Capítulo 28 - fugitivos.

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Asher Dixon

Há semanas venho notando. Olhares furtivos, sombras que se movem rápido demais para serem coincidência. Na faculdade, no mercado, até mesmo no trajeto para casa. Estou sendo seguido.

Mantenho minha expressão neutra, não demonstro reação. Anos de prática em esconder emoções me servem bem agora. Analiso metodicamente cada detalhe, cada padrão suspeito. Minha mente trabalha incessantemente, calculando probabilidades e elaborando planos de contingência.

O email chega como uma confirmação de minhas suspeitas. "Estão brincando de casinha com a minha presa? Eu quero ela morta!" As palavras piscam na tela, frias e ameaçadoras. Não há assinatura, mas a mensagem é clara.

Imediatamente, entro em contato com Dylan e Lincoln. Minha voz é calma e controlada quando transmito a informação. "Recebemos uma ameaça direta. É hora de agir." Não preciso elaborar; eles entendem a gravidade da situação.

Havíamos decidido protegê-la, e o momento chegou. Com eficiência silenciosa, reunimos o necessário. Cada item cuidadosamente selecionado, cada movimento calculado. Blue não faz perguntas quando a buscamos. Talvez ela também tenha sentido os olhares, a atmosfera pesada de vigilância.

Deixamos a cidade sob o manto da noite. O carro desliza pelas ruas vazias, nossas sombras se fundindo com a escuridão. Observo atentamente o retrovisor, procurando sinais de perseguição. Dylan dirige, seus olhos atentos à estrada. Lincoln mantém Blue calma, sua presença tranquilizadora um contraponto à tensão palpável.

Nossa destinação: uma cidade vizinha, pequena e discreta. Um local que ninguém conhece, cuidadosamente escolhido por sua insignificância. É nosso refúgio temporário, um lugar para reagrupar e planejar nossos próximos passos.

Enquanto a paisagem muda ao nosso redor, minha mente não para. Analiso cada variável, cada possível cenário. Quem nos persegue? Quais são suas motivações? Como podemos nos manter um passo à frente?

Blue adormece no banco de trás, sua respiração suave um lembrete do que está em jogo. Dylan e Lincoln trocam olhares preocupados, mas determinados. Quanto a mim, mantenho minha vigília silenciosa, meus olhos varrendo constantemente o horizonte.

Somos fugitivos agora, movendo-nos nas sombras. Mas com cada quilômetro que percorremos, minha resolução se fortalece. Vamos protegê-la, custe o que custar. O jogo começou, e não tenho intenção de perder.

Chegamos ao nosso refúgio. Meus olhos percorrem meticulosamente cada detalhe da propriedade, analisando sua eficácia como fortaleza. Uma casa em um condomínio fechado: acesso restrito, segurança reforçada. Ideal. Câmeras estrategicamente posicionadas, sistema de alarme de última geração, sala de monitoramento equipada com tecnologia de ponta. Vigilância constante, essencial para nossa sobrevivência.

A discrição é primordial. Um zelador ocasional mantém as aparências, evitando levantar suspeitas. Quatro quartos, três banheiros, cozinha equipada, sala de estar. Aparentemente normal. Porém, os recursos especiais são o que realmente importa: academia para manter o condicionamento físico, sala de armamentos para defesa, garagem com veículos diversos para rota de fuga rápida. Cada elemento cuidadosamente planejado para maximizar nossas chances.

O subsolo é crucial. Um bunker, nosso último recurso. Cama, televisão, mantimentos suficientes para semanas, talvez meses. Minha mente já calcula quanto tempo poderíamos sobreviver aqui, caso o pior aconteça. A ansiedade cresce, mas mantenho-a sob controle, focando-me nos fatos, nos números, nas probabilidades.

Enquanto nos instalamos, sinto uma inquietação crescente. Observo cada movimento: Blue explorando hesitante, Dylan verificando obsessivamente os sistemas de segurança, Lincoln organizando metodicamente os suprimentos. Estamos seguros por ora, mas por quanto tempo? Minha mente não para de analisar cenários, calcular riscos, formular estratégias.

Maldição da meia-noite | Dark Romance & Harém Reverso 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora