavras de amor e gratidão em seu ouvido. Após o reencontro emocionante com Edwiges, Harry levou alguns momentos para acalmar seu coração acelerado e se recompor. Ele sabia que não podia se dar ao luxo de chamar atenção para si mesmo, ainda não. Com um brilho determinado nos olhos, ele começou suas tarefas, preparando uma montanha de panquecas para o apetite glutão de Duda, preparando o café de Vernon com uma dose saudável de amargura e o chá de Petúnia com uma pitada de despeito. Enquanto trabalhava, ele manteve a carta de aceitação de Hogwarts escondida em segurança, um lembrete da tempestade que estava se formando dentro dele. Assim que suas tarefas foram concluídas, Harry foi até a janela, onde Edwiges esperava pacientemente no parapeito. Juntos, eles aparataram para a entrada escondida do Beco Diagonal, o movimentado mercado bruxo um contraste gritante com as ruas sombrias de Little Whinging. O coração de Harry disparou de excitação e apreensão enquanto ele contemplava os paralelepípedos lotados, as lojas coloridas e as infinitas possibilidades que se estendiam diante dele. Com um leve movimento de sua varinha, Harry lançou um feitiço de encantamento, alterando sua aparência para a de um jovem bruxo normal, embora um pouco desajeitado. Com o olhar atento do Ministério não mais em sua varinha, Harry sentiu um peso ser tirado de seus ombros enquanto ele entrava nos confins mal iluminados do Gringotes. O ar estava denso com o cheiro metálico de ouro e os sussurros fracos de goblins enquanto ele se aproximava do balcão de mármore. Harry removeu o feitiço de glamour, sua verdadeira forma brilhando como um farol nas sombras. Um goblin curioso emergiu dos túneis labirínticos atrás do balcão, seus olhos se arregalando ligeiramente ao ver o garoto que um dia fora "O Escolhido".

— Saudações, jovem bruxo —, disse o goblin em uma voz aguda, suas orelhas pontudas se contraindo com interesse. — Eu sou Griphia, atendente de Gringotes. Como posso ajudá-lo hoje?

As mãos de Harry tremeram ligeiramente quando ele puxou a bolsa contendo suas escassas economias, uma mistura de moedas de ouro e algumas notas amassadas. Ele sabia que precisaria de cada pedaço dela se quisesse garantir os suprimentos necessários, sem mencionar a varinha que acabaria servindo como seu instrumento de vingança.

— Gostaria de um teste de herança. — disse sério.

Os olhos de Harry se encontraram com os de Griphia, um entendimento silencioso passando entre eles. O goblin assentiu, suas orelhas pontudas dobrando para trás em seriedade.

— Muito bem —, disse ele, sua voz assumindo um tom grave. — Será um teste de herança.

Griphia levou Harry para o coração de Gringotes, o ar ficando mais frio a cada passo. Finalmente, eles chegaram a uma porta grande e ornamentada, adornada com o brasão do banco. O goblin produziu uma pesada chave de ferro, destrancando a porta com um barulho retumbante. Dentro havia uma mesa grande e circular, com um único banco colocado no centro.

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