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Os passos de Harry ecoaram nas tábuas de madeira do assoalho enquanto ele subia as escadas correndo, seu coração batendo forte no peito com uma mistura de urgência e desespero. Ele tinha que se mover rápido, tinha que agir antes que alguém pudesse pará-lo. E então, com apenas uma pausa, ele abriu a porta do quarto de Regulus Black e entrou, o ar pesado com o cheiro acre de poeira velha e memórias esquecidas. Lá, na câmara mal iluminada, ele encontrou Monstro encolhido no canto, sua forma murcha atormentada por soluços enquanto ele se agarrava a uma pequena fotografia desbotada. Harry se aproximou do elfo doméstico cautelosamente, seus olhos suavizando com compaixão enquanto ele observava a exibição lamentável da criatura.

— Monstro? — o jovem perguntou gentilmente, sua voz um bálsamo calmante diante de tanta angústia. — Por que você está chorando?

O rosto manchado de lágrimas do monstro virou-se para Harry, seus olhos arregalados e implorantes enquanto ele lutava para explicar entre soluços sufocados.

— Monstro sente falta do Mestre Regulus! — o elfo lamentou, seu aperto na fotografia apertando até que seus nós dos dedos ficaram brancos.

Harry colocou uma mão reconfortante nos ombros curvados de Monstro, seu toque era ao mesmo tempo calmante e reconfortante enquanto ele lutava para aliviar a angústia do elfo doméstico.

— Ele está em um lugar melhor agora, monstro —, o jovem repetiu gentilmente, sua voz um bálsamo suave contra os soluços da criatura.

Mas mesmo enquanto ele falava as palavras, a mente de Harry já estava acelerada, as implicações das ações de Dumbledore começando a se cristalizar em seus pensamentos. O medalhão da Sonserina, aqueles livros e diários, as joias e o baú de ouro - tudo se foi, varrido na busca do diretor para descobrir a verdade sobre o retorno de Voldemort. E enquanto Harry sentia a familiar chama de ressentimento acender dentro dele, ele sabia que não podia mais simplesmente ficar parado e assistir enquanto o mundo bruxo oscilava à beira da guerra. Era hora de agir, de atacar o coração da escuridão que ameaçava consumir a todos. Com um último tapinha reconfortante no ombro de Monstro, Harry se virou e saiu da sala, seu coração batendo forte de expectativa enquanto ele descia as escadas para colocar seu plano em ação. Os dedos de Harry acariciaram gentilmente as orelhas de Monstro, os olhos do elfo doméstico brilharam com uma centelha de curiosidade enquanto ele observava o jovem diante dele.

— Dumbledore levou tudo?

— Sim, — Monstro disse asperamente, sua voz grossa com uma mistura de tristeza e resignação. — Tudo.

A simples admissão pairou pesadamente no ar, um lembrete gritante das inúmeras injustiças que foram perpetradas em nome da "justiça" e da "verdade". Mas mesmo quando Harry sentiu a onda familiar de raiva e ressentimento, ele sabia que não podia se dar ao luxo de viver no passado. Não quando o destino do mundo bruxo estava em jogo. Com um aceno determinado, Harry se inclinou para perto de Monstro, sua voz baixa e conspiratória enquanto ele apresentava seu plano.

— Preciso da sua ajuda, monstro, — o jovem disse, seus olhos fixos nos do elfo doméstico com uma resolução de aço. — Eu trarei os pertences de Regulus para você, e em troca, você me ajudará com uma coisinha, ok?

As palavras pairavam no ar, uma promessa de rebelião e resistência que parecia crepitar com eletricidade enquanto passava entre os dois aliados improváveis. E quando Harry se endireitou, um novo senso de propósito queimando dentro dele, ele sabia que a sorte havia sido lançada. Os olhos de Monstro se arregalaram, o rosto magro do elfo doméstico se abriu em um sorriso largo e cheio de dentes enquanto ele balançava sua cabeça murcha em concordância.

— Sim, Mestre Harry, — o monstro disse asperamente, sua voz tremendo com uma mistura de medo e alegria. — Monstro vai ajudar.

As palavras simples pareceram selar o acordo, um pacto forjado no fogo da rebelião e do desespero. E quando Harry se virou para sair, ele podia sentir os olhos de Monstro perfurando suas costas, o peso do segredo e propósito compartilhados pairando pesado no ar entre eles. O coração do jovem batia forte de antecipação, sua mente correndo com os detalhes de seu plano enquanto ele descia as escadas para colocar seu esquema em ação. Mas mesmo enquanto ele caminhava pelos grandes corredores de Hogwarts, Harry não conseguia se livrar da sensação de que eles estavam caminhando para as mandíbulas do perigo, seus destinos entrelaçados com as forças das trevas que ameaçavam consumi-los a todos. Os passos de Harry ecoaram nos corredores vazios da Mansão Black enquanto ele se dirigia para seu quarto, o próprio ar parecendo esfriar a cada segundo que passava. E quando o jovem abriu a porta, ele imediatamente se deparou com a figura imponente da própria Morte, a presença da entidade fazendo a temperatura no quarto despencar para um frio glacial.

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