Capítulo 23 - desejo mútuo.

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Dylan Morrissette

A tensão na sala era palpável. Sério, dava pra cortar o ar com uma faca, e eu já tava cansado daquela merda. Ali, sentados, eu, Asher e Lincoln, cada um remoendo a própria frustração com Blue. Ela conseguia ferrar com a cabeça de todo mundo sem nem precisar se esforçar, e olha que nenhum de nós era exatamente fácil de lidar. Mas, com ela... era diferente.

Asher, claro, foi o primeiro a explodir. Não que ele fosse de segurar muito as coisas.

— Eu fodi ela ontem, porra — ele soltou de repente, jogando a bomba no meio da sala, sem o mínimo pudor. — Ela implorou, mano. Implorou pra caralho. — Ele apertou os punhos como se quisesse esmurrar a memória daquilo. — E eu perdi o controle, caralho. Mas adivinha? Foi ela quem pediu, sempre com aquele joguinho de merda. E, pior ainda, a desgraçada gozou gritando meu nome.

Eu ri por dentro, mas por fora só balancei a cabeça. Asher sempre se achava o fodão, como se ela tivesse caído nos encantos dele, e não o contrário. Só que eu sabia, ele sabia, e Lincoln sabia que a Blue fazia isso com a gente. Brincava, e quando a gente achava que tinha o controle, ela virava o jogo.

Lincoln, sempre mais quieto, decidiu entrar na porra da roda também.

— A mulher me fez um boquete enquanto eu dirigia, mano. — A voz dele era pesada, mas controlada. Um rosnado quase. — E depois, claro, ela não conseguiu se segurar. Blue, né? Sempre querendo mais, mais, mais. Fiz ela gozar no carro, e a vadia ainda riu. Riu, porra. Porque é assim que ela faz.

Aquela história mexeu comigo. Não só porque eu sabia exatamente o que ele tava sentindo, mas porque me lembrou da minha própria merda com ela. A desgraçada sabia como foder com a mente da gente, e de um jeito que fazia tudo parecer como se a gente quisesse.

Respirei fundo, me ajeitei na cadeira, e era a minha vez.

— Vocês acham que tiveram o controle alguma vez? Vocês tão brincando. — Meu tom era sarcástico, claro, mas eu tava falando sério. — Lembram daquela semana que ela ficou "me obedecendo"? Uma piada. Ela fazia parecer que eu tava no comando, mas no fundo, tava jogando comigo. E aquele lance da moto? Porra, mano... eu tava com ela, achando que tava dominando, e no final, ela gozou na minha moto. Na minha moto, caralho. E sabe o que ela fez depois? Me fez chupar meus próprios dedos. Tipo... um prêmio de consolação.

Eu tava me perdendo nas lembranças e na frustração. Blue tinha feito todos nós de idiotas, e ali estávamos, revivendo cada merda que ela tinha jogado na nossa cara. A raiva subia por dentro de mim, e o pior é que eu sabia que não era só raiva. Era um desejo misturado, uma vontade maldita de ter mais dela, apesar de tudo.

Asher me olhou, meio que sem acreditar no que eu tava dizendo, mas ele sabia que eu tava certo. Lincoln, de canto, só balançou a cabeça, já sem paciência pra essa merda toda.

— A real é que essa vadia brincou com a gente, e agora tá rindo lá do outro lado, achando que tem o controle de tudo. — Eu soltei a frase no ar, amargo, mas com uma puta verdade.

Lincoln apertou os dentes. Dava pra ver que ele tava perto de perder o controle, e Asher só olhou pra mim e murmurou:

— Ela não vai continuar com isso. Não vai.

Eu ri, seco, porque no fundo, sabia que ia. Blue tinha ferrado com a cabeça de todo mundo ali, e o pior? A gente ainda queria mais.

Asher se inclinou pra frente, me encarando com aquele olhar que sempre vinha antes de ele fazer alguma merda.

— E se... a gente só parasse de resistir?

Eu franzi o cenho.

— Que porra você tá falando?

Maldição da meia-noite | Dark Romance & Harém Reverso 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora