Capítulo 19 - a conversa.

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Lincoln Fletcher

Eu estava puto. Não, eu estava além disso. Transtornado? Com sangue nos olhos? O tipo de raiva que consome e ferve nas veias. A humilhação de me ajoelhar, de implorar... Caralho, implorar? 

Aquela garota maldita sabia exatamente como me irritar e me tirar do sério, e o pior é que ela fazia isso com um sorriso nos lábios.

Desde o jantar, aquela vadia soube manipular cada um de nós. As provocações, a maneira como nos sentíamos por causa dela. Eu sei que fomos nós que nos colocamos nessa situação, mas porra, cada um está lutando para manter a cabeça no lugar.

O plano, no entanto, estava claro na minha cabeça. Dylan e Asher estavam a bordo — era nossa última cartada, ou pelo menos, a última que ela pensaria ser real. Fingiríamos que íamos continuar o interrogatório, continuaríamos com essa farsa de pressão psicológica, mas no fundo... no fundo mesmo, o plano era outro. 

Estávamos todos na sala de estar, Asher, Dylan e eu. A tensão entre nós era palpável, mas não por causa de brigas ou desentendimentos. Era por causa dela. Blue estava mexendo com cada um de nós de um jeito que nenhum poderia negar, e os desafios que fizemos com ela só confirmaram o quanto ela tinha se infiltrado em nossas mentes.

Asher foi o primeiro a falar, com aquele tom calmo, mas sempre controlado.

— Vai ser mais difícil do que pensávamos, caralho — ele disse, mexendo a mão sobre o braço da poltrona, talvez ainda sentindo o toque dela, como todos nós sentíamos. — O desafio que fiz com ela... foi bem difícil me manter no controle. 

Dylan riu baixinho, mas não havia humor real em seu riso.

— Eu sei bem o que você quer dizer. O racha de moto... ela não estava só competindo. Estava brincando comigo, testando o quanto eu iria aguentar. E quase perdi a paciência com ela. — Ele se inclinou para a frente, os olhos mais sombrios. — Vai ser difícil mantê-la aqui por muito tempo.

Eu cruzei os braços, sentindo a mesma coisa.

Blue também mexe comigo e eu detesto ter que admitir isso. Ela me desafiou de formas que ninguém mais ousara fazer antes.

— O jogo dela é sujo. E admito, que a filha da puta é muito bem treinada — eu disse, firme. — Mas percebo que ela deve estar sentindo o mesmo que todos nós. Vi isso na delegacia, durante o meu desafio. Ela não é de ferro.

Asher balançou a cabeça, pensativo.

— Claro que não. Mas ela sabe o que está fazendo. A questão é... o que ela quer? O que está buscando com essas provocações?

— Ela quer respostas — Dylan completou. — Ela está tentando arrancar algo de nós, mexendo com nossas fraquezas, nos provocando até o último. Só que não sabemos que merda nos metemos pra acontecer este caralho. 

Eu concordei, olhando para os dois.

— Precisamos encontrar um jeito de manipulá-la para contar logo o que ela quer. Ela não vai se abrir facilmente, mas sabemos que ela está quebrada de algum jeito. E se continuarmos jogando o jogo dela... pode ser que nos diga a verdade.

Asher me olhou, e havia algo de sombrio em seus olhos.

— Se ela realmente nos quer destruídos, Lincoln, você acha que só manipulação vai funcionar?

Eu sorri de canto.

— Ela está aqui, não está? Ela diz que se colocou nessa situação porque quis, ela tem o controle e a previsibilidade até certo ponto. No restante da situação é nós que temos que pressioná-la. 

Maldição da meia-noite | Dark Romance & Harém Reverso 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora